A morte (propositadamente com letra
minúscula) é muito mais democrática que a Vida, liquida-nos a todos sem
remissão e independentemente de patrimónios, sejam materiais, culturais ou de
ciência.
Mas quando a morte no seu sorteio
implacável, interrompe jovens vidas, é repugnante e de uma injustiça atroz. A
própria morte demonstra que não tem critério e se a hora de matar é resultado de
um desígnio superior, estranho é esse desígnio que procuramos branquear com o “estava
escrito”.
Se a morte age a mando de Deus, a
morte de um jovem na força da vida não é apenas ininteligível, é um momento de
dúvida. O Homem não conhece o desígnio de Deus, mas conhece o sofrimento e a
desgraça do efeito.
Será um acto premeditado ou um injusto
acaso?
Seja qual for a resposta, pais que
perdem filhos e mulheres ou homens que perdem jovens companheiros/as, dificilmente
compreenderão o acto ou o acaso. É a inversão da lógica biológica, interrompida
de um modo brutal, impiedoso e não passageiro, é para sempre.
Não faltará quem julgue este
pensamento blasfemo e impio, provavelmente poderá sê-lo, mas para quem sofre a
perda, o pedido de resignação é demasiado simplista e incoerente. A morte para
ter direito a letra maiúscula, deveria ter princípios que não tem, liquida
vidas que não compreendemos, porque com certeza é mesmo um acaso…pois para
Divino mais dificuldade teríamos para entender…
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