A política é uma arte, uma ciência ou lá o que lhe queiram chamar, mas na realidade, de um detalhe poucos duvidam, é de que se trata de uma actividade desprestigiada até aos limites. Qualquer cidadão, que até pode ter um percurso impoluto, se se propõe a funções políticas, de imediato é olhado de soslaio. É rotulado indelevelmente como mais um que se vai servir, em vez de servir.
É evidente que esta péssima reputação, não foi inventada sem fundamento e é normal na esmagadora maioria das nações. Ao exercício do poder está associado, o compadrio, o favorecimento de grupos, protecção de interesses particulares e um infindável rol de pagamentos de apoios. Da direita à esquerda, todos são produtos tóxicos, todos gerem estratégias de conveniências e sempre com uma máxima que lhes é comum, servir a comunidade, o tamanho dela é que varia...
Tudo isto a propósito das presidenciais. Numa eleição de grupos, como nas legislativas, que são o trampolim para a governação, os candidatos ainda falam no plural : “ nós somos os melhores...” - por isto e por aquilo, em que cada um tenta demonstrar a vantagem da sua corporação, perante as adversárias.
Nas eleições unipessoais o espectáculo é mais degradante, é cada um per si a dizer...”...eu sou melhor que os outros...”- por isto e por aquilo. A imodéstia atinge o pornográfico, os adversários atacam-se sem decoro, nem decência.
O ego é levado ao ridículo, com cada um a desvalorizar tudo o que os outros digam que tenham feito, ou se proponham fazer. Um circo de vaidade, com os candidatos a falarem tanto em “eu isto...eu aquilo...”.
Só para concorrer já é preciso ter estômago, meses de auto-elogio, de culto da personalidade, que até é natural que no fim pensem mesmo que são os melhores.
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É penoso ver personalidades com idades que aconselham honorabilidade, consideração e respeito pelos seus pares, a usarem linguagem deselegante, acintosa e por vezes ofensiva, sobre adversários também eles de idade de aposentados ou prestes a lá chegarem.
Dizem que é o debate político, não é nada, é o fascínio pelo poder que tolda estes nossos avós, que os torna mais infantis que os netos, que os fazem perder a compostura, que os ridiculariza perante a sociedade, mas eles não se importam...
Velhos vaidosos é do que se trata e ainda por cima, só vão mandar no jardineiro do Palácio, porque no resto pensam que vão mandar, mas o Professor nisso foi mestre e já mostrou que não mandam nada.
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