AQUELE ARZINHO...


O 1º ministro com aquele arzinho simpático, um pouco tímido até, gosta das entrevistas em que não há muito ruído de fundo, para mostrar que manda que é duro e obstinado. No Parlamento perante o contraditório é uma figura doce, cordata, negociadora e que até admite erros na gestão. A estratégia é fácil, é só fazer o oposto do colega anterior.
Tal como Mourinho estuda bem os adversários, deve ter visto muitos vídeos de Sócrates e vai daí… é só fazer o oposto. A coisa até parece resultar…parece…porque não vai resultar, ele não é o Mourinho. Porquê?
Não consegue contornar o vírus que está nas entranhas de quem segue a cartilha do poder: mentir.
Este pormenor da reposição dos subsídios da função pública só a partir de 2015 e de forma gradual é paradigmático e esclarecedor da hipocrisia deste gentleman de Massamá.
Não demorou 24 horas a contrariar o seu secretário Dr. Moedas e o ministro Gaspar, ambos haviam dito que os cortes eram até 2013 e apenas durante o programa de ajustamento. Não se pense que se trata de um desentendimento entre este triunvirato, trata-se de estabelecer uma premeditada desorientação sobre os funcionários públicos e cativar o apoio da sociedade civil, que vê no funcionalismo o grande responsável pela ruína do Estado, mas o BPN não era do Estado, apesar de muitos dos responsáveis por lá terem passado…
O Governo não tem qualquer estratégia de solução para a crise, para além de cumprir o plano que herdou de Sócrates e da Troika e que subscreveu por baixo.
O homem sempre que fala, é monolítico e só anuncia castigos, parece que domina os dossiers todos e só ele sabe o que fazer. Outra mentira, está tão dependente de coisas de que nem imagina como vão correr, que tudo o que faça pode agravar o nosso drama. O desemprego já dá para perceber que reage na razão inversa do discurso.
No congresso do seu partido, percebeu-se a inocuidade da oratória, foi bater do princípio ao fim no do costume e que serviu para branquear a incapacidade de formular uma estratégia para o crescimento e o desemprego.
A oposição não existe, ou por outra, opõe-se entre eles e vai daí o nosso homem pode mentir, pode dizer o contrário do que disse horas antes, pode ameaçar, pode tudo, os adversários continuam também anestesiados e sem acção, pois são também actores principais do drama que vivemos.
Protestemos enquanto for possível, qualquer dia talvez não seja…

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