A capitulação esperada da
Grécia, foi assumida hoje pelo ministro das Finanças helénico. Numa fuga para a
frente o governante atacou e fez bem, disse que a Grécia é um país orgulhoso e
que não serve para bode expiatório da Europa.
Independentemente de novas
medidas de austeridade que serão impostos aos gregos, não cumprirá a meta
acordada com o FMI para o défice de 2011.
A Grécia que usou, abusou
e trapaceou, teve de aceitar condições impossíveis para não entrar em default
há uns meses, quando parecia que era a única que estava nessas condições.
Os desenvolvimentos
seguintes, vieram provar que há mais parceiros com o mesmo tipo de problemas: défice
e dívida pública colossal, excessiva
dependência de empréstimos do exterior para fazer funcionar a economia e
endividamento externo descomunal.
A Irlanda e Portugal já se
apresentaram à falência e tal como a Grécia
são geridos pelos administradores da falência, a dita Troika. Por
analogia com uma empresa privada que esteja em dificuldades, a lei de protecção
de credores implica que a gestão passe a ser controlada por um administrador de
falências nomeado oficialmente. O administrador designado para o efeito, poderá
apresentar um projecto de viabilidade, que deverá ser aprovado pela maioria dos
credores, ou a alternativa é a falência e a respectiva repartição da massa
falida.
A Grécia não consegue
cumprir o projecto de viabilidade e a declaração do ministro foi o atirar a
toalha ao chão.
IMAGEM INÉDITA DO TITANIC |
A receita do FMI para
emprestar fundos aos gregos, não poderia ter outro resultado, como não será
diferente com Portugal.
A austeridade imposta aos
países em dificuldade é tão absurda, como foi a canalização de fundos durante
anos para esses países, sem se avaliarem os riscos de reembolso e a utilização
dos empréstimos. As contas públicas, demonstram inequivocamente durante anos,
que o crescimento do rendimento nacional foi idêntico ao crescimento do
endividamento. Tal como um particular que ganhe 1.000 euros, peça
emprestado 1.000 euros por mês e gaste
2.000 euros todos os meses. A despesa é de 2.000, mas o rendimento é de apenas metade. Chegou o momento em que acabou o
financiamento e quem emprestou quer o dinheiro mais juros. Grande parte dos
empréstimos era para pagar empréstimos, numa espiral louca de gestão de fundos.
O problema é que o
contágio é de tal forma epidémico, que já todos perceberam que a Grécia é a
ponta do iceberg. O ataque do ministro grego é o exacto momento dessa
percepção, ele sabe que não está sózinho e já disse que não cumprirá, sabe que
se cair, cai todo o edifício do Euro, como ruíram as Twin Towers. A U.E que
reagiu sempre desorientada e sem afrontar o problema, vai ter agora de fazer a
fuga para a frente, perdoando parte da dívida grega e sabe-se lá de quem mais.
Mas é tarde, o vírus está na rua e não
poderá ser isolado em quarentena. A Itália e a Espanha serão os próximos. Os mercados vão mostrar isso à evidência, as
bolsas vão cair a pique e a economia vai entrar numa recessão vertiginosa. Muitos
bancos vão abanar e implodir.
Há 1 ano que Rubini e oJulius
Rimante andam a falar disto, mas ninguém nos ligou e agora aí vem o tsunami.
A economia ficou prisioneira
das finanças e isso foi letal. Pode ser que surja um milagre, caso contrário vai
haver um colapso formidável.
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