O Nobel da Economia de 2008,
Paul Krugman, num artigo publicado no New York Times, pôs mais uma vez o dedo
na ferida, num comentário assassino sobre o BCE. Disse krugman que o BCE tem
actuado de forma impecável no controlo da inflação e resultado disso o euro
pode estar em colapso.
Mais uma vez o economista
alertou para a ligeireza com que a Europa tem combatido a crise financeira, que
assenta unicamente na austeridade orçamental.
O vírus do incumprimento há
muito que saiu de Santorini e passeia-se por Dublin, Lisboa, Madrid, Roma e já
reservou bilhete para Paris.
Atacar a crise, sem políticas
de revitalização da economia, que absorvam parte do desemprego é um
contra-senso. Portugal, Grécia e eventualmente outros, não têm recursos para
injectar à recuperação económica. Afogados pelo endividamento externo e
pela dívida pública, os mercados não
financiam os bancos que são o oxigénio do crescimento. O crédito mal parado que
vai crescendo na razão directa da recessão, é mais um factor de estrangulamento,
pois impede que o ciclo de financiamento se vá renovando. Empresa financiada em
incumprimento, paralisa o circuito de fluxo de capitais.
Os tectos impostos pela Troika
relativamente à concessão de crédito, liquidará muitas empresas eficazes, mas
com necessidade de recursos para operar no mercado.
Os países devedores não têm
qualquer possibilidade de políticas alternativas, tal como um particular na
casa de penhores, que se sujeita à agiotagem por falta de soluções.
Sem dinheiro não há soberania.
A solução terá de ser colectiva e em que a austeridade tenha o seu
espaço, mas não o único. Os mais endividados terão de ser os mais sacrificados,
mas se não se lhes der uma escapatória, que não haja dúvidas que se vai
assistir a um acidente em cadeia de dimensões gigantescas, como aqueles que
ocorrem em auto-estradas. Tanto são atingidos os Fiat600 como os Ferrari.
Krugman tem vindo a advertir
sobre a incapacidade da U.E, para combater uma crise que a ciência económica
ainda não encontrou antídoto eficaz e que justifica medidas mais arrojadas do
que as que têm sido tomadas até agora.
Os mercados financeiros têm
reagido às que foram até agora tomadas, com indiferença e agravamento das condições de financiamento aos países
europeus. O euro tem sido massacrado e pouco falta para ir ao tapete.
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