TRUE SPECIAL ONE

                          
                            THE TRUE SPECIAL ONE

A final da Liga Europa foi um momento inolvidável e eventualmente irrepetível com a presença de duas equipes portuguesas.
O jogo foi de pouca qualidade, mais por parte do FC do Porto, o Braga esteve ao seu nível, com rigor táctico e optimizando ao limite os recursos de que dispõe. Os bracarenses estavam em grande inferioridade numérica, mas demonstraram a galhardia e o orgulho de uma cidade no seu clube. A faixa vermelha no 2º anel do estádio era pequena comparada com o mar  azul, mas foi sempre digna e incentivou os seus em todo os momentos. A honra que a equipe do Porto prestou ao seu adversário, ficou demonstrada na passadeira final quando o Braga foi receber as medalhas da participação.
O resultado final premiou a eficácia, mas ambos não mereceram perder, nem ganhar. O Braga que teve felicidade em alguns jogos até atingir a final, neste não foi beneficiado pela fortuna.
O espectáculo organizado pelos irlandeses, de uma simpatia inexcedível, que antecedeu o início do jogo foi também um momento fantástico, em que o Sporting de Braga foi particularmente homenageado, pois foi o apogeu dos humildes numa Europa de futebol dos ricos. O Porto já é um clássico, o Braga foi a 1ª vez que esteve neste palco e mereceu-o. O momento mais emotivo durante o espectáculo foi o desfraldar das faixas do Porto e Braga a toda a largura do magnífico estádio de Dublin, completamente cheio de adeptos portugueses e de muitas nacionalidades.
Praticamente concluída a época, a Taça de Portugal poderá ser o encerramento com chave de ouro do efe ci Porto (nos altifalantes do Arena Stadium era assim que se denominava o F.C do Porto), mas não interferirá no que se já conquistou.
Independente de todos os factores e pessoas que contribuíram para o resultado, há um que merece destaque: Mister André Villas Boas.
Jovem, simples, grato, competente, elegantemente emotivo e educado.
Na hora de dedicar a vitória, fez a diferença: aos pais por o terem deixado aos 16 anos enveredar por uma área pouco ortodoxa, o futebol, ao técnico que o influencia: Pepe Guardiola, aos técnicos que nele apostaram: José Mourinho e Bob Robson.
A elegância na hora de ganhar, partilhando com todos os actores a sua quota parte, é mais um exemplo da personalidade do jovem técnico. Nunca embarcou em favoritismos nem em resultados antes dos jogos, nunca prometeu nada, a não ser competitividade e discussão da vitória em cada jogo. Prestigiou sempre os seus adversários, mesmo o rival mais poderoso, quando ganhou não se empertigou, demonstrou gratidão.
Por último e não menos importante, nunca foi hipócrita, nunca foi diplomata, foi sempre honesto mas educado, tal como Guardiola no Barcelona.
Villas Boas foi o expoente máximo da época do Porto, foi um british que desfez  o mito da arrogância e da vaidade. Mais que a competência técnica, é a competência da personalidade que faz de Villas Boas o verdadeiro Special One.

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