AND THE WINNER IS...



                                     AMOR/ÓDIO

O engº é único. Ame-se ou odeie-se, Sócrates é um verdadeiro case study.
Quem tem experiência do mercado de capitais, sabe que posições longas (aquisição de acções em que se lucra com as subidas de cotações), pode ser coberta com investimentos em CFDs nos mesmos títulos, mas em posições curtas (ganha-se com as descidas de cotações), esta medida  permite acautelar decisões de risco mais elevado, compensando perdas.
O engº a semana passada advertiu que teríamos saudade do PEC IV e ontem regozijou-se com o resultado do acordo com a TROIKA, que se ficou a dever à grande capacidade do governo e dos seus técnicos - (patriotas como os japoneses que ficaram na central nuclear de Fukushima) -.
Se a negociação tivesse resultado num acordo muito impopular, a responsabilidade teria sido da oposição, porque não aprovou o PECIV. Correndo bem, o sucesso seria todo capitalizado pela alta competência do governo. Assim foi.
Tal como na bolsa, entrou numa posição longa e cobriu o risco na curta. Ganhava de qualquer maneira. A conferência do negociador do PSD, foi um desastre e deu-lhe a vitória de imediato.
O engº ao longo da negociação foi deixando divulgar na comunicação social, um quadro de austeridade que atirava em todas as direcções e com impactos directos no cidadão comum. Ele já sabia que não seria assim, a Grécia é um bom exemplo do que o FMI não poderia repetir. Mas deixou vogar as notícias e deu-lhes força com a ameaça da saudade do PECIV. Começou a conferência de imprensa por dizer que as medidas não incidiam nos 13º e 14º meses, nem nas reformas até aos 1.500 euros.
Magistral  colocou a fasquia tão baixa, que capitalizou de imediato os ganhos da negociação.
Prova disso, as colagens do PSD e CDS, invocando a sua profunda participação no processo, mas à hora da comunicação do 1º ministro ainda não sabiam os detalhes e a correr fizeram declarações patéticas.
O engº que tem uma profissionalíssima equipe de imagem, conseguiu sair incólume de toda a trapalhada que provocou e da situação a que o país chegou: duplicar a dívida pública durante os seus mandatos.
A pobreza franciscana de Portas, Coelhos e afins, ficou demonstrada à saciedade. Não chegam aos calcanhares de um político que mesmo sem jogo, só com o bluff os liquida.
Como diz Belmiro de Azevedo os bons políticos estão escondidos.
Resta Sócrates, ame-se ou deteste-se.


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