As notícias do mundo da
economia nesta 3ª feira de Novembro, seguem o padrão normal dos tempos que
temos vindo a viver, com uma cadência notável na degradação a que os poderes políticos e financeiros
europeus não conseguem responder.
As opiniões contraditórias
dos responsáveis políticos da U.E, uns a favor de maior intervenção do BCE,
outros limitando a acção do banco central ao controlo da inflação, está a levar
ao deslizamento gradual mas firme, dos
rating dos vários países que compõem a zona euro.
As mudanças de governo
por via eleitoral (Portugal e Espanha), ou por pressão da austeridade que tem
provocado demissões dos executivos eleitos, substituídos por tecnocracias
(Grécia e Itália), não têm qualquer efeito prático sobre a benevolência dos
mercados, que pelo contrário, têm agravado os juros das dívidas soberanas e o
preço dos seguros de incumprimento (CDS) que atingem recordes em toda a Zona
Euro.
Para os mercados da
dívida, a cor política dos executivos é
despicienda, operam sobre dados objectivos: défice público, endividamento
externo e capacidade da economia para gerar crescimento, que permita reembolsar
credores de capitais e juros.
O estranho, é que o
mesmo critério se aplicado há 5 anos atrás ou mais, produziria o mesmo
resultado que actualmente, as economias dos países mais frágeis não comportavam
o crescimento da dívida como ela se ia processando. Grécia, Portugal, Itália,
Espanha e outros que rapidamente lhes seguirão as pisadas, assentavam o
crescimento nos empréstimos externos e não no incremento da economia real.
Cresciam, mas cada vez deviam mais do que o que cresciam, por outros palavras,
construíam, compravam coisas, serviços e financiavam défices públicos, com
dinheiro pedido no exterior.
Consecutivamente
gastaram mais do que produziram. Parando o caudal de dinheiro que provinha do
exterior, o estrangulamento financeiro foi um ápice. Não havendo novos
empréstimos, está em causa o pagamento de outros empréstimos anteriores, os
juros dessas dívidas e o financiamento normal do Estado, das empresas públicas
e do sistema bancário que financia as empresas. É uma bola de neve, que arrasta
toda a sociedade para uma situação crítica.
Os que produzem
excedentes (Alemanha), não se mostram disponíveis para engenharias financeiras
que socorram os mais aflitos, sustentando a teoria da austeridade até ao limite
do razoável, com implicações que serão catastróficas. A austeridade sem condições de crescimento sustentado, é uma
recessão generalizada, que implicará sub-austeridades sucessivas, numa espiral
sem fim.
O espectro da recessão
na Europa em poucas semanas tornou-se uma premonição clara. O 2º maior banco
alemão, o Commerzbank afundou em bolsa para mínimos de 20 anos, pela exposição
à dívida soberana dos vários países da Zona Euro. A confiança dos consumidores europeus
está no mínimo de 2 anos, pois a economia move-se em direcção a uma nova
recessão e o desemprego galopa.
A injecção de recursos
financeiros para aliviar a recessão de 2007, é solução hoje descartada, perante
a crise da dívida e a fuga dos investidores.
Que fazer?
O JULIUS sabe, mas não
diz, a não ser que nos contratem como consultores da U.E, com honorários justos
e austeros, como deveriam ser os de toda aquela gente.
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