O ENGANO COLOSSAL


Tentemos  falar de coisas sérias.
As finanças e a economia ocupam a esmagadora maioria das notícias. A política está completamente subjugada aos cifrões.


A situação a que chegamos, faz do governo um mero orgão de execução de medidas impostas pelos credores. A margem de manobra é diminuta. O país não está falido, já faliu.  A oposição é constituída por uns papagaios que derrubaram o anterior desgoverno e agora continuam a tagarelar sem seriedade, só para aparecerem e manterem o emprego. O novo chefe do partido responsável pelo descalabro, tenta dar uma aparência de moralista social, mas o discurso e a acção são nulos. Parece o papa a pedir perdão pela pedofilia na Igreja. Sabe que pertence à agremiação dos coveiros de Portugal. António Barreto um ex-membro da associação duvidosa disse hoje e citamos: “ A verdade é que se escondeu informação e se enganou a opinião pública. A acreditar nos dirigentes nacionais, vivíamos, há 4 ou 5 anos um confortável desafogo.”  Continuando a reflexão, Barreto diz: “ Depois de uma situação que permitia fazer planos de grande dimensão, passou-se em pouco tempo, num punhado de anos, a uma situação de bancarrota imediata.”
“Ainda hoje não sabemos as causas e o processo. Ainda hoje não conhecemos a origem exacta dessa terrível aceleração dos défices e das dívidas.”
Esta é a questão fundamental. A crise financeira internacional veio inviabilizar a continuidade da política de abismo a que o país foi conduzido. Todos se focalizam na sentença, mas ninguém ainda compreendeu o crime.
Porque é que o poder político não averigua o que se passou e só nos invade com a terapia? Por uma razão. È corporativo e muitos dos sócios dos 3 partidos de governo seriam indiciados. Passa-se uma esponja criminosa, dizem que não se pode voltar a repetir  isto e aquilo, mas não se sabe o quê. O país assentou o seu crescimento nas obras públicas, sem qualquer perspectiva económica e num compadrio fatal. Se assaltam uma padaria, há prisões, a destruição das culturas de trigo e milho ficam impunes?
Dirigentes nacionais, nas palavras de Barreto são mais que governos, são  todos os que têm responsabilidade política, entre os quais o presidente da República. Uns esconderam e enganaram, outros foram incompetentes para o desvendarem.
O antigo primeiro ministro faz lembrar os gerentes de sociedades que vão à falência por fraude e fogem para o Brasil ou para o México. Está exilado em Paris, mas nem uma palavra para além da “...maior crise dos últimos 80 anos...” Em Portugal os governantes são inimputáveis, os que entram sacrificam a sociedade pelos erros dos anteriores, mas nunca alguém é responsabilizado, perdem eleições (às vezes nem isso...) mas ficam ricos...durante ou a seguir.


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