MEMÓRIAS




A pedidos vários, recuperamos a entrevista realizada a Nani Gonzal em 2009, mas que mantém completa actualidade.


 PROFESSOR NANI GONZAL


O JRW, tem o raro privilégio de entrevistar uma grande figura do mercado de capitais nacional e não só, o Prof. Nani . A conversa que mantivemos foi conduzida pelo Dr. Jonas dos Santos, especialista do JRW para os assuntos económicos.
- Prof. é uma honra para o JULIUS RIMANTE WORLD, a sua disponibilidade para abordar um tema, que é do interesse de muitos leitores. O seu conhecimento do mercado é profundo e fala-se mesmo, que Buffet recorre muitas vezes às suas opiniões..
- Como sabeis estou sempre disponível para o intercâmbio do conhecimento. A minha vida sempre foi um ciclo de aprender, ensinar e comunicar. É um dever de cidadania, mas que sempre o fiz com prazer. Na realidade o Warren liga várias vezes para troca de impressões sobre o mercado. Nem sempre estamos de acordo, mas temos uma visão muito parecida, talvez pela experiência de muitos anos. Por exemplo, em plena crise do subprime, ensaiamos vários modelos matemáticos para projecções do fundo do mercado. Abandonamos a ideia, pois os especialistas que nos assessoravam, também não chegavam a conclusão alguma. Combinei com ele e recorremos às ciências ocultas, ao esotérico, que como sabeis em Portugal, é uma área em que temos dos melhores especialistas do mundo. Temos imensa gente que tem premonições para tudo: campeões de futebol, resultados de eleições, doenças, casamentos, divórcios, negócios, etc.
Então eu e o Warren, recorremos a uma senhora de Aljezur, que previu com rigor o momento da viragem. Métodos ancestrais, com inscrições em papéis com várias datas, imersos em baldes de água. Aquele que viesse à superfície com maior rapidez, seria o momento da viragem do mercado. Assim foi e assim se passou. É evidente que definimos estratégias de abordagem, ele no dow, nasdac, s&p e eu naturalmente como nacionalista convicto, nas acções do PSI.
-O prof. pensa que o pior já passou?
-Jonas se está a falar de futebol, não sei, o Benfica já não ganha há muitos anos, mas também acho que não vai estar mais 15 anos para ganhar um campeonato, se passarem só mais 10, já será melhor. Portanto nesse caso o pior já passou.
-Não professor, desculpe, não me fiz entender, estava a referir-me ao mercado…
-Ora bem, isso também não é fácil de responder. Lá está.... outra premonição para a senhora de Aljezur, o Dr.Rui Rio tem uma visão muito particular da cidade, o Bolhão é um local fantástico da nossa urbe, que não tem sido tratado da melhor forma. Vamos ver se o problema do Bolhão fica resolvido, para que possamos usufruir daquele templo magnífico.
-Professor estou realmente infeliz na forma de o questionar, peço-lhe mais uma vez desculpa, é sobre mercado de capitais….
-Ah….estou a ver Jonas……sinceramente não tenho conhecimento sobre qualquer alteração prevista para as capitais, pelo menos na Europa. Lisboa está segura, apesar de que se alternasse com o Porto, não se perdia nada, Madrid é uma cidade fantástica, Roma, Londres, Paris….oh…Paris... a cidade Luz……são capitais belíssimas, que não penso que vão perder o estatuto de grandes capitais. Na minha perspectiva, o mercado das capitais, vai continuar estável.
-Pois professor……passando à frente…..então no momento actual o professor aconselha posições longas?
-Vistas as coisas por esse prisma Jonas, toda a atenção é pouca, as posições curtas ou longas, têm de ser avaliadas a cada momento. Por vezes uma visão simplista, parece aconselhar posições longas, mas eu estou... curto e o contrário também acontece. Sou um apologista de um estilo de jogo trabalhado, tecnicista, de passe curto, mas por vezes a melhor táctica passa, pelo passe longo, a aproveitar desmarcações, ou seja, a criar espaços e surpreender o adversário. Em síntese, não deve haver uma ortodoxia nesse tema das posições curtas ou longas, devemos ter uma visibilidade permanente e ajustar conforme o environment.
-Pelo que depreendo das suas palavras o Professor, recorre mais à análise técnica do que à fundamental ….
-Não é verdade, para mim a análise técnica é fundamental, não dissocio uma da outra. O jogador pode tecnicamente ser muito evoluído, mas é fundamental que se enquadre no sentido colectivo do jogo, que a sua acção técnica seja uma mais valia para o todo, pois o fundamental é o desfecho final, que acaba por ser a sinergia de um conjunto, que no seu todo deverá ser superior â soma das partes, não sei se me fiz entender ?
-Perfeitamente!!!! e com muita eloquência, mas então o professor não recorre aos métodos das ELIOTT WAVES ?
-Repare Jonas, eu recorri e recorro a tudo que considero cientificamente uma mais valia. Sempre utilizei na metodologia do treino, ondas electromagnéticas, sonoras, marítimas, hertzianas e outras. As de Eliott, sinceramente ainda não as reconheço com o carácter infalível, que querem fazer crer….
-Tem toda a razão o professor, pois por vezes verifica-se alguma coerência na Big Picture, mas no trading diário, portanto de curto prazo, denuncia muitas insuficiências……
-Sim…..também acho, tenho um amigo que recorre muitas vezes a esses riscos, mas já me disse que arriscar com os riscos, também é arriscado…..eu continuo com a minha, o verdadeiro BIG PICTURE, é a praia do molhe, no Restaurante do Molhe, a comer uns bolinhos de bacalhau, saborear um copo de cerveja, ler o jornal, com aquela vista única sobre o Atlântico, tanto de Verão como de Inverno….isso sim é o Big Picture…..o resto, sinceramente acho que são litles pictures….
-O que aconselha aos nossos leitores, para uma carteira equilibrada ?
-Jonas, eu não gosto muito de dar conselhos sobre as carteiras de cada um. Já vi bitaites sobre carteiras, que depois foram uma desilusão. O que posso dizer, é que devem procurar uma carteira apropriada, se usa mais cartões de crédito do que dinheiro, pode ser uma carteira mais pequena. Se a guarda no bolso das calças, procure uma mais resistente, que não dobre com facilidade. Se gostar de ter fotos da família, então deverá ter uma maior, com vários compartimentos. Uma carteira é um espólio pessoal, mas que também reflecte a nossa forma de estar na vida.
-Prof. qual o momento de vender os títulos ?
-Esse é dos problemas mais intrincados, Jonas, pois por vezes as pessoas compram, ficam com os títulos muito tempo….pois estavam a perder mais de metade do que investiram e no momento aconselhável para os devolver ao mercado, não senhor, não vendem....ganharam afectos...foram anos de convivência, já não é pelo que valem, mas sim pela companhia..., gostam de ver no extracto aquelas acções..., ficam com pavor de se sentirem abandonados….. argumentam de que vai subir mais….mas não é verdade, não querem é perder aquelas acções adquiridas, sabe-se lá, se num pico de paixão…..é do foro psíquico não do financeiro….em síntese… é amor ….e isso não se vende. Aconselho a quem seja muito susceptível de apaixonamento, que não se envolva no mercado de capitais, pois vai ter ou perdas financeiras ou desgostos por solidão.
-Professor, é famosa a identificação que faz entre empresas cotadas e os CEO, pode referir-nos algumas ?
-Não é muito aconselhável, Jonas, pois poderiam ser mal entendidas as conotações que naturalmente para o cidadão comum têm sentido, mas para outros nem tanto, de qualquer modo vou dar dois exemplos para vocês adivinharem: os merceeiros e o lavadinho que fazem parte do PSI20.
-Professor, para terminar, uma mensagem aos leitores do JRW.
-Sejam felizes, by the way on the road……
-Professor, estamos muito reconhecidos pelas suas palavras, que por vezes metaforicamente, foram uma fonte de ensinamento.
-Obrigado Jonas, foi um prazer, até breve.
O pedagógico Prof. Nani Gonzal, contribuiu com a sua tradicional fluência, para o esclarecimento dos leitores mais familiarizados com estas coisas dos mercados de capitais e deixou pistas muito interessantes, sobre estratégias a adoptar para quem pretende intervir no mercado.


jonas dos santos

POLITICA


       TODA A VERDADE
À redacção do JULIUS RIMANTE tem chegado um profuso número de emails, a saber das razões porque ainda não ouvimos o líder da oposição Podre Passo de Coelho.

Para esclarecimento dos leitores, já havíamos solicitado diversas vezes uma entrevista, mas que sempre nos foi negada por razões de agenda.
Podre Passo no intervalo das suas viagens para Espanha, acedeu a uma pequena entrevista, para esclarecer algumas questões que muitos leitores nos colocaram.
P- Dr. Passo de Coelho, um leitor endereça-nos uma pergunta que de imediato lhe colocamos. A mesma diz” …perguntem a essa marionete do Ângelo, que parece um papagaio bem-falante, mas que dá a ideia de que não percebe nada do que diz, que ideia foi essa da revisão constitucional”.
R- Agradeço a oportunidade e as amáveis palavras do v. Leitor, que me dá o mote para explicar. Como sabem a Constituição tem de ser revista, o que concordei de imediato. Aquilo de a Constituição estar em livro já se não usa. Os países mais avançados apresentam a Constituição numa revista, bonita, com cores e fotos alusivas. Foi aquilo que em primeira instância pretendi, uma Constituição em revista com periodicidade mensal. Mas não fazia sentido se não a modernizássemos, daí as alterações propostas.
P- Os despedimentos por facto atendível?
R- Claro.
P- O que se pretende com facto atendível?
R- Foi um lapso, eu disse entendível, mas veio a público atendível.
P- E o que é isso de atendível ou entendível?
R- É tudo aquilo que se entende e que leva ao despedimento.
P- Pode ser mais explícito?
R- Ainda não chegamos a uma versão final, mas segundo o Ângelo, um dos meus conselheiros, é um facto que a entidade patronal entenda como atendível para despedir um empregado.
P- Mas isso não é muito vago e pode levar à discricionariedade?
R- É natural, ainda que eu não entenda bem o que pretende com a palavra, mas se bem percebo; é que o despedimento deve ser discreto. Eu acho que sim, o empregado deve ser despedido mas com muita discrição. Segundo o Ângelo, um dos meus conselheiros, se a entidade patronal entender que a acção do empregado, ou a falta dela, é susceptível de ser atendível para despedimento, há toda a legitimidade.
P-???
R- Se me permite ainda, é importante perceber que essa calúnia de que estamos a liberalizar os despedimentos, é completamente infundada. O que nós dizemos, é que é legítimo despedir; se o facto for entendível, atendível, compreensível, perceptível ou em última instância; previsível, cabendo naturalmente à entidade patronal, como órgão responsável, verificar se estão cumpridas as condições constitucionais. O meu conselheiro Ângelo, é da opinião que as empresas com mais de 10 trabalhadores, disponham de um constitucionalista avençado.
P- Dr. Passo de Coelho, um outro leitor refere num email, que passamos a transcrever literalmente ” …o que é que esse palhaço disfarçado de político enlatado, pretende com a reforma do serviço nacional de saúde? Liberalizar o negócio para o Ângelo e outros que tais?”
R- Agradeço que me faculte o endereço de email do seu leitor, para lhe poder responder pessoalmente à amável saudação, Sobre isso já se falou muito. O que se pretende com a medida é que quem ganhe mais que 475 euros mensais e como sabemos é uma parte significativa da população, segundo o meu conselheiro Ângelo, terá de acorrer aos hospitais privados, libertando para os serviços públicos a restante população, essa sim carenciada.
P- Mas isso é um retrocesso no Serviço Público de Saúde, a que todos os cidadãos têm direito.
R- Não é retrocesso nenhum, pelo contrário é um avanço.
P- Avanço como?
R- As pessoas passam a ser muito melhor atendidas nos hospitais públicos, não vai haver listas de espera. Todos os internamentos vão ser em quarto particular. Os pobres vão enfim poder ter todas as regalias dos mais afortunados. O que é incrível, é que nos acusam de política anti-social.
P- Dr. Passo de Coelho, deve haver aí alguma confusão. Isso vai ser negócio para as clínicas e seguradoras.
R- Pois vai, mas e qual é o mal? São organizações privadas que necessitam de clientes e temos a obrigação de criar condições de desenvolvimento a quem quer investir na saúde. De qualquer modo já há grupos que cheguem, segundo o meu conselheiro Ângelo. Eu conheço muitos empresários do sector e acharam a ideia brilhante, pois vai libertar o orçamento do Estado e nacionalizar os rendimentos das famílias.
P- Como sabemos que o seu tempo está limitado, colocamos mais uma questão, posta por email, de um leitor do JRW: “…a nossa sina como país, é ter a infelicidade de ter dirigentes do calibre do que lá está e daquele que para lá quer ir. Completos incompetentes, mentirosos, sem experiência profissional de governo de uma oficina, quanto mais de um país, mas são esses que têm o dislate de se proporem, pela ausência dos outros, esses sim, que têm o dever patriótico de assumirem as suas responsabilidades, mas refugiam-se. Esse tal Coelho é mais um pombinho sem habilidade para a causa. Conseguiu chamar a si as atenções, pelas piores razões, libertando o colega da pressão pública, não fosse ele demitir-se e para assim se aguentar mais um tempinho na oposição, porque não tem ideia nenhuma de como há-de governar. O que é que anda a fazer em Espanha? Estágio? Ou será o futuro regente ao serviço da coroa espanhola, como D. Miguel de Vasconcelos?...”
R- As observações desse leitor têm toda a pertinência e se me permite, vou-lhe responder. Estou a tentar a União Ibérica, para fazer face à crise. Juntos é mais fácil ultrapassar as dificuldades. O meu conselheiro Ângelo, que trabalha para várias empresas espanholas, já o referiu várias vezes e eu estou de acordo. Agora que são campeões do mundo, podem-nos ajudar muito e ando a assistir ao início de época do Mourinho, pois vou ter o mesmo problema quando chegar ao governo. Ele tem muita experiência no comando de grandes equipas e eu ainda nem por isso. Quando trabalhava era apenas eu e a secretária.
Foram estas as palavras de Passo de Coelho, que quer se goste ou não, foi directo, não se refugiando em lugares comuns, satisfazendo algumas das questões postas por leitores do JRW. A agenda do candidato, não nos permitiu mais perguntas, mas comprometeu-se em nova oportunidade a alargar o âmbito da entrevista.

ANGOLA NEWS

O JULIUS RIMANTE traz hoje até aos leitores, as últimas novidades vividas durante a FILDA, que é o certame mais representativo da actividade económica em Angola, com a presença de centenas de expositores dos vários continentes.
O nosso enviado especial visitou todos os pavilhões da Feira Internacional e anotou uma melhoria qualitativa relativamente a anos anteriores, o que antecipa a recuperação da economia de Angola, que certamente será mais acentuada e rápida que em Portugal.
Com os preços do petróleo em aceleração, a actividade começa a evidenciar um novo impulso, que naturalmente será mais palpável a partir do 1º semestre de 2011.
A presença de personalidades incontornáveis no meio económico e de outras áreas está patente na recolha que efectuamos e que não deixamos de trazer aos leitores.

G8


O G8 reuniu em Luanda, tendo tomado  deliberações, como as relacionadas com a política ambiental global, em que estabeleceram a proibição de emissão de CO2 no mar, tendo os signatários aumentado as quotas de emissão, mas apenas para a atmosfera. Era uma medida aguardada com expectativa e que veio confirmar o que os especialistas tinham já prognosticado. Esta importante decisão, permitirá que o buraco do ozono seja bastante ampliado, o que tornará mais fácil o envio de aeronaves de grande envergadura para o espaço sideral. A Jerónimo Martins e a Sonae regozijaram-se pela medida e pretendem instalar os primeiros Pingo Doce e Modelo na Lua, já em 2011, com a particularidade de estarem abertos ao domingo.
A presença de Bush na reunião de Luanda do G8, foi vista com grande perplexidade pelos analistas, mas soube-se posteriormente que se tratou de uma visita de cortesia, pois faz parte do staff da Exon, a petrolífera americana representada na FILDA.

 G4


Também o G4, assim denominado o grupo das 4 gerações, reuniu-se à margem do G8, afim de discutir as importantes medidas para evitar a desertificação das cidades durante o Verão. Foi deliberada a criação de um sistema de senhas pessoal e intransmissível, que dará acesso às praias. Ficou estabelecido 6 senhas mensais por cidadão.
Ouvimos 83 MUTE,  engº desambientalista e o portavoz do G4,   sobre a exequibilidade da medida.
P- Engº 83 MUTE, diga-nos, acha possível o sistema das senhas para controlar a saída das cidades?
R- Acho e tem de ser. Caso contrário as cidades parecem os estádios construídos para o Europeu.
P- Mas 83 MUTE, quem vai emitir as senhas e como serão entregues aos cidadãos?
R- Muito simples, é emitido um cartão tipo passe social com 6 destacáveis por cada mês. O fiscal da praia, corta o destacável sempre que o cidadão entra na portagem da praia. Estamos a prever criar um sistema tipo via verde, mas só para 2011.
P-Mas isso é para quem se desloca de viatura e os outros?
R- Nada disso, a portagem é para os cidadãos. Isto para evitar medidas mais gravosas equacionadas pelo G4, tais como marés negras provocadas. As cidades não se podem despovoar, é um prejuizo imenso para a economia e desorganiza o todo o ecossistema envolvente. Sem fluxos de viaturas e pessoas, as emissões de CO2 são altamente reduzidas, o que estreita o buraco do ozono, que pode ter consequências devastadoras para as gerações actuais e futuras. Como viram, os nossos colegas do G8, já tomaram medidas para corrigir a diminuição do aquecimento global que já se começa a sentir. O efeito de estufa não pode parar, era um desastre para todos, até para os ambientalistas, pois deixavam de ter razões para protestar. Isto é uma causa global.
O JRW, dá conta desta política que parece contraditória, mas a ciência tem destas coisas.

G1
 

Também o G1 – Grupo Unipessoal, reuniu para decidir sobre a entrada de um novo membro, para formação do G2. Sobre isso falamos com Vitorino Back, o único membro efectivo do G1.
P- Engº Vitorino, o G1 passará a G2, ou o tema ainda não está suficientemente discutido para uma decisão?

R- Os alargamentos são sempre merecedores de grande debate e reflexão. Temos tido reuniões e debatido muito, mas ainda não chegamos a uma decisão final.
P- Temos??? Mas o G1 não tem só 1 membro?
R- Claro senão não era G1, quando digo temos, quero dizer eu e a minha consciência. A entrada de mais 1 membro é muito discutível, aceitamos para já, o estatuto de observador, depois se verá.
P- Mas qual a função do G1?
R- Isso será discutido posteriormente, para já, também nada está definido. O G1, não é mais um grupo, é uma organização internacional, com sentido de responsabilidade que se propõe contribuir para o desenvolvimento equilibrado, sem assimetrias nem despesismos supérfluos.
P- A sede do G1 será em África?
R- Não se sabe, vamos reunir em Assembleia Geral em Portugal na próxima semana, para decidir o que melhor for para a organização. Confidencio que África, poderá ser, mas a Europa, a Ásia, a América e a Oceania são hipóteses. Estes e apenas estes, são os destinos possíveis da sede do G1, quaisquer outros são pura especulação não são da nossa responsabilidade.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Luanda foi palco da inauguração de uma moderna fábrica de cerâmica no CACOACO, nos arredores de Luanda, tal como o JRW, deu notícia na semana anterior.
O sucesso da empresa portuguesa responsável pelo projecto, ficou patente na presença das altas individualidades que assistiram ao arranque da fábrica.
Obtivemos uma curta entrevista de um dos responsáveis pelo êxito da missão, para que nos desse uma panorâmica do barro em Portugal.
P- Engº Zé Ge, diga-nos o barro tem capacidade de progressão?
R- O barro por si só, não progride. É uma matéria inerte, mas estamos a fazer um grande esforço de investigação para pôr o barro a andar.

P- O Barroso quer dizer?
R- Não, o barro mesmo…
P- Mas isso seria notável…
R- Pois seria, acaba-se com esse dichote de "pôr o barro à parede…."; ter-se-á de atirar a parede ao barro…caso contrário o barro vai e é um prejuízo...
P- Mas há cerâmicas com problemas, veja o caso da Bordalo Pinheiro…
R- É natural, foi uma cerâmica revolucionária numa determinada época. Havia aulas de sexualidade suportadas exemplarmente nos trabalhos da BP, actualmente os programas de computadores em 3D  com grande movimento, fizeram com que os ícones estáticos da olaria, perdessem admiradores.
P- Engº Ge, está confiante no barro?
R- Claro, essa de se andar sempre a dizer que “fulano de tal tem pés de barro…”, vai finalmente ser uma realidade. Estamos a desenvolver um protótipo de uma prótese em barro, destinada ao pé, que será revolucionária e permitirá ao utilizador ter um andar magnífico com a prótese em barro enriquecido. A temperatura será regulável, com ar condicionado e um sistema de travagem ABS para estabilizar o outro pé.

O JRW continuará em Luanda, para acompanhar o quotidiano deste grande país de expressão portuguesa, levando aos leitores o que de mais relevante ocorrer.

FINANÇAS

                   Bancos portugueses passaram nos testes de stress


Fomos falar com o Presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Alvarenga, sobre os testes de stress, que hoje foram tornados públicos.

P- Sr. Presidente, tem fé em que a CCAM de Alvarenga, passou no teste de stress?
R- Eu acho que sim, apesar de ter sido uma semana de muito stress para pôr tudo em ordem, antes que os fiscais do stress chegassem.
P- Mas em que consistiu o teste?
R- Chegou a brigada do stress por volta das 9 horas, constituída por 6 fiscais que se identificaram, fardados, de óculos escuros e que de imediato interrogaram as pessoas que estavam na agência.
P- Interrogaram como?
R- Interrogando…
P- Certo, mas quais as interrogações?
R- Começaram por chamar os empregados da agência um a um e questionaram-nos se andavam stressados…
P- O que responderam os quadros da Caixa?
R- Os quadros não responderam nada, porque só temos 2 e são de pintores pouco conhecidos, foi oferta de 1 lavrador cliente da Caixa, pelo Natal.
P- Refiro-me aos empregados da agência…
R- Ai esses…disseram que não havia stress nenhum, tudo se fazia com muita calma. Temos normalmente 3 clientes por dia, o que é aceitável e são atendidos com muita calma, sem stress. É verdade que por vezes há dias que tem mais movimento e por vezes chegamos aos 5 atendimentos, aí sim, já se sente algum stress, mas como é muito raro, nem se tocou nesse assunto.
P- Mas os fiscais não foram analisar as reservas de caixa e os activos?
R- Que eu tivesse visto, não, mas eles entravam e saíam sem dizer nada, pode ser que fossem ver as reservas, sem que nós percebêssemos, mas as nossas reservas são boas…não temos qualquer receio,
P- A que reservas se refere?
R- Isso não sei, mas aqui a terra é boa, os clientes na sua maioria são lavradores bem instalados, portanto as reservas agrícolas também cumprem.
P- Questionaram sobre os activos da CCAM?
R- Questionaram mas não faltou ninguém, nem está ninguém de baixa. Viram todos os activos, até a empregada de limpeza estava presente. Entregamos a folha da segurança social, para comprovar que os activos eram os que estavam na Caixa. Ficaram satisfeitos, até pela prontidão e organização com que respondemos a todas as questões.
P- Sobre os capitais próprios da caixa, que é uma das rubricas do teste anti-stress, que responderam?
R- Aí até podíamos falar pouco porque há o sigilo bancário, mas como nós não escondemos nada, demos uma relação dos capitais do pessoal da agência, que no total deu cerca de 46.000 euros, sem abater o crédito à habitação do Albano, que é o caixa da Caixa.
P- Então perante uma crise que surja, a Caixa parece apta a responder sem grande stress?
R- É evidente, os nossos cliente não correm riscos. Aqui há muito rigor, apoiamos com o crédito a actividade da lavoura. Se tiverem 10.000 euros a prazo, emprestamos até 50 %, desde que a totalidade fique cativa até pagar a dívida à Caixa.
P- Mas isso é emprestar o dinheiro dos próprios…
R- Pois é….mas o que queria? Que emprestasse o meu….e não se esqueça que está cá guardado, não há risco, temos guarda-nocturno e televisão.
P-A Csixa de Alvarenga está exposta a  dívidas soberanas?
R- A quê?
P-Dívida soberana, ou seja, a dívida pública de Estados...
R- Nem pense nisso. Só emprestamos à lavoura, quando fizeram os estádios para o europeu vimos logo que era um risco grande. Se tivesse sido feito um estádio em Alvarenga é evidente que entrávamos, mas assim nem pensar. Aqui não se investe em futebóis.
Durante a entrevista recebemos a informação que a CCAM passou no teste e demos disso conhecimento ao Presidente.
P- Sr. Presidente a Caixa passou no teste anti-stress…chegou-nos agora a informação do nosso repórter em Bruxelas.
R- Como???? A sério???
P- Sério…
R- Graças a Deus,,,,,Deus seja louvado….Colegas….- (o Presidente a chorar convulsivamente, chama os restantes 4 empregados da agência e dá-lhes a boa nova, em grande gritaria)
-Rapazes PASSAMOS NO TESTE!!!!
-Como ???? passamos no stress? – questiona o caixa, ainda incrédulo.
-Passamos Albano….PASSAMOS ALBANO- grita num choro de alegria, o presidente agarrado ao Albano, que desata também num pranto ainda maior, soluçando…”Bendito S. Onofre….que ouviu as nossas preces…”
Os outros abraçam-se também num choro colectivo, que quem não soubesse, pensaria que a Caixa tinha reprovado no teste do stress.
“oh que graça de S. Benedito”- clama a empregada de limpeza, com a vassoura apontada para o céu.

Eduardo Gomes, que trata do crédito agrícola e que tinha acabado de atender um cliente com um projecto do PRODER de 2002 que aguarda o pagamento do subsídio, ouve a algazarra e todos os camaradas a chorar…
-“não me digam…vamos ser integrados no Ministério da Agricultura?”- dispara como se uma desgraça se abatesse na Agência.
“Eduardinho, nada disso…PASSAMOS NO STRESS”- informa a empregada da limpeza, Clotilde, com olhos grandes e sem 3 dentes da frente, o que provocou o completo embaciamento dos óculos de Eduardo, ao ponto deste pensar que chovia na agência.
“S. Judas Tadeu, louvado seja seu santo nome, grande graça nos concedeste”- de joelhos Eduardo fez as saudações típicas dos islâmicos, com a cabeça e os braços abertos a tocar o chão e de seguida voltado para o céu, em movimentos contínuos.
P- Receou o teste anti-stress, Sr. Presidente?
R- Para ser sincero, andava stressado, aliás a agência que nunca teve stress, andava toda stressada, mas a S. Torcato, não nos abandonou. Alvarenga pode estar orgulhosa da sua Caixa, que é uma Caixa Forte e sem stress. Os clientes podem estar tranquilos, porque vão continuar a ser atendidos com  calma e o dinheiro fica em boas mãos. O Albano  é um caixa dos melhores, ao ponto de lhe cortarmos o abono para falhas, porque nunca houve falhas. O nosso lema vai passar a ser: A Caixa de Alvarenga olha pelo seu interesse, sem nenhum stress.

O JRW por feliz coincidência, foi quem deu a notícia aos empregados da agência e a todos os santos que participaram, da aprovação em Bruxelas, no teste de resistência, dito stress, que considera a CCAM de Alvarenga como uma instituição sólida e apta a responder a crises imprevistas

ECONOMIA

   O MERCADO ANGOLANO E AS PMEs PORTUGUESAS

O Sr. Presidente da República decidiu em fim de mandato visitar o Estado Angolano, o que pode ser entendido como o lançamento da sua recandidatura. É pena que os interesses políticos, nem sempre sejam coincidentes com os interesses dos agentes económicos.
Referenciou como factores de importância fundamental, estarem em Angola 80.000 portugueses e este ser o 4º país consumidor dos produtos exportados por Portugal.
Verdade, mas não de agora, praticamente desde há 4 anos a esta parte, Angola tem uma importância acrescida para a economia portuguesa. Se o objectivo da viagem, foi o desbloquear dos créditos das empresas nacionais, isso demonstra a ineficácia do governo para a diplomacia económica. O Jornal de Angola no seu editorial do dia após a chegada do PR,  refere que era escusada a vinda do cobrador do fraque. Apesar de alguma subjectividade no artigo, ele direcciona claramente os destinatários. A criação de comissões para análise da política de vistos entre os dois países, é mais um momento de retórica, pois há vários anos que esse é um problema que não tem tido evolução satisfatória para os agentes de ambos os países.
Ainda que o meu conhecimento da realidade angolana seja  curto, é já suficiente para uma abordagem simples, que se pode sintetizar em alguns pontos, que não sendo exaustivos, merecem reflexão.
As dificuldades no espaço europeu e a redução do consumo privado, empurrou muitas pequenas e médias empresas para a experiência angolana, numa lógica completamente desfocada da realidade, que tem já provocado avultados prejuízos e retiradas penosas. Como é evidente, o artigo visa as PMEs, pois as grandes organizações nacionais, dispõem de canais de penetração e recursos, que não estão ao alcance das de menor dimensão.
1º- Os organismos oficiais portugueses e alguns líderes de opinião, incentivam a deslocalização, sem uma capaz avaliação do mercado, nem estudos que a suportem. O apoio no terreno é insípido e sem relevância. Deveriam ter uma acção mais ponderada, incentivar à realização de um  estudo de   oportunidade e um nível de aconselhamento técnico, que não dispõem.
2º- As empresas assumem riscos financeiros elevados, através da criação de estruturas, que têm custos muito diferentes de Portugal. Rendas, aquisição de património imobiliário, construção e logística de funcionamento, têm impactos importantes, que muitas das vezes e erroneamente, os promotores entendem que o mercado absorverá.
3º- Grande parte das PME que se instalam, em vez de entenderem o mercado angolano, como um novo ponto de colocação de produtos, que não deve diferir da estratégia de entrada num país europeu, com padrões de qualidade elevados, opta por enviar contentores com mercadorias, a que muitas das vezes não consegue assistir no pós-venda, desacreditando a marca e o produto.
(administrador de PME e de uma grande empresa,  em Angola)
4º. A ida para o mercado sem um parceiro local, credível e conhecedor da realidade de Angola, é outro factor de importância no insucesso. De uma maneira geral, os portugueses não conhecem a realidade do negócio e muitas das vezes, avançam sem qualquer plano de negócio e sem uma estratégia adequada.                                              
5º- A entrada no mercado angolano, é claramente contraproducente para simples comerciantes. Fabricantes, construtores e produtores, têm muito mais probabilidade de êxito, que aqueles que enviam contentores com mercadorias adquiridas a terceiros, que na sua maioria já se encontram no país a preços competitivos.
6º-A política de vistos é um óbice de grande impacto na gestão do negócio. Sem vistos de trabalho para técnicos e responsáveis, grande parte dos nacionais, sujeita-se a graves penalidades, caso exerçam actividade profissional. A celeridade na concessão dos mesmos não é satisfatória, o que provoca em muitos casos, exercício ilegal de profissão e a necessidade de 90 em 90 dias, saírem do país, para poderem renovar o mesmo. Esta situação provoca danos não despiciendos, pois o trabalho dos técnicos é interrompido, para além da oneração dos custos.
7º-A concessão de crédito não faz parte da tradição comercial, pelo que o negócio tem de se adaptar a esta realidade do país.
8º- A actividade baseada no fornecimento de bens não transaccionáveis, portanto que se destinem a indústrias e infra-estruturas, têm mais probabilidade de êxito, que aqueles que se destinam ao consumidor final. A forte concorrência de países emergentes em vários segmentos do produto, não aconselha investimentos nessa área.
9º-Os capitais próprios têm de estar adequados às necessidades de recursos, pois o custo financeiro é demasiado oneroso para contracção de financiamento local.
10º-Last, but not least, quem pretenda instalar-se terá de viver a maioria do seu tempo em Angola.

Angola é um país jovem com grandes potencialidades, com uma economia que vai ter um crescimento sustentado não assente apenas no petróleo, mas quem entender este mercado sem a devida atenção, como se de um mercado evoluído se trate, arrisca-se a engrossar a estatística dos arrependidos. Não vale a pena depois responsabilizar a falta de agilidade do pais, a burocracia, etc.
Angola é uma realidade diferente, tem as suas especificidades, apresenta dificuldades que para um europeu são surpreendentes, mas os EUA também as têm, tal como a Alemanha, a Espanha, etc. Há porém um factor que é comum, o padrão de qualidade.
Esse tem de vir para cá, como vai para a Alemanha. As empresas têm de ter seriedade na montagem do seu negócio, administrá-lo, terem rendibilidade justa, permitindo que ambos os países se desenvolvam. Rendibilidade justa em Portugal, criando riqueza e promovendo trabalho. Em Angola as organizações deverão procurar cobrir os seus custos, com margens que não onerem demasiado o preço de venda, que tiram competitividade e atrasam a capacidade de investimento do país.
É meu entendimento que o resultado deve estar apenas num dos ciclos. Ao exportador nacional instalado em Angola, a mais valia justa, deverá se obtida a montante, deixando a jusante apenas a margem para a manutenção local do negócio. Caso contrário, poderá liquidar a galinha dos ovos de ouro e que se constitui como uma ajuda fundamental para a manutenção de algumas unidades portuguesas.
A industrialização local, deverá ser um objectivo a médio e longo prazo das unidades que pretendem manter-se no mercado, De uma forma progressiva e sem grandes convulsões, a deslocalização do processo, dever-se-á iniciar pelas operações finais da cadeia de produção, evoluindo à medida que o know how local vai progredindo.
(Angola-20-07-2010)

CINEMA

                                    QUINTINO TARANTINO

O JRW aproveitou a presença de Tarantino integrado na comitiva portuguesa da visita oficial a Angola, sede da próxima reunião da CPLP.
O grande realizador norte-americano respondeu-nos a algumas perguntas e posou para o JRW no conhecido espaço Luandense :“O Lokal”


P-Mr. Tarantino, obrigado por ter acedido ao convite do JRW. Gostávamos que começasse por comentar a crítica que muitas vezes lhe é feita, de ser um realizador que glosa demasiado com a violência.
R- Gulosa???? É verdade esse ponto de vista, a violência é gulosa pois nunca está satisfeita. Os meus primeiros filmes foram o Amor à Queima Roupa e os Assassinos por Natureza, cuja violência está ultrapassada e quando os revejo, são historiazitas de algibeira, com pouco sangue e uma violência muito light.
P- Mas não diversifica os temas, continua fiel a um conteúdo marcado pelo drama e devastação física e moral.
R- Agradeço o elogio e efectivamente a minha preocupação é aperfeiçoar a técnica dos assassínios, suicídios, atrocidades e quejandos. Leio diariamente os jornais de todo o mundo, pois são um manancial de inspiração para os meus filmes.
Cães Danados foi um exemplo dessa pesquisa. O abandono de animais domésticos, prática comum e abominável, retratado nos jornais e televisões do mundo inteiro, inspirou-me a realizar a obra. A revolta dos cães, abandonados por uma sociedade que só pensa no efémero e no cómodo, redundou numa trama de grande violência com os cães completamente danados a atacarem os seus ex-fiéis amigos.
A Lassie, o Rin-tin-tin, o Milú do Tintin e os 101 dálmatas, completamente danados, organizaram um ataque, que pôs Nova Iorque a ferro e fogo.
P- Pulp Fiction está dentro dessa linha. Considerada a obra prima da violência…com personagens verborrágicos…
R- Eu sei, quero dizer, essa do verborrágico, até é possível que seja, mas a ideia não foi a de verborrar ninguém, apesar de muitos espectadores, segundo tomei conhecimento, se verborraram a verem o filme, pois a intensidade, o suspense e o medo, por vezes leva a que os mais sensíveis se verborrem todos.
Mas no capítulo da violência, o que mais me preencheu foi, O Albergue. É um filme de terror profundo, em que envolvo todos: os cães danados, os pulp fiction, os assassinos por natureza, os four rooms, etc. Deu tamanha complicação, que eu próprio perdi o fio à meada e aterrorizei-me com o meu próprio guião. Mas foi muito bem recebido pela crítica, que adora violência e sangue, muito sangue. Cinema sem sangue, não é cinema, é um vídeo sem emoção, é um apanhado. Nos meus filmes ele jorra, mais que a água, só é pena que não salpique o espectador…mas hei-de lá chegar.
P- Projectos?
R- Projectos? Bem a única coisa que tenho em mão, é o da construção de uma câmara de horrores na minha garagem, para me relaxar no intervalo das filmagens. Trabalho 15 horas por dia e quando chego a casa, preciso de distender e usufruir do que gosto, sem preocupações de estética nem de paparazzi….vai ter aparelhos de tortura, cadeira eléctrica, câmara de gás e um pequeno lago cheio de sangue, com pedaços de corpo humano, sempre frescos. Fui contactado por vários fornecedores do mundo inteiro, mas os que me dão mais garantias, são os do Iraque, Paquistão e Afeganistão.
P- Referia-me a projectos cinematográficos….
R- Ah….entendo, ora bem, há uns anos vi um filme que sempre me marcou: “ A Casa que Escorria Sangue”. Sempre achei que era um tema absorvente e muito estimulante. Estou a preparar uma versão mais alargada, que penso que se chamará “ A Cidade que escorria sangue”.
P-Mr. Tarantino, obrigado por esta entrevista, que nos ajudou a melhor conhecer o grande realizador que é, com a particularidade de ter sido recolhida em África.
R- Obrigado eu e desejo para os meus admiradores portugueses, que continuem a verborrarem.se com os meus filmes, pois é um indício de que se aterrorizam e se chocam, que é desde sempre, a minha mensagem para que o mundo seja melhor e mais agradável.

TERRORISMO

                              O inventor da (maldita) vuvuzela


Ao marcar um golo e ver um adepto soprar num chifre de kudu, Neil van Shalkwyk decidiu inventar um som unificador.

  O JULIUS RIMANTE WORLD foi a um local ultra secreto, para o qual tivemos de seguir de cabeça tapada com um capuz, para entrevistar essa personalidade mais perseguida que Salman Rushdie autor de Versos Satânicos...pois enquanto o escritor foi condenado à morte pelos islâmicos, o criador da VUVUZELA, está em perigo de vida em todos os continentes. As ameaças de morte e de prisão perpétua fazem parte dos noticiários de todo o mundo. Recompensas fabulosas a quem informar sobre o seu paradeiro, são afixadas inclusive, em árvores dos jardins, para além de qualquer esquadra de bairro de um qualquer país, expôr a fotografia de Shalkwyk em tamanho XL e considerando-o um delinquente altamente perigoso. Bin Laden, tem fotografia de tamanho mais reduzido.
Atendeu-nos numa tenda de campanha nos confins da selva, com uma equipe poderosamente armada, todos de camuflados e com olhares muito desconfiados para nós. Reparamos que todos traziam à cintura duas vuvuzelas de grande porte às cores, prontas a ser desembainhadas à menor suspeita de ataque.
P- Como se sente nesta situação? Inventaria novamente a vuvuzela?
R- “Hasta la muerte”
P- Falou espanhol por causa da vitória da Espanha?
R- Não, porque o meu mestre foi o grande Che...
P- Mas o Che foi o seu professor de trabalhos manuais?
R- Mas quais trabalhos manuais...qual quê....ó homem você faz essa viagem até aqui e não sabe quem é o Che?
P- Desculpe lá a minha ousadia, mas não é o Che....é a Cher....a cantora de 60 anos, mas que parece que tem 25....
R- Porra para o inculto.....ó homem é o Che Guevara....
P- Mas Sr. Shalkwyk, que é que o Che Guevara tem a ver com a vuvuzela? Então o que me está a dizer é que Guevara usava a vuvuzela na luta contra o chamado imperialismo?
R- CHAMADO? CHAMADO??? CHAMADO???
( gritou o meu entrevistado, enquanto começa a puxar lenta e ameaçadoramente da vuvuzela). O meu semblante de pânico, com suores a escorrerem-me pela cara, quando olhava o instrumento, inspiraram a sua misericórdia, pois não desembainhou o perigoso artefacto, odiado planetariamente)
P- Está a chamar pelo Sr. Chamado!!! – falei eu para um guarda que estava a ouvir a conversa-
R- Não se faça de sonso.....o imperialismo não é chamado.....é mesmo...
P- Já percebi que o chamado imperialismo....é mesmo imperialismo, mas diga-me uma coisa, como é para aqui chamado o imperialismo?
R- Quem ataca a vuvuzela?
P- Não me leve a mal e não entenda as minhas palavras, como se eu esteja contra o instrumento, bem pelo contrário, acho o som da vuvuzela mavioso e devia ser obrigatório o seu uso nas orquestras sinfónicas, filarmónicas e até nas bandas rock, mas dizia eu... toda a gente ataca as vuvuzelas....
R- Já entendi que você até nem é tão inculto como parecia, se gosta das vuvuzelas, tem sensibilidade. (foi um alívio, para a pressão que sentia no meio hostil), - mas analise bem, são os grandes meios de comunicação social dos imperialistas que lutaram contra esse maravilhoso concerto de vuvuzelas, a que se assistiu nos campos da África do Sul. Sabe porquê?
P- Não, lá isso não sei...
R- Foi essa clique de comentadores desportivos que não dizem uma para caixa, que foi abafada pelas vuvuzelas....não dizem nada, trocam tudo e felizmente que foram silenciados pelo som dessa gaita fantástica, que eu tive a felicidade de inventar...
P- Ah...pois estou a ver....e tem lógica....
R- Outra coisa, veja bem....quem toca a vuvuzela?
P- Pelo que se percebeu.....toda a gente.....a maioria dos assistentes tinham a mald...(quase....que me fugia...mas emendei...)- a maldimavilhosa vuvuzela...
R- Maldimavilhosa???? – cruzes, o que significa? (desconfiada interrogação...)
P- É do novo acordo ortográfico....significa maravilhosa...mas de uma forma mais fácil de se pronunciar....é influência dos brasileiros...
R- Os brasileiros às vezes em vez de simplificar....complicam... mas essa de... é....maldimavilhosa....olha qu’esta....é bem mais complicada a pronúncia...por isso não admira que tenham sido eliminados pela Holanda...mas dizia eu,  aí está a razão do ódio à vuvuzela....é um instrumento proletário....que qualquer um pode bufar....
P- Realmente não tinha pensado nisso...mas a sonoridade não é muito bem aceite por todos....
R- Pelos reles imperialistas a soldo do capital todo poderoso....e pelos racistas....
P- Racistas?
R- Claro ....não suportam que tenha sido em África que nasceu o instrumento mais popular de todos os tempos....que contudo é anti-rácico, pois foi tocado por brancos e negros..
P- Ah...sim isso é verdade...toda a gente soprava na MER.....(outra vez a gafe...ainda deu para contornar....mas a continuar assim....ainda vai ser uma chatice...)....- ...soprava na merditíssima vuvuzela.-.
R- Você usa cada palavra mais esquisita, mas tá bem....esse tal dito acordo alterou tudo...merdítissima!!!!se já se viu...
P- Sr. Shalkwyk, como vai sair deste imbróglio?
R- Não saio....
P- Vai ficar aqui toda a vida?
R- Não....estou a trabalhar num invento de um instrumento que a vuvuzela comparada com ele, vai ser uma pequena corneta.....ai vai sim senhor....mais 3 meses e o instrumento está na linha ....ainda vão implorar para que se legalize a vuvuzela como instrumento de sopro de eleição....ai ides ver...então não ides....

                                   

E assim foi a entrevista ao inventor da vuvuzela, que se prepara para lançar mais um mortífero artefacto, que pode levar os otorrinos a estatuto de classe privilegiada.

ORGULHO MACHISTA

A mulher desconfiada, pergunta ao marido :
- Com quantas mulheres já dormiste?
O marido responde orgulhoso:
- Só contigo, querida! Com as outras eu ficava acordado!
-Pois....pois....pelo que conheço...coitadas das moças....mais valia apanharem-te a dormir....fazes o mesmo e és menos chato...
                                                                           (colaboração de leitor arrependido pelas noites... mal dormidas)