Mais grave quando se verifica
que uma grande parte tem cerca de 50 anos e para voltar ao mercado de trabalho
será extremamente difícil. Os mais jovens são também desbaratados e a taxa de
desemprego dessa faixa atinge uma enormidade para um país europeu,
restando-lhes o incentivo do primeiro-ministro para emigrarem.
O desemprego resulta da
destruição maciça de grande parte do tecido empresarial constituído por PMEs,
que estão vocacionadas para o mercado interno e que não se transformam num
golpe de mágica em exportadoras.
As dificuldades de liquidez
proveniente da sangria dos recursos para acorrer às empresas públicas,
autarquias, parcerias público-privadas, BPN e outras burlices do género, estão
a asfixiar irreversivelmente a capacidade de sobrevivência dos empregadores.
As empresas portuguesas para
se modernizarem adquirem equipamentos ao preço dos alemães e franceses, muitas
das vezes mais caro, porque são esses que os vendem. Sem capitais próprios
adequados, pois é histórico o funcionamento da economia nacional à base de
financiamento bancário, a crise de crédito provoca um stop brutal na actividade
económica, liquidando cerca de 1.000 postos de trabalho diariamente.
Não é numa década que se
resolve o problema estrutural que apresenta Portugal, que mesmo com crédito fácil
não conseguiu crescer onde deveria ter crescido – na produção de bens e
serviços transaccionáveis - , quanto
mais em dois anos.
Metaforicamente falando: é como
exigir que a Justiça funcione bem, os deputados sejam em menor número e ganhem
menos, que os políticos sejam responsabilizados pela incompetência, que se
perceba a utilidade dum Presidente da República, que as nomeações para cargos públicos
não sejam por razões políticas, tudo isto em 2 anos. Todos nós sabemos que vai
demorar muito mais que uma década, se é que alguma vez vai mudar…
O seguidismo do governo e do
partido da oposição, acorrentados ao acordo com a Troika, anestesiou de tal
forma a política de Estado, que não querem perceber os avisos de que o país
caminha para uma hecatombe. O ajustamento do contrato é crucial, caso contrário
o exército vai sendo dizimado até à capitulação total. A absorção da mão de
obra que entretanto vai engrossando as
fileiras do desemprego, não tem uma estratégia definida pelo Governo, que vai deixando
sem rumo uma imensa multidão de gente útil, que representa uma perda em número
de horas de trabalho infinitamente
superior ao que se ganha com o fim dos feriados.
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