O estudo denominado PROJECTO FAROL, tem como objectivo traçar um guia para o desenvolvimento do país até 2020.
Os resultados dos inquéritos que suportaram as conclusões, foram considerados surpreendentes pelos promotores do estudo, entre os quais Belmiro de Azevedo.
O flagelo do desemprego aparece como o Adamastor, para mais de 80 % dos inquiridos. 78 % considera que o país trilha o caminho errado e mais de metade que Portugal estará pior, ou muito pior, daqui a 10 anos.
Quase 50 % dos sondados responderam que o cenário económico e social é considerado pior, ou muito pior que há 40 anos, antes do 25 de Abril. 60 % considera a vida pior ou muito pior que há 25 anos.
Independentemente da representatividade da amostra, que poderá influenciar a avaliação final em maior ou menor grau e o momento da recolha, que é obtida num período depressivo e pessimista, há uma conclusão que parece indiscutível.
Quase 90% dos portugueses desconfiam da classe política.
Esta falta de confiança nos dirigentes, sejam de que família política forem, é a base inultrapassável de tudo o resto. Sem uma liderança que inspire confiança e respeitabilidade, é impossível definir estratégias e linhas de acção, que requeiram dos cidadãos uma aderência consciente e voluntária, para medidas que lhes trazem inconvenientes no curto prazo, mas que entendam como correctas para melhorarem as condições futuras deles próprios e das gerações descendentes.
Os políticos são vistos como profissionais e não como missionários. Os erros estratégicos de grande gravidade cometidos no exercício do poder, são punidos com a substituição, mas os malefícios ficam. Quantos dos problemas que o país tem, advém de decisões tomadas por responsáveis, que hoje estão não se sabe onde? Quantos encargos com dívidas são suportados actualmente e no futuro, para investimentos sem qualquer eficiência social e económica?
Quantos organismos criados para suportar emprego de apoiantes? Quantas leis promulgadas sem qualquer eficiência económica, apenas para enquadrar casos especiais?
Os políticos são chefes de família que desertam quando lhes convém, ou os não suportam e muitos deixam um rasto de destruição e prejuízos que os seguintes, normalmente agravam. Não têm de pagar por isso, mudam de emprego e de país, se necessário.
Quantos deles só se percebe que foram desonestos, já muito depois de terem demandado?
Por isto e muito mais, a classe política não tem qualquer credibilidade, a liderança não tem efectivo poder afectivo, o que significa que dos cidadãos não tem cumplicidade, tem apenas desprezo e aceitação de sacrifícios sob coacção, jamais por compreensão, ou seja o oposto do que deveria ser: tudo por obrigação, nada por devoção.
Por isto e muito mais, a classe política não tem qualquer credibilidade, a liderança não tem efectivo poder afectivo, o que significa que dos cidadãos não tem cumplicidade, tem apenas desprezo e aceitação de sacrifícios sob coacção, jamais por compreensão, ou seja o oposto do que deveria ser: tudo por obrigação, nada por devoção.
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