O FADO MATERIAL...


O Fado é património imaterial da humanidade...
O termo é justo, agora vamos ao material.
 1º- A confiança da famílias e empresas bate mínimo histórico
2º- Risco da banca agrava-se para níveis bastante elevados. Duplicou em menos de 3 anos- quase 7 % do crédito concedido. O crédito às empresas está 80 milhões acima do que devia. Os bancos não estão a provisionar a totalidade dos créditos em risco, para não deteriorar ainda mais as contas.
3º- Dívida portuguesa apesar das medidas de austeridade e aprovação do OE 2012, atinge novo máximo histórico.
4º- A OCDE prevê recessão mais profunda e desemprego acima de 14 %. A forte deterioração das condições globais e os efeitos mais negativos do que o previsto da consolidação orçamental na procura, poderão levar a uma contracção ainda mais pronunciada da actividade económica.
Tudo isto são informações de organizações oficiais e de regulação.
Percebe-se por aqui que nada está na nossa mão, excepto estendê-la à ajuda dos outros. Pode o Governo incutir o desânimo que muito bem entender, pode o ministro das Finanças, um monetarista convicto, argumentar com as 3 palavras chave “não há dinheiro”, que o ponto a que chegamos na companhia dos nossos amigos gregos não tem retorno sem um auxílio maciço, que não  pode ser em empréstimos que absorvem 50 % em juros, nem com perdões de dívida, que no mês seguinte começam novamente a aumentar.
Produzimos pouco mais de metade do que precisamos e esta é a nossa morte. Ou deixamos de consumir ou passamos a vender tanto como o que compramos. A última hipótese só é possível com programas também maciços de reforço do tecido industrial e demora muito, Resta-nos deixar de consumir e isso acarretará mais empobrecimento, pois o desemprego continuará a galopar, mais empresas vão desaparecer e lembremos que 90 % do tecido empresarial português vive do consumo privado nacional.
O consumo era sustentado pelo dinheiro emprestado aos bancos, que por si fizeram como o Estado, foram aumentando a dependência do crédito externo e estão também derretidos com o abaixamento da actividade económica. Sem emprego, sem dinheiro, sem cartões, os consumidores  diminuem drasticamente os gastos, que  se repercutem no desaparecimento das pequenas e médias empresas  que gerarão mais empobrecimento. Recessão gera recessão até ao limite do tumulto e da revolução como sugere Mário Soares.
A saída do euro é a solução dos ricos para se livrarem dos pobres, mas demoraram tanto a agir que dentro de pouco tempo não se perceberá quem é rico e quem é pobre.

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