VOCÊ SABIA ?

A IBM fez uma apresentação em vídeo aos seus colaboradores, de que damos aqui um extracto do que nos pareceu mais surpreendente, sob a designação "mudanças acontecem" e questionando-os com um enigmático "você sabia que...".
Notável pela simplicidade e acutilância.
Você sabia que em 2010 o conhecimento humano dobrou a cada 72 horas?
Eu não.
Você sabia que a quantidade de nova informação gerada no mundo durante um ano é maior que a gerada nos últimos 5.000 anos ?
Eu não.
Você sabia que a quantidade de informação técnica nova dobra a cada 2 anos?
Eu não.
Veja com atenção o quadro e surpreenda-se.


A insegurança e a incerteza tomou conta das pessoas. Os ricos atemorizam-se com o risco da perda e os pobres sem saber como o evitar.
A sociedade que é sempre uma amálgama de pessoas de várias idades, educação, culturas, condições de vida e um sem número de outras variáveis, está posta perante um frenesim de mudanças e upgrades, que quase significam um reset ao conhecimento anterior, tal a velocidade da sucessão da informação. Fica-se sem se saber se é bom se é mau.
A gestão passa a ser focalizada no curto prazo, pois é tal forma a redundância do conhecimento actual, com a volatilidade de dobrar a cada 2 anos, que desmoraliza o perder demasiado tempo com o que se sabe hoje, pois em 2014 já duplicou...
Os jovens de hoje serão freelancer profissionais, sem criar raízes nas organizações com que vão colaborar. Passar por 10 a 14 empregos até aos 38 anos de idade, vai impossibilitar perceber a cultura das empresas e criar afectos organizacionais e de camaradagem. Vai ser cada um por si e o dinheiro por todos.
Fascinante e preocupante o excerto da apresentação da IBM, vale a pena ver e reflectir, quanto mais não seja para percebermos que "não sabíamos..."

TER RAZÃO


MUPPET SHOW


O JOÃO PEDRO


DESEMPREGO DEVASTADOR

O desemprego de cerca de 1 milhão de pessoas, segundo as estatísticas oficiais e mais de 1 milhão e 300 mil, considerando que cerca de 300.000 já não procuram emprego e são riscados das estatísticas, está a afectar mais de 16 % dos portugueses activos.
Mais grave quando se verifica que uma grande parte tem cerca de 50 anos e para voltar ao mercado de trabalho será extremamente difícil. Os mais jovens são também desbaratados e a taxa de desemprego dessa faixa atinge uma enormidade para um país europeu, restando-lhes o incentivo do primeiro-ministro para emigrarem.
O desemprego resulta da destruição maciça de grande parte do tecido empresarial constituído por PMEs, que estão vocacionadas para o mercado interno e que não se transformam num golpe de mágica em exportadoras.
As dificuldades de liquidez proveniente da sangria dos recursos para acorrer às empresas públicas, autarquias, parcerias público-privadas, BPN e outras burlices do género, estão a asfixiar irreversivelmente a capacidade de sobrevivência dos empregadores.
As empresas portuguesas para se modernizarem adquirem equipamentos ao preço dos alemães e franceses, muitas das vezes mais caro, porque são esses que os vendem. Sem capitais próprios adequados, pois é histórico o funcionamento da economia nacional à base de financiamento bancário, a crise de crédito provoca um stop brutal na actividade económica, liquidando cerca de 1.000 postos de trabalho diariamente.
Não é numa década que se resolve o problema estrutural que apresenta Portugal, que mesmo com crédito fácil não conseguiu crescer onde deveria ter crescido – na produção de bens e serviços transaccionáveis - ,  quanto mais em dois anos.
Metaforicamente falando: é como exigir que a Justiça funcione bem, os deputados sejam em menor número e ganhem menos, que os políticos sejam responsabilizados pela incompetência, que se perceba a utilidade dum Presidente da República, que as nomeações para cargos públicos não sejam por razões políticas, tudo isto em 2 anos. Todos nós sabemos que vai demorar muito mais que uma década, se é que alguma vez vai mudar…
O seguidismo do governo e do partido da oposição, acorrentados ao acordo com a Troika, anestesiou de tal forma a política de Estado, que não querem perceber os avisos de que o país caminha para uma hecatombe. O ajustamento do contrato é crucial, caso contrário o exército vai sendo dizimado até à capitulação total. A absorção da mão de obra  que entretanto vai engrossando as fileiras do desemprego, não tem uma estratégia definida pelo Governo, que vai deixando sem rumo uma imensa multidão de gente útil, que representa uma perda em número de horas de trabalho  infinitamente superior ao que se ganha com o fim dos feriados.

ILUSÃO DAS DIFERENÇAS




A GRÉCIA...SEMPRE A GRÉCIA...


Num anterior post do JULIUS RIMANTE já abordamos a temática do excelente negócio que foi para a Alemanha a moeda única. Em contrapartida para os periféricos: Grécia, Portugal, Itália e Espanha foi o inverso. A simetria das curvas das Balanças de Pagamentos evidenciam-no:

                          

Repete-se o que então se escreveu :” É normal debater o problema do endividamento soberano concentrando-se na sustentabilidade da dívida pública nas economias periféricas. Mas pode ser mais informativo enxergá-lo como um problema na balança de pagamentos. Tomados em conjunto, os quatro países mais problemáticos (Itália, Espanha, Portugal e Grécia) têm um deficit conjunto de USA$ 183 bilhões na conta corrente. A maior parte deste deficit corresponde ao deficit no sector público destes países, já que o seu sector privado se encontra actualmente num estado aproximado de equilíbrio financeiro. Compensando estes deficits, a Alemanha tem um superavit de US$ 182 biliões em conta corrente, o equivalente a cerca de 5% do seu PIB ? Isto significa que ao contrario do que acontece num estado federal, o estado que produz mais riqueza não a reparte significativamente pelos outros estados (fomentando a sua economia, por exemplo). Percebe-se assim a atitude de boicote sistemático da Sr.ª Merkel a qualquer plano que ponha cobro aos ataques especulativos e sequenciais dos mercados financeiros, pois isso exigiria que a Alemanha utilizasse uma parte do seu superavit para realizar empréstimos que apenas renderiam uma taxa de juro modesta. Pelo contrário, se conseguir fazer aguentar a situação de impasse por mais algum tempo, o bloqueio do crédito fará com que um grande número de empresas tenham de ser vendidas para não falirem, sendo então compradas pelos alemães. Temos assim um ataque em tenaz tão ao gosto germânico: mantêm-se os países desprovidos dos normais mecanismos de defesa cambial -resultante da moeda única e das regras impostas ao Banco Central Europeu - acentuando rapidamente as suas debilidades estruturais, e simultaneamente dificulta-se o acesso ao crédito levando cidadãos empresas e estados a um beco sem saída. Depois de espalhar o medo, substituem-se os governos desses países (Grécia, Portugal, Espanha, Itália), reduzem-se salários e regalias sociais e finalmente compra-se a capacidade produtiva de um país ao preço de saldo. De facto estamos a enfrentar uma situação de guerra, em que as armas até podem ser corteses e silenciosas, mas não deixam de ser devastadoras. “

A Grécia está no pré-colapso, independentemente das ajudas que vão sendo concedidas, debaixo de condições cada vez mais gravosas. Os alemães esticaram tanto a corda que ela vai-se partir e todos se vão estatelar, desde os mais fortes até aos mais fracos. A falência grega de acordo com as estimativas dos especialistas, terá repercussão superior à falência do Lehman Br. e afectará toda a banca europeia e não só. O problema não é só a liquidez, são as imparidades que os bancos terão de resolver com capitais públicos. Os prejuízos resultantes das perdas na Grécia implodirão sobre a economia, pois o crédito cada vez será mais escasso. O euro está doente há muito tempo e houve interesse em que se não curasse, pois tal como as casas funerárias, alguém está lucrando com a desgraça de outros.

ANTIGAMENTE


INTEGRAÇÃO DESINTEGRADA


SEXALESCENTES


Dedicado aos sexalescentes meus amigos e aos que estão a caminho!
Se estivermos atentos, podemos notar que está a aparecer uma nova franja social: a das pessoas que andam à volta
dos sessenta anos de idade, os sexalescentes: é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente
não está nos seus planos deixar-se envelhecer.
Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a
consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos,
que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.
Este novo grupo humano que hoje ronda os sessenta teve uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico
que tantos autores deram durante décadas ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram há muito a actividade
de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados... Alguns nem sonham em reformar-se. E os que já se reformaram gozam
plenamente cada dia sem medo do ócio ou da solidão, crescem por dentro quer num, quer na outra.
Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, falhanços e sucessos,
sabe bem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5.º andar...Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e activas, a mulher tem um papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar.
Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude em que eram tantas as mudanças, parou e reflectiu sobre o que na realidade queria.
Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas... Mas cada uma
fez o que quis : reconheçamos que não foi fácil, e no entanto continuam a fazê-lo todos os dias.
Algumas coisas podem dar-se por adquiridas.Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta", homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se), e até se esquecem do velho telefone para contactar os amigos - mandam e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil e quando não estão, não se conformam e procuram mudá-lo.
Raramente se desfazem em prantos sentimentais.Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos.Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflecte, toma nota, e parte para outra...
Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas, quase insolentes de beleza ; mas não se sentem em retirada. Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo... Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um fato Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.
Hoje, as pessoas na década dos sessenta, como tem sido seu costume ao longo da sua vida, estão a estrear uma idade que não
tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão de boa saúde, física e mental, recordam a juventude mas sem
nostalgias parvas, porque a juventude ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios...Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão os que chegam aos 60 no século XXI ...

CONTRIBUTO PARA 9 DIAS DE AERÓBICA


TRAGÉDIA GREGA


OS ALGORITMOS


O Expresso na edição on-line  aborda um artigo da revista  norte-americana “New Scientist”, que divulgou resultados de uma grande investigação sobre o funcionamento dos mercados financeiros, mais propriamente na “negociação de alta frequência”.
O tema é fascinante, particularmente para quem acompanha com alguma regularidade a  volatilidade bolsista.  A origem da investigação remonta ao período 2006/2011 e é de capital importância para se perceber as origens das oscilações dos mercados financeiros, que têm impactos devastadores na vida dos cidadãos, sem que estes compreendam os motivos das alterações bruscas e brutais da vida social.
Aumento de preços, austeridade, desemprego, perda de direitos que se designavam como adquiridos e que de um momento para o outro…passaram a ex-adquiridos, milhares de pequenas e médias empresas destruídas em meses, algumas com dezenas de anos de existência, a indústria da construção civil falida e um sem número de implicações, que condenam as sociedades ao empobrecimento e recuos nas condições de vida inimagináveis há 6 anos atrás.
O coração dos famosos mercados está em Wall-Street e é lá que se decide a vida do mundo do dinheiro, o resto é paisagem.
Voltando ao resultado da investigação da “New Scientist”, ela concluiu que nos mercados financeiros se trava uma grande guerra invisível entre algoritmos, que exponencia o risco sistémico do capitalismo financeiro, através de ordens de compra e venda de acções dadas automaticamente em milésimas de segundo e que representam hoje em dia mais de 50 % da negociação nos EUA e 30 % na Europa. Denominam-se “negociações de alta frequência”.
Algoritmo é uma sequência finita e não ambígua de instruções computáveis para solucionar um determinado problema.
Para se perceber vamos a um exemplo: problema:fazer um bolo -1º-receita do bolo=algoritmo-2º-ingredientes=dados de entrada-3º-recipientes utilizados=variáveis do processo-4º-modo de fazer=descrição dos passos para a solução (fazer o bolo).
Pelo exemplo concluímos que o algoritmo é a receita.
De volta ao nosso tema, Neil Johnson da New Scientist concluiu que as receitas são tantas e em simultâneo que o bolo tem momentos que  explode até com o fogão.
As oscilações brutais das cotações com descidas e subidas em fracções de segundo tão curtas, tornam-nas invisíveis aos traders dos mercados. Os crashes com implicações que se prolongam durante anos, com quedas de mais de 20 % nas cotações e subidas subsequentes, têm por vezes a duração de 30 minutos. A destruição de valor nesses 30 minutos é suficiente para arrasar milhões de postos de trabalho em todo o mundo.
A complexidade a que se chegou desde os anos 90, dá um poder incrível a cerca de 400 empresas que têm as ferramentas para despoletar sobre os mercados estratégias de financeirização, que resultam em determinados momentos num “flash-crash”-a derrocada instantânea-.
O mundo joga-se nos computadores, em todas as variáveis da vida moderna. Os algoritmos são estabelecidos de acordo com a estratégia de operadores que se digladiam numa guerra cibernética, com o fim de maximizar o lucro. A velocidade de processamento das operações e a capacidade das máquinas que suportam o processo, levam a pensar segundo o responsável da revista, que tem momentos que escapam ao controlo humano. A assim ser, estamos perante uma nova arma de destruição maciça, sem ruído, nem sangue aparente. É como a radioactividade das bombas atómicas, vai matando em silêncio e sem sangue.

CABEÇAS A PRÉMIO