Alemanha: Restaurante procura doadores para especialidades canibais
O restaurante "Flimé" vai basear-se em cozinha da cultura Wari, um povo canibal da Amazónia. O proprietário do espaço assume as despesas hospitalares dos doadores.
FLIMÉ-Berlim |
Um restaurante brasileiro que vai abrir brevemente em Berlim despertou a curiosidade, mas também a indignação, ao anunciar na sua campanha publicitária que procura doadores para oferecer especialidades canibais aos seus clientes.
"Depois de um exame médico, pode decidir qual a parte do seu corpo que está disposto a doar", diz na sua página de Internet o restaurante "Flimé", cuja localização se mantém ainda em segredo.
O estabelecimento fornece um formulário no qual se solicitam informações pessoais, como a identidade do doador, a idade, as possíveis doenças crónicas, o consumo de tabaco, drogas e álcool, peso e tipo sanguíneo e até se, no caso de uma mulher, está grávida.
O proprietário do "Flimé", o brasileiro Eduardo Amado, anunciou que o restaurante irá oferecer cozinha da cultura Wari, um povo canibal da selva amazónica, em conjunto com receitas clássicas brasileiras.
"Seguindo o velho provérbio wari o importante para nós é que 'comer é mais do que saciar a fome'", afirma Amado no site, acrescentando: "Contemplamos a alimentação como um ato espiritual no qual se assume a alma e a força do ser que ingerimos".
O site do restaurante anuncia que o proprietário assume as despesas hospitalares dos doadores e revela que o "Flimé" será a sua primeira sucursal no estrangeiro, sendo que a sede se encontra na localidade de Guajara Mirim, na Amazónia ocidental.
O restaurante "Flimé" tem a abertura prevista para dia 08 de setembro.
O empresário |
P- O restaurante é um novo espaço da chamada cozinha de criador, como desenvolveu o conceito?
R- A cultura Wari é aquela que está subjacente ao FLIMÉ, na Amazónia como sabe, não há lojas gourmet, nem hipermercados, a comida mais apreciada e a que está mais disponível, é naturalmente a confeccionada com carne humana. Cada um cede o que pode e lhe convém: pés, mãos, narizes, orelhas, pernas, mamas, etc. É normal as famílias fazerem confraternizações, comendo-se uns aos outros, quero dizer, umas comem os membros das outras e vice-versa.
P- Mas na europa o conceito é macabro....
R- Qual macabro? Viu a fila de dadores e dadores que está na porta?
Fila de dadores à porta do Flimé |
R- Meu....que queria que fosse?....credores não há ainda né? Ainda não abrimos...Dadores sim cara....gente a vender pernas, braços, pés, mãos, tá lá gente que quer vender até o cu, com o devido respeito...
P- Mas aceitam todos?
R- Nem pensar cara, naquela fila nem 50 %; fumador, drogado, alcoólatra, idoso e com doenças, está eliminado. Só carne boa, até aos 45. Se aprovado, o dador vai para o repouso durante 2 dias e depois para a área da cirurgia de corte e decepação. As peças recolhidas vão ser decantadas e conservadas em formol, até serem cozinhadas. O dador tem direito a comer uma porção de si próprio, é uma gentileza do Flimé, para com os fornecedores.
Amado no corte |
R- Claro que vai cara, mas temos o departamento protésico que substituirá os membros extraídos. Há dadores que beneficiarão com uma prótese moderna e com new-look.
Armazém de produtos alimentares |
R- Variados, mas a especialidade será um consumé de olhos azuis e feijoada à Wari, com todas as qualidade de carnes: peitos, braços, língua, mãos, pés, etc e a sobremesa será mousse de maracujá com mamilo moído. É evidente que o cliente tem uma variedade de pratos no cardápio, que cobre o gosto dos mais apreciadores, inclusive haverá um buffet semanal de sashimi, só que em vez de salmão, com lombo de coxa fatiada.
bife de nádega |
Dr. Hannibal Lecter 1º cliente |
R- Os alemães são grandes apreciadores de carne humana, na 2ª grande guerra muita gente foi para os fornos, portanto têm larga experiência na culinária deste tipo. Pensamos que vão aderir ao projecto, aliás temos recebido pedidos para abertura de espaços Flimé em muitos locais. A expressão muito em voga de que na sociedade actual "comem-se uns aos outros", no Flimé é levada à risca, aqui come-se mesmo.
Foi esta a apresentação do FLIMÉ, que vai causar furor na capital germânica e se propõe criar um menu de degustação originalíssimo, com essa notável particularidade dos dadores se poderem comer a si próprios.
(@Reportagem do n/ correspondente em Berlin, que entretanto se mudou para Munique: J.Strasse)
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