Ao marcar um golo e ver um adepto soprar num chifre de kudu, Neil van Shalkwyk decidiu inventar um som unificador.

P- Como se sente nesta situação? Inventaria novamente a vuvuzela?
R- “Hasta la muerte”
P- Falou espanhol por causa da vitória da Espanha?
R- Não, porque o meu mestre foi o grande Che...
P- Mas o Che foi o seu professor de trabalhos manuais?

R- Porra para o inculto.....ó homem é o Che Guevara....
P- Mas Sr. Shalkwyk, que é que o Che Guevara tem a ver com a vuvuzela? Então o que me está a dizer é que Guevara usava a vuvuzela na luta contra o chamado imperialismo?
R- CHAMADO? CHAMADO??? CHAMADO???

( gritou o meu entrevistado, enquanto começa a puxar lenta e ameaçadoramente da vuvuzela). O meu semblante de pânico, com suores a escorrerem-me pela cara, quando olhava o instrumento, inspiraram a sua misericórdia, pois não desembainhou o perigoso artefacto, odiado planetariamente)
P- Está a chamar pelo Sr. Chamado!!! – falei eu para um guarda que estava a ouvir a conversa-
R- Não se faça de sonso.....o imperialismo não é chamado.....é mesmo...
P- Já percebi que o chamado imperialismo....é mesmo imperialismo, mas diga-me uma coisa, como é para aqui chamado o imperialismo?
R- Quem ataca a vuvuzela?
P- Não me leve a mal e não entenda as minhas palavras, como se eu esteja contra o instrumento, bem pelo contrário, acho o som da vuvuzela mavioso e devia ser obrigatório o seu uso nas orquestras sinfónicas, filarmónicas e até nas bandas rock, mas dizia eu... toda a gente ataca as vuvuzelas....
R- Já entendi que você até nem é tão inculto como parecia, se gosta das vuvuzelas, tem sensibilidade. (foi um alívio, para a pressão que sentia no meio hostil), - mas analise bem, são os grandes meios de comunicação social dos imperialistas que lutaram contra esse maravilhoso concerto de vuvuzelas, a que se assistiu nos campos da África do Sul. Sabe porquê?
P- Não, lá isso não sei...
R- Foi essa clique de comentadores desportivos que não dizem uma para caixa, que foi abafada pelas vuvuzelas....não dizem nada, trocam tudo e felizmente que foram silenciados pelo som dessa gaita fantástica, que eu tive a felicidade de inventar...
P- Ah...pois estou a ver....e tem lógica....
R- Outra coisa, veja bem....quem toca a vuvuzela?

R- Maldimavilhosa???? – cruzes, o que significa? (desconfiada interrogação...)
P- É do novo acordo ortográfico....significa maravilhosa...mas de uma forma mais fácil de se pronunciar....é influência dos brasileiros...R- Os brasileiros às vezes em vez de simplificar....complicam... mas essa de... é....maldimavilhosa....olha qu’esta....é bem mais complicada a pronúncia...por isso não admira que tenham sido eliminados pela Holanda...mas dizia eu, aí está a razão do ódio à vuvuzela....é um instrumento proletário....que qualquer um pode bufar....
P- Realmente não tinha pensado nisso...mas a sonoridade não é muito bem aceite por todos....
R- Pelos reles imperialistas a soldo do capital todo poderoso....e pelos racistas....
P- Racistas?
R- Claro ....não suportam que tenha sido em África que nasceu o instrumento mais popular de todos os tempos....que contudo é anti-rácico, pois foi tocado por brancos e negros..
P- Ah...sim isso é verdade...toda a gente soprava na MER.....(outra vez a gafe...ainda deu para contornar....mas a continuar assim....ainda vai ser uma chatice...)....- ...soprava na merditíssima vuvuzela.-.

P- Sr. Shalkwyk, como vai sair deste imbróglio?
R- Não saio....
P- Vai ficar aqui toda a vida?R- Não....estou a trabalhar num invento de um instrumento que a vuvuzela comparada com ele, vai ser uma pequena corneta.....ai vai sim senhor....mais 3 meses e o instrumento está na linha ....ainda vão implorar para que se legalize a vuvuzela como instrumento de sopro de eleição....ai ides ver...então não ides....
E assim foi a entrevista ao inventor da vuvuzela, que se prepara para lançar mais um mortífero artefacto, que pode levar os otorrinos a estatuto de classe privilegiada.
Sem comentários:
Enviar um comentário