AS FIGURAS
A IBERIA esteve ao rubro na semana que passou, não pela presença do FMI em Portugal, mas sim pela disputa de jogos em que intervieram entre si os seus clubes de bandeira.
Quatro semi finalistas das duas competições europeias: Barcelona e Real Madrid na Champions, Porto e Benfica na Liga Europa, defrontaram-se entre si para; em Espanha definir o campeão e vencedor da Taça de Espanha, em Portugal para definir o acesso à final da Taça de Portugal. Foram 3 jogos de grande emoção com os 3 resultados a serem os menos prováveis.
Para o campeonato, o Real empatou em casa dando o título ao Barça. Em Valência, passados uns dias, o favorito Barcelona sucumbiu aos merengues, perdendo a Taça num jogo que se disputou à mesma hora do Benfica-Porto, para a mesma competição portuguesa. Ao Porto que vinha de um resultado muito negativo (0-2) , augurava-se uma missão impossível. Duas particularidades: Guardiola nunca tinha perdido uma final e o Porto nunca havia eliminado o Benfica na Luz.
Ambas se concretizaram, o Porto derrotou o Benfica e o Mourinho bateu Guardiola.
Quatro clubes, quatro treinadores, quatro filosofias.
Guardiola um gentleman, compostura permanente durante o jogo, gerindo superiormente uma equipe fantástica, com uma posse de bola mágica, em que todos sabem o que têm de fazer como um todo. O técnico é um maestro, cuja partitura está na cabeça de cada executante. Mourinho o oposto, um guerreiro, agressivo, indelicado, sempre a definir com dureza a estratégia em cada momento e indicações permanentes sobre a forma de agir. Tem uma equipe com uma qualidade colectiva muito inferior à do Barcelona, excepto num pormenor, na bravura, no espírito de combate. Isso só pode ser o treinador a incutir. A vontade, o estoicismo, o nunca deitar a toalha ao chão, é uma característica única do melhor treinador do mundo da actualidade, que arranca vitórias em situações adversas e quando não é o favorito.
Mourinho desde que chegou ao FC do Porto, nunca treinou a equipe de um clube que fosse o campeão em título, mas de todas fez campeões. Porto, Chelsea e Inter. Percurso ímpar, que só a competência justifica.
Villas Boas, parece um mix de Guardiola e Mourinho, a elegância, delicadeza e bom trato do espanhol, a agilidade e interacção do mestre. Jovem, mas já com sagacidade para ludibriar tacticamente técnicos com muita experiência.
Jesus, pertence a outra escola, que sem lhe tirar o mérito de ter recuperado o Benfica, não tem a formação científica que o futebol moderno exige. Os outros combinam as qualidades de Robson, um mestre da leitura do jogo e adequação táctica a cada momento, ao de Van Gaal, um cientista do futebol.
A escola holandesa e inglesa são as raízes dos 3 técnicos, que associadas à sua emotividade latina fazem deles do que há de melhor no mundo.
A escola holandesa e inglesa são as raízes dos 3 técnicos, que associadas à sua emotividade latina fazem deles do que há de melhor no mundo.
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