Presidente dos CTT recebia dois ordenados
O Presidente do Conselho
de Administração dos CTT, Estanislau Mata da Costa - que se demitiu no final do
mês passado, sem ter terminado o mandato - recebeu, durante cerca de dois anos,
dois vencimentos em simultâneo: um pelo cargo nesta empresa, de cerca de 15 mil
euros, e outro correspondente às suas anteriores funções na PT, de 23 mil
euros. E isto, apesar de ter suspendido o vínculo laboral com a PT.A descoberta
foi feita pela Inspecção-Geral de Finanças (IGF), na sequência de uma auditoria
realizada após denúncias da comissão de trabalhadores dos CTT sobre actos de
alegada má gestão na empresa. Segundo soube o SOL, o Conselho de Administração da
empresa terá recebido o relatório preliminar desta auditoria no dia 29. A demissão de Mata da
Costa foi anunciada no dia seguinte e justificada pelo próprio com «razões
exclusivamente do foro pessoal e familiar». A IGF classifica esta acumulação de
vencimentos por parte de Mata da Costa - num valor mensal de cerca de 40 mil
euros (ao todo, um milhão e 575,6 mil euros recebidos entre Junho de 2005 e
Agosto de 2007) - como «eticamente reprovável, ainda que possível do ponto de
vista legal». Ainda assim, a IGF decidiu encaminhar o caso para a
Procuradoria-Geral da República, por ter «dúvidas quanto à legalidade» da
situação. Segundo o relatório preliminar da IGF, a que o SOL teve acesso, Mata
da Costa, que era quadro da PT, foi nomeado para presidir aos CTT em Junho de
2005. Mas, em vez de se desligar desta empresa, fez um acordo de «suspensão do
contrato de trabalho, embora estranhamente sem perda de remuneração.
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