1º DE MAIO




          O  1º DE MAIO E O 1 DE ABRIL DE SÓCRATES

“Apelos ao voto contra PS, PSD e CDS nas eleições de 05 de junho e gritos contra a presença do FMI em Portugal foram ouvidos hoje na manifestação do 1.º de Maio no Porto, organizada pela CGTP.
Segundo a central os “partidos do arco do poder” (PS, PSD e CDS) “são na verdade os partidos da corrupção e da contra-revolução.”.
A indústria transformadora do distrito do Porto,  conta já “mais de 150 mil desempregados”, elevando para “13,5 por cento” a taxa de desemprego.
mais de metade dos desempregados da região norte não recebe subsídio de desemprego.”
Ontem o Expresso informava que o Estado apenas dispõe de 300 milhões de euros em tesouraria, cerca de 60 milhões de contos, o que implica uma ruptura total do sistema de pagamentos de dívida e gastos em Junho. Para servir meramente como indicativo, a fortuna de Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal está avaliada em 4.000 milhões de euros; 800 milhões de contos, na moeda antiga.
Quer isto dizer que estamos falidos.

A situação ´é desesperada há muito tempo, mas o governo foi ocultando sistematicamente o estado das finanças públicas. Jogou tudo na cartada do auxílio do FEEF- Fundo Europeu de Estabilidade Financeira para não passar pela vergonha do recurso ao FMI e consequentemente levar uma vassourada do eleitorado.
PECS e mais PECS serviam apenas para ir entretendo a opinião pública nacional, porque os financiadores, esses nunca quiseram saber de PECS. Veja-se a Grécia,  já intervencionada pelo FMI e as taxas da dívida na semana passada atingiram 25 %.
O argumento que o engº dá para a situação do país, a não aprovação do PEC4, é para as crianças da pré-primária e os empregados do PS. Quem souber ler e escrever, sabe que é falso e descarado.
As taxas de juro já vogavam pelos 8 %, antes do PEC4. Portugal está em default há muito tempo, mas foi-se mascarando com um incrível photo-shop.
O que os mercados avaliam, é a capacidade de crescimento económico da cada país, para responder ao esforço da dívida, juros e gastos públicos. Como o crescimento do PIB dos gregos e de portugueses é anémico, os credores correm o risco de terem de suportar uma reestruturação da dívida, tal como o ocorrido com a Argentina. Se tal acontece, nem o cobrador do fraque evita que tenham perdas elevadas. Os passos são muito claros: default, FMI e finalmente reestruturação. Não fosse o eminente colapso do sistema bancário, que colocou o ministro das finanças entre a espada e a parede, ao ponto deste mandar às malvas a união umbilical com o engº Sócrates e ainda estaríamos a negociar o PEC 14, enquanto o BCE nos continuava a financiar e até que o FEEF entrasse em efectivo funcionamento. A obsessão doentia do 1º ministro, custou-nos milhares de milhões de euros  de juros.
Esta política absurda, com a complacência do Presidente, que só deu sinal de vida na tomada de posse e que agora vive num rodopio de consensos, pois também percebeu que algo de desagradável lhe pode cair em cima, foi o continuar da incapacidade dos nossos gestores da causa pública, que tal como o engº Belmiro disse e bem, não têm competência e o melhor a fazer é importamos seja de onde for.


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