O THE END DE JARDIM



As jardinices chegaram ao fim. Algumas notas sobre o epílogo.
1º- Ruptura com um passado de permanente conluio com um cacique fora de moda, que ao abrigo da defesa do regionalismo e dos custos da insularidade, montou uma teia de tráficos e interesses, que teve sempre a cobertura dos dirigentes e políticos nacionais, sempre receosos das reacções independentistas dos ilhéus. Como se isso fosse algum prejuízo para o país. 
2º- O Presidente da República mais uma vez demonstrou a sua proverbial ineficácia, invocando o desconhecimento da situação quando em campanha eleitoral foi elogiar o responsável pela derrocada.
3º- A postura do Primeiro Ministro e do ministro das Finanças, que não pactuaram com o facto do autor dos desvarios ser da família política. Este momento foi estimulante,  percebeu-se que aqueles responsáveis não pactuam com irresponsabilidades, venham de onde vierem. Ganharam credibilidade nacional, apesar do prejuízo internacional.
4º- As justificações patéticas do autor, mais parecendo um criminoso de delito comum apanhado em flagrante. Invocar o facto das leis da República aprovadas  legitimamente, terem sido a motivação para os desvios, é atentar o Estado de direito, de que se serviu para gastar, mas não para se conter.
5º- A inoperância dos reguladores e fiscalizadores nacionais, entre os quais o Tribunal de Contas, que parece tão surpreendido como os vulgares cidadãos.
6º- O corporativismo das populações, que estão pouco preocupadas com o desígnio nacional, se estiver em jogo o interesse local. Vários exemplos de autarcas envolvidos em processos judiciais, que mesmo debaixo de suspeição ganham eleições. A lógica é a de que, quem está no poder não é sério, então que se “roube para a nossa freguesia”.
7º- As regiões autónomas sempre muito reivindicativas e protegidas pelo complexo continental, terão no futuro de se ajustar à nova vida. Caso continuem a reivindicar com a presunção do costume, deverá ser questionado por referendo nacional a independência dos Açores e da Madeira, , ou   a submissão tal como as outras regiões, às leis da República.
8º- Como é óbvio num regime europeu civilizado, o Dr. Jardim deveria ter pedido de imediato a demissão, mas não, preferiu ser humilhado pelo Primeiro Ministro que afirmou, que a confiança política compete ao partido regional e aos eleitores madeirenses. Sem dizer muito, disse tudo. Esse foi o argumento para destruir Sócrates. Os portugueses foram claros. Dos madeirenses não se pode esperar tanto, pois a dependência das benesses do governo regional, retira-lhes qualquer ímpeto  democrático.
9º-Os credores que a coberto da garantia da República, continuem a financiar os disparates ilhéus, tal como o fizeram aos disparates do continente, deverão acautelar-se no futuro. A Jardinagem acabou.


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