OS BRUXOS DO VOTO
O mistério das sondagens é insondável.
Os jornais e as televisões disparam sondagens sobre as legislativas, algumas contraditórias de outras publicadas no mesmo dia.
É a festa das sondagens.
Uns sondadores dizem que o partido A está com 40 %, outros afirmam que há empate técnico. No dia seguinte invertem de opinião.
Como ninguém é responsável por coisa nenhuma, os critérios e métodos não são questionados por ninguém. Há argumentos para tudo, o mais repetido é o do universo da amostra. Como a amostra varia em função do investimento que cada orgão se dispõe a suportar, os resultados ressentem-se e contradizem-se.
Tudo vale e a honorabilidade dos sondadores é posta em cheque, levando a que ninguém ligue nenhuma ao que dia a dia os sondadores vão publicando.
Se no dia das eleições, as coisas correrem de forma a que as sondagens tenham errado muito, virá o argumento do costume: “ os indecisos tiveram comportamento atípico e as margens de erro foram ultrapassadas”.
Vulgarizaram tanto e tão mal as adivinhações científicas, que o público sorri sempre que alguma é publicada.
A populaça vai-se encarregar de demonstrar que por muitas sondagens que se tenham feito, nenhuma se aproximará decentemente do resultado final. É a vingança sobre os bruxos do voto, que só lhes falta voar na vassoura.
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