OUTUBRO EM PORTUGAL


A imagem é uma recolha das notícias on-line dos diversos jornais portugueses de hoje , quinta-feira 20 de Outubro de 2011.
A síntese que aleatoriamente recolhemos é a síntese dos dias que vivemos.
As imagens da Grécia,  que são elucidativas da anarquia que a austeridade está a provocar no país. Os confrontos são já entre facções e não só com a polícia. O clima que se vive em Atenas é o de uma cidade a ferro e fogo num clima de guerra. Os deputados gregos para evitar a bancarrota que está sempre ao virar da esquina, aprovaram novo pacote de austeridade  Algumas das medidas: cortes adicionais nos salários de 700 mil funcionários públicos, podendo ir até 60 % para 30 mil deles; corte de 20 % nas reformas acima de 1.000 euros, alargamento da austeridade ao sector privado e fim da contratação colectiva.
As palavras do ex-ministro das Finanças numa aula de sapiência na Faculdade de Economia do Porto, justificando a insolvência de Portugal com “decisões de informação limitada e num contexto de elevada incerteza”. O Dr. Santos passa ao lado do galope do endividamento externo que foi o paradigma no seu mandato. Para ele,  a Grécia que é o Lehman da dívida soberana é a causa da tragédia. A crise grega pôs a nu as ruinosas políticas de Portugal, com o crescimento a ser alavancado pelo aumento da dívida nacional e que em grande parte induziu encargos futuros astronómicos.  O rendimento nacional cresceu paralelamente à dívida ao exterior. Tudo o que se fez foi com dinheiro emprestado, sem retorno que se visse. Submarinos não têm qualquer retorno de investimento, tal como estádios de futebol, estradas vazias, rotundas em cada freguesia, centros culturais faraónicos, colecções de quadros em regime de aluguer, parecerias com privados de duvidosa utilidade e devastadoras para os cofres públicos. Tudo se fez com dinheiro de terceiros, sem que a economia produzisse recursos internos para os gastos.
Marques Mendes do PSD, não parece muito convencido da teoria e defende que os ex-governantes do regime Sócrates deveriam ser julgados, mas entendemos que o leque deveria ser mais extenso.
A seguir o bastonário dos Economistas contradiz Marques Mendes e diz que a culpa é dos portugueses. Os políticos são assim absolvidos, pois a populaça gastou o que não devia. O bastonário pega no bastão e desanca os que já levam tareia que chegue. Omite as políticas bancárias que pressionaram o comum cidadão a pedir tudo e mais alguma coisa, para consumir tudo o que fosse de consumir, sem cuidar das condições de reembolso. O mesmo erro cometeram os nossos credores, emprestaram, emprestaram e emprestaram sem cuidarem que nós não podíamos pagar. A bancarrota é geral.
Daí a notícia do Banco de Portugal, de que o crédito mal parado das famílias atingiu a taxa recorde de 3.2 % dos empréstimos aos particulares. Naturalmente que esta taxa vai progredir a um bom ritmo.
O OE para 2012 está a ser torpedeado por personalidades da área do governo, o que causou grande estupefacção. O Presidente deu o mote e a ex-ministra Ferreira Leite corroborou. Na lógica da economista, só com o aumento de impostos se conseguirá cumprir o défice. O Governo foi encostado às cordas e ficou numa situação muito desconfortável. O Presidente não salvou os subsídios dos funcionários públicos, mas alargou o leque dos desafortunados, vão ter a companhia dos privados. Mário Soares também diz que o Governo só vê números, o que é natural pois o dinheiro desapareceu. Até o próprio Delors com grande compaixão por Portugal disse que é dramático ter austeridade e minguar...
A trapalhada vai ser uma  Casa dos Segredos a seguir atentamente.
Por fim a notícia que resume tudo, os portugueses, chineses e húngaros são os mais infelizes dentre os 40 países da OCDE. Coitados dos portugueses, vivem tristes  e apesar de sermos os que mantemos maiores interacções sociais, somos a gente do Fado. Numa folha a4, o dia 20de Outubro é bem o espelho dos dias de Portugal.


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