Os sinais são
tantos, que é impossível passar ou lado ou esperar melhores dias. O próprio
discurso dos políticos na comunicação e no Parlamento é tão contraditório, que eles
próprios são um sinal. A Espanha já
recebeu a visita do cobrador do fraque e a seguir vai capitular. Cinco milhões de desempregados nos nossos vizinhos,
25 % da população activa, é um número aterrador e que aterroriza a Europa.
Os bancos
que estão exauridos, quer pela política de financiamento dos últimos anos, que
negligenciou a qualidade do crédito em função da quantidade, quer pela
emergência de financiar as empresas públicas e o Estado perante a recusa dos
mercados, tentam reforçar os capitais para evitar a asfixia latente. O BES foi
o pioneiro e o sinal não poderia ser mais preocupante. Os accionistas de
referência aceitaram o “sacrifício”, mas com um desconto de 66 % !!!. As acções
representativas do aumento terão o preço de 39.5 cêntimos. Como resultado do
anúncio da operação, o BES bateu mínimo histórico. Os outros que se seguirão já
têm o preço traçado.
Miguel
Cadilhe aconselhou a criação de um imposto extraordinário sobre a riqueza (one
shot), destinado a atacar a dívida, pois a degradação financeira do sector
privado pode redundar numa explosão social. Como tem sido evidente a redução do
défice e da dívida pública, tem nas medidas extraordinárias, não repetíveis, o
quinhão mais significativo. Não se imagina quem serão os contribuintes do tal
imposto, pois os ricos já se deslocalizaram…
António
Barreto de outra área política, alertou que a coesão social na Europa está
ameaçada, porque a solidariedade europeia é uma ficção. Já tínhamos reparado…
A segurança
social indiciou números que reportam a insustentabilidade do sistema. Já
desconfiávamos…
A economia
não arrefeceu, congelou, o desemprego passou o admissível e a destruição do
maior factor de criação de riqueza – o trabalho- empobrecerá brutalmente o país
e vai arrasar a coesão nacional.
Portugal não
tem soberania, o Governo não passa de uma Direcção Geral destinada à aplicação
das políticas de ajustamento da Troika. É incontornável que recebeu uma herança
caótica, mas decorrido quase um ano não consegue criar índices de confiança que
alavanquem a sociedade.
O 1º
ministro é bipolar, entusiasta na 2ª, céptico na 3º e na 4ª já não sabe nada,
porque depende de variáveis externas que não controla. A gente já sabia…
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