AS CRISENCIAIS

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O que se assiste no debate político para as presidenciais é uma vergonha. Os candidatos e as forças políticas que os apoiam, não têm qualquer pejo em fazer baixar o nível aos pisos inferiores.
O candidato presidente tem demonstrado a sua inaptidão para o lugar, e agora vê inclusive a  sua idoneidade ser chamuscada. Se o negócio da venda das acções da Sociedade Lusa de Negócios se processou conforme foi publicado pelo Expresso, o Professor Cavaco foi de uma imprudência estranha, porque na realidade prefigura favorecimento.
A sua publicidade em período eleitoral, a factos relacionados com a nacionalização do BPN, não lhe assenta nada bem, pois alija responsabilidades para o Banco de Portugal e Governo, ainda que a solução que lhe apresentaram, lhe merecesse muitas reservas. A censura à actual Administração, sem nada dizer sobre a que conduziu o Banco ao colapso e de que paradoxalmente alguns elementos fazem parte da sua comissão de honra, também é insólito.O país só soube disto tudo, em campanha eleitoral. Não o dignificou. 
O veto ao diploma sobre a simplificação da mudança de nome dos transexuais, foi também de grande oportunismo político, pois não teve o mesmo comportamento aquando da legalização dos casamentos gay, apesar de ter referido que promulgou contra sua consciência. O Presidente esteve à altura dos outros actores do executivo, foi pernicioso e por omissão, responsável pela miséria material e moral em que o país vive. Como já dissemos anteriormente os actores deveriam ser todos substituídos: Presidente, Governo e PGR.
Mas aqui surge o 2º drama, o concorrente que à partida seria alternativa, já demonstrou que é mais inócuo que o Presidente, chamuscado também na sua honorabilidade, que ambos tanto prezam, mas que os bancos falidos parecem apostados em os acorrentar, justificou o serviço ao BPP, com a  desculpa do cheque, que passou a transferência e depois não sabe se o cheque foi apresentado ou não. Indicia também uma imprudência imprópria de um futuro Presidente. Seja qual for o que ganhar, está “ferido”.
Desfocando estas peixeiradas, o debate foi nulo, alguns candidatos ainda não entenderam os limites do poder presidencial, que o actual demonstrou à saciedade ser muito pouco  e sem influência no andamento da governação. O Presidente em Portugal é uma figura decorativa, que a espaços e dependendo da personalidade do titular, pode ter algum protagonismo. Sem qualquer dúvida, Mário Soares prestigiou o lugar mais do que nenhum outro. Cavaco Silva o mais ineficaz de todos os que exerceram o cargo. O Dr. Nobre é um bem intencionado, mas não se conseguiu introduzir na discussão política, a sua mensagem é a de um outsider que pode beneficiar do baixo nível da campanha, mas quem claramente vai vencer, será a abstenção, tal o desencanto do Zé, com os actores que o casting apresenta. Dos outros 3 não vale a pena falar.


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