O JULIUS RIMANTE, dá relevância ao artigo de João Rendeiro no seu blogue “Arma/Crítica”, por duas razões:
1ª- O articulado do seu conteúdo é realista e denuncia os erros estratégicos cometidos pela Banca nacional, neste caso particular o BPI.
A exposição a activos denominados tóxicos na Irlanda e na Grécia, mais de mil milhões de euros, consome 65 % dos capitais próprios do Banco. É visível a irreversibilidade de um aumento de capital.
As cotações dos nossos bancos, em mínimos de 10 anos, estão a reflectir não a só a incerteza quanto à vinda do FMI, mas também a insuficiência da situação líquida para cobertura de aplicações de recuperabilidade mais que duvidosa e crédito mal parado. A situação é muito desconfortável, agravada pela dificuldade de obtenção de recursos nos mercados financeiros, com excepção do BCE.
2ª- A opinião técnica expressa pelo ex-banqueiro, esbarra no provérbio milenar: “ olha para o que digo, mas não para o que faço”.
É realmente surpreendente, o desplante com que um dos actores mais proeminentes do descalabro da banca, emite juízos de ética à gestão do BPI, relacionados com a rejeição da OPA do BCP ao BPI.
Muitos dos aforradores do BPP, continuam sem ver solucionado o seu problema de aplicações em activos que desconheciam, que nem sequer tóxicos se podem chamar, pois passaram a zombies. A ambição por remunerações superiores às normais, penalizou-os gravosamente, mas é iniludível que foram seduzidos pela instituição bancária em que confiavam e não foram advertidos sobre o risco. Caso de polícia, por isso o Dr. Rendeiro é arguido.
Numa sociedade séria e consciencializada, este cidadão poderia ser muito útil em muitas áreas, mas estaria inibido de publicar e leccionar, mas em Portugal não, por isso é muito natural, que o Dr. Oliveira e Costa e o Dr. Rendeiro, passado este frisson, possam constituir novo Banco e não nos surpreenderia que conseguissem capital para o fazer funcionar.
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