O ERRO DE CASTING


Os activos no futebol são como nas empresas: valorizam-se e desvalorizam-se. Os activos que constituem a equipe profissional do FC do Porto, desde o início de época devem ter tido um afundanço idêntico ao BCP.
O erro de casting que foi a escolha do técnico que substituiu Villas Boas, conforme em devido tempo comentamos, teve hoje o seu epílogo.
Percebeu-se desde cedo e particularmente desde o jogo com o Benfica, que o técnico não estava à altura dos activos que estavam à sua guarda. A Administração demorou muito a agir e já sacrificou grande parte da época.
A emergência de substituir Villas Boas, que apanhou de surpresa os dirigentes e adeptos do FC do Porto, foi solucionada de uma forma incompatível com o prestígio dos dragões. Pereira pode ter sido um óptimo adjunto, mas para técnico principal indiciou carências desde o início.
Pedro Emanuel no jogo de hoje ainda cavou mais fundo o erro, se alguém da anterior estrutura técnica teria capacidades para dar continuidade ao trabalho do ano anterior, só ele deveria ter sido  escolhido.
Esmagado psicologicamente, desalinhado do treinador, sem combatividade nem qualidade, o Porto tem-se arrastado como um campeão  triste e sem ambição. Será que Falcão valia a equipe toda?
Um bom mestre de obras não é um engenheiro e Pereira demonstrou-o.
Quando saiu Mourinho o Porto fez a travessia do deserto, mas nessa época perdeu activos importantes que foram com o técnico: Deco, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, desta vez apenas saiu Falcão e a equipe reforçou-se com jogadores de potencial elevado.
O comandante como se vê,  é a peça chave do puzzle e essa de se dizer que “com aqueles até eu era campeão”, está à vista.
Quem decidiu errou, tem de tentar corrigir o tiro, mas as perdas são já incontornáveis e algumas irrecuperáveis.
Surpreendente que uma organização como a dos campeões nacionais e vencedores da Liga Europa, tenha demonstrado tanto amadorismo numa questão central. Foi tão arrogante e demasiado confiante nos seus activos, que descurou a escolha do gerente, admitindo que qualquer um serviria, mas não serviu...

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