LIGA DOS ÚLTIMOS



                                        A LIGA DOS ÚLTIMOS

A Liga dos Últimos da política com os seus 10 jogos para apuramento do campeão, lá vai prosseguindo com a qualidade que os executantes podem dar ao jogo : fraca, mesmo muita fraca.
Vamos aos pressupostos: há 2 deles que anseiam pelo título, 1 terceiro que joga para não descer, mas que pode ajudar a  decidir o campeão e outros 2 que nem jogam nem deixam jogar.
Os debates televisivos são uma alternativa às telenovelas, mas os actores são muito menos competentes. O guião é o de uma telenovela banalíssima, com os ingredientes tradicionais: intriga, sexo (os usados somos nós), interesses pecaminosos, mentira, bonzinhos e vilãos, suspense, enfim tudo aquilo que o povo gosta.
A entrevistadora também se adapta bem ao cenário, penteado especial, estética mais cuidada, como se fosse à missa de domingo, suposta mediadora da conversa, que arranca a disparar um pacote de perguntas sobre os beligerantes, particularmente sobre as matérias em que os ditos, mais contradições vão propagando ao longo da campanha.
A postura dos mais traquejados e  repetentes no processo é a do costume, só respondem às perguntas que  formulam a eles próprios, as da moça e as do adversário, ficam para outra ocasião. Não ouvem nada , excepto  a eles próprios, também não esclarecem coisa alguma. Os espectadores também não estão a ver aquela mistela para serem esclarecidos, querem é sangue, ver quem bate mais e quem ganha no fim.
Todos falam de programas, mas todos sabemos que o programa deles é bem mais fraco que os das meninas brasileiras da actividade, elas cobram mas cumprem, estes rapazes de programa, cobram muito, mas cumprem coisa nenhuma. Elas cobram no fim, eles é no princípio, porque no fim já se sabe o que sucede, nem programa nem dinheiro.
Mas há um pormenor em que merecem a nossa admiração, é a momento com que acabam a peça, o tal epílogo do combate, o momento em que a câmara se aproxima tanto, que dá vontade de lhes espremer alguns pontos negros, olham a lente franzindo a testa, assumem aquela postura de estadistas  e dão a entender que temos a felicidade suprema de os ter connosco e com eles só podemos esperar coisas boas. Lá vão dizendo que não vai ser fácil, mas com eles estamos salvos.
O cidadão que tem o bom senso de assistir com o som em off, diverte-se muito mais e aprecia melhor o profissionalismo dos contendores. Os olhares, os esgares, a sensualidade de algumas poses, (neste pormenor Portas é imbatível), a agressividade e a bonomia, os momentos de desorientação da entrevistadora, ou seja tudo de bom que pode ter o combate, expurgando-o da parte chata, o falatório. Faça dos debates da Liga dos Últimos,  o Museu do Cinema, com uma música de fundo à sua escolha e diga-nos se não é uma boa ideia. Se gravar, pode sempre ver com outras melodias, conforme o seu estado de espírito.




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