ESTRANHA FORMA DE VIDA


Portugal e Grécia estão falidos, dêem os argumentos que quiserem, justifiquem com o que entenderem, a realidade é absolutamente esta: ambos os países não têm quaisquer condições de sair do estado em que se encontram pelos próprios meios.
Os 2 países só conseguem sobreviver com empréstimos para pagar outros empréstimos e para continuar a respirar diariamente. A dívida mesmo com austeridade fortíssima continuará a crescer, pois compram e consomem muito mais do que conseguem exportar ou substituir importações. Isto é irrefutável, a vida dos gregos e portugueses continua dependente dos empréstimos do estrangeiro e assim continuará durante muitos anos. A incapacidade de auto-suficiência é absoluta.
Não é de um dia para o outro que se põe uma empresa a exportar, até se consolidar um mercado demora anos, a lógica exportadora como desígnio nacional é uma miragem.
Para ajustar o nosso consumo privado à produção interna teríamos de o reduzir cerca de 25 %. Se pensarmos que com uma quebra de 3,5 %, que é o que se prevê para 2012, o desemprego dispara para cerca de 14 %, o que aconteceria com uma redução de consumo privado de 10 % ? e se fosse 25 % ?
A vida do Estado, das empresas e dos particulares tem um denominador comum é o euro. O euro não é fabricado na Casa da Moeda, entra em Portugal e na Grécia por vendas de bens e serviços e sai para compras de bens e serviços e como estes são muito superiores aqueles, pede-se emprestado nos mercados, que nos fecharam as portas, resta o BCE . Chega de ilusões, os apertos e as austeridades servem para tentar demonstrar até à exaustão que somos pedintes sem remissão, mas humildes e que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que os nossos senhores nos continuem a dar as esmolas do empobrecimento.
A greve geral tem todo o sentido se for contra a governação da U.E, porque se é para combater o Executivo, tirem daí a ideia, pois não tem poder de decisão. Preparem-se porque vai piorar muito. As bolsas estão a dar o alerta, os outros vão-nos fazer companhia na recessão e isso vai-lhes tirar margem de manobra para apoiar os mais desfavorecidos.
Todos falam da falta de uma estratégia política para o crescimento, mas com quê ? com subsídios?  e direccionado para onde? para a agricultura, pescas, exportações? ou para aumentar o consumo interno? Expliquem-se pois há 30 anos que não existe estratégia, basta ver a nossa competitividade.
Podem dourar a pílula como quiserem, mas não há volta a dar, somos insolventes e não temos condições de sair deste buraco pelas nossos meios. Euros precisa-se, emprestados, mas de preferência dados...
Por cá e pela  Grécia só há uma possibilidade: subsídios a fundo perdido da U.E e um programa de desenvolvimento industrial para modernizar o tecido produtivo, o resto é treta para enrolar credores e residentes.

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