GUILTY



                                                                   GUILTY

86 % dos  portugueses culpam Sócrates e Cavaco pelo estado do país.
E como o povo tem sempre razão, segundo a opinião dos políticos quando lhes convém, o veredicto está tomado: GUILTY.
A derrocada não é de hoje, tem muitos anos, mas os últimos 6 foram particularmente avassaladores. O presidente por omissão e o primeiro ministro por acção, foram os responsáveis pelo descalabro.
Soube-se que o ministro das finanças, que demonstrou um seguidismo incompatível com um espírito sério e independente, tentou  o que se impunha perante tantos erros de avaliação e previsão que foi cometendo – a demissão -, mas o engº inibiu-o, pois dificilmente conseguiria substituto disposto a mascarar a situação nacional, como o seu amigo.
A tentativa de passar para a oposição a culpa do caos, só teve coro no comício do PS, porque pelos vistos o país afina por outro diapasão. Muito antes do PEC4 já as taxas de juro vogavam pelos 8 %, valor acima do que o ministro dizia ser impossível não recorrer à ajuda externa.
A frase assassina do processo foi a de Teixeira dos Santos, quando informou que o país só dispunha de recursos financeiros até junho. Deitou por terra o argumento do engº, afinal estávamos à porta da falência, se não nos emprestassem dinheiro urgentemente.
O engº que queria enganar os credores, como ludibriou sempre o país, foi desmascarado pelo próprio amigo.
A crise internacional que é um facto, não é o problema substancial, sem crise haveria dinheiro mais fácil e menos oneroso, mas seria dinheiro emprestado para pagar empréstimos. O endividamento externo não tem contribuído para o crescimento nacional, tem sido aplicado maioritariamente em importações de bens de consumo, para o crédito à habitação e muito pouco no incentivo à produção de bens transaccionáveis que promovam exportações ou substituição de importações. Essa é a verdadeira questão. Se não existisse o estrangulamento que se vive, continuar-se-ia a ir buscar recursos fáceis para obras públicas surrealistas num país endividado, a aumentar os gastos nas empresas públicas, nas parcerias público privadas, nas câmaras e empresas conexas, etc.
A tentativa de ocultar a situação do país e o protelar do pedido de ajuda foi, conforme a opinião de um comentador, uma acção criminosa do engº com a cumplicidade do suposto ministro das finanças. O agravamento das taxas de juro entre o momento em que deveria ter sido formulado o pedido de apoio e o acto, surripiou milhares de milhões de euros.
Nada teve a ver com PECS nem oposições, teve a ver sim, com a real situação do país -FALIDO-.
O Sr. Presidente que tem acesso a informações privilegiadas, só ao fim de 6 anos se lembrou de dizer qualquer coisa sobre a matéria. Enterrou o defunto no discurso de posse do 2º mandato, mas não se eximiu ao julgamento dos portugueses, faz parte do iceberg que afundou Portugal.

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