A
crise tem pelo menos uma vantagem,
desde os motoristas de táxi, passando pelas alternadeiras, até aos
grandes pensadores, não há quem não discuta o tema.
Antigamente
no meio das telenovelas havia notícias, agora no meio das notícias há
telenovelas.
Toda
a gente trata por tu a Merkel, o Sarkozy, o Barroso e não há quem não fale mal dos gregos, O metro, o comboio e os
autocarros são autênticos repositórios de ciência económica e política.
O
CSI também ajuda a criar clima, pois toda a gente acha que os culpados deveriam
ser castigados, mas só a polícia técnica americana seria capaz de os apanhar,
pois tem equipamento sofisticadíssimo e pessoal especializado.
Os
ilustres pensadores e opinion makers não sabem muito mais que os outros, mas
falam melhor.
Cada
um deles e são muitos, faz o elogio fúnebre com elevada eloquência, mas nada
fizeram para evitar a morte do Zé, que foi assassinado à queima-roupa.
Faz
lembrar aqueles funerais de um membro da Mafia, em que os que liquidaram o
defunto, estão no velório e são dos que mais choram e animam a família da
vítima.
Basta
assistir aos debates e colóquios das televisões, para se validar o que acabamos
de dizer. Veja-se por exemplo os
comentadores contratados à política , tipo Prof. Marcelo, para se perceber a confusão. Anos a fio a debitarem comentários sobre
isto e aquilo e sobre o essencial nada,
Um aviso que fosse, atenção que o país está falido e é preciso tomar
medidas. Concerteza estavam como nós... não sabiam de nada...
A
malta anda atónita com a situação, não percebe como se deu cabo de tanto
dinheiro no BPN e o Dr. Loureiro ainda recebia uma pensão vitalícia.
Também
se assiste a um fenómeno curioso, é a primeira vez que o país não tem uma
personalidade que seja, com voz inquestionável e prestigiada. Até o Presidente é criticado publicamente
pelos seus amigos de partido. Nem Sócrates
ousou afrontar directamente Cavaco, agora foi um punhado de
correligionários que o acusaram de inconveniente.
No parlamento é um forrobodó, os ministros
são enxovalhados e defendem-se sem convicção e conforme podem, O Dr. Basílio Horta que já foi presidente do
CDS e agora é deputado pelo PS, é dos que mais fala e mais deveria estar
calado. A sensação que se tem quando se
vê o homem é de náuseas, mas não é o único...
Este
folclore dá vontade de rir, pois nenhum dos figurantes risca nada no processo,
só se querem aguentar, pois os que contam para o totobola falam outras línguas
e não estão cá.
Mas
quando se vê o espectáculo das cimeiras de Bruxelas, Oh meus amigos, aquilo é o Bolhão em campanha eleitoral, à
chanceler Merkel só falta o avental e ao Sarkozy o fato de Superpateta. Que
falta de nível e de dignidade de Estado, é uma feira. Correm daqui para ali, telefonam para estes e para aqueles,
cancelam agora e marcam para depois, insultam-se e culpam-se uns aos
outros. Até os banqueiros lhes trocam as voltas e tudo porquê?
Porque
eles não sabem o que fazer e também sabem que o que fizerem mais valia estarem
quietos. Deixaram a criatura ir tão longe, que agora já não dá para a agarrar,
o terror está na rua.
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