A CONFIANÇA

-Este governo não é responsável pela situação do país, ponto final, no entanto na campanha eleitoral o primeiro ministro disse conhecer o estado da economia e das finanças do país, reafirmando várias vezes que não poderiam ser pedidos mais sacrifícios aos portugueses, como pretendia Sócrates com o PEC IV. 
- O primeiro ministro ainda não percebeu que a sua ingenuidade foi fatal à credibilidade do Governo.  O Dr. Passos não sabia patavina da situação nacional.
3º-  O país real não tem qualquer confiança na capacidade do actual executivo para solucionar os problemas com que se depara. O voto de protesto em Sócrates, foi a razão da escolha.
4º- A demagogia da constituição de um elenco com poucos ministros, tem gerado uma tremenda insegurança, com ministros a acumular pastas como se fossem superministros e a realidade está a evidenciar alguns mini-ministros – veja-se o exemplo do ministro da Economia a acumular com a pasta do Trabalho -, um desastre em ambas.
5º- A estratégia do Governo até ao momento, assenta no chicote sobre a classe média, sucedendo-se o anúncio de medidas diárias e consecutivas, sempre a castigar uma parte substancial da sociedade, como se esta fosse a responsável dos males de que o país padece.
- O Governo nunca explicou as causas dos desvios nas contas públicas , nem os valores. O Governo chicoteia sem dizer o porquê e para quê. Dizer que se não forem tomadas estas medidas o país entra em falência, é conversa politiqueira.  Tem de explicar o porquê, não chega dizer que tem de ser assim, com o apoio dos banqueiros e comentadores. A sondagem sobre o OE para 2012 é elucidativa sobre a matéria.
- Sem a compreensão e o apoio da sociedade, não só do patronato e banqueiros, a política do chicote vai soçobrar e a instabilidade agravará a vida social e a das empresas.
- O caso BPN é responsável por grande parte do buraco nas contas públicas, o que se passou no BPN?  Se os contribuintes estão a ser chamados  a pagar o default do banco, têm de perceber o que aconteceu.
9º- Alguns ministros na sua sanha anti-classe média, desancam-na, numa aparente protecção dos interesses dos bancos e não dos empresários. Diminuição das férias, aumento do tempo laboral e redução de salários,  podem  até ser medidas  transitoriamente adequadas, mas a forma inábil como são postas,  permitindo a leitura de que pretendem privilegiar o capital em detrimento do trabalho numa lógica monetarista, conduzirá a uma conflitualidade que arrastará muitas micro-empresas para a falência.
10º- O Governo parece um conjunto de pessoas na sua maioria sem qualquer experiência política ou empresarial relevante,  que age a reboque das contas do ministro das Finanças e segundo a sua teoria  de paixão: a monetarista.
Concluindo, o chefe do Governo com os seus discursos consecutivos de empobrecimento e desgraça, elimina  um factor que em política é decisivo: a confiança.  Ele fá-lo por medo, ele fá-lo para justificar todas as medidas que o ministro das Finanças impõe. Para se lutar contra a crise, a  confiança é um factor crucial, - veja-se a Irlanda-  mas o Dr. Passos que não tem calibre para mais, aterroriza a sociedade com um fado de faca e alguidar.  Até pode ser que seja necessário tudo e mais alguma coisa, mas as pessoas não confiam no mensageiro para as implementar, um mensageiro que desconhecia o que levava na carta.

Sem comentários:

Enviar um comentário