O Diário de
Notícias começou hoje a dar à estampa a grande e excelente investigação que o
jornal fez sobre o caso BPN. A maior fraude financeira que alguma vez teve
lugar em Portugal, que já custou perto de 3.5 mil milhões de euros e poderá chegar
a 8.3 mil milhões, o que daria para pagar 3 anos de subsídios de férias e de
natal.
Decorrem em
todo o país 356 processos sobre a mega fraude, sem que até hoje a opinião
pública saiba o que quer que seja de uma forma objectiva, com responsabilidades
assumidas e criminalizadas.
O diáfano
manto que cobre o processo é tão vasto, que os envolvidos, figuras gradas pertencentes
ao quadrante partidário dos dois partidos que têm dividido entre si a
governação, gozam de uma impunidade incompreensível, ou nem por isso…
O tráfico de
influências e de repartição de benefícios, para além da incúria da supervisão,
põe a nu, mesmo aqueles que julgávamos incorruptíveis.
A procissão
ainda vai no adro, mas os andores já se avistam.
Este caso
não é como outros, daqui nasceu o assalto ao subsídio de natal de 2011 e os que
se seguirão aos dos funcionários públicos.
Todos somos
credores e temos o direito de regresso, ou pelo menos a ver os culpados
julgados e sentenciados. Agora o que se tem visto, é a sucessão de efeitos sem
se perceber as causas nem o modus faciendi de como se lá chegou.
A austeridade
campeia ferozmente para pobres e classe média, mas os autores e os imbecis que
pactuaram com o processo, passam ao lado ou vão para reformas douradas, como
dizia Victor Hugo “ Entre um governo que faz o mal e o povo que o consente, há
uma certa cumplicidade vergonhosa”.
O povo não
pode consentir a iniquidade que se passou no BPN sem uma exaustiva clarificação
dos actos e dos actores, não pode calar a miséria que lhe foi imposta e o
branqueamento táctico dos partidos. O Diário de Notícias deu o pontapé no
charco, honra lhe seja feita.
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