GOVERNANTES DESESPERADOS...



O desespero do governo em tentar agradar à Troika e à chanceler alemã é patente até à exaustão em tudo o que é comunicação ao país. Os portugueses parecem os inimigos do Governo, tal a frieza e distanciamento com que o ministro das Finanças vai sucessivamente propagando medidas que deixaram de ser de austeridade e passaram a ser medidas de autoridade.
O ministro parece um mandatário da Troika e debaixo do seu pedestal de técnico qualificado, vai castigando impiedosamente a classe média, definhando-a sem misericórdia. Quando aparece já se sabe que vem drama, por cada corte abstractamente anunciado,  vem sempre um aumento fiscal objectivamente direccionado, por cada redução incógnita nos serviços públicos, vem sempre um aumento bem definido no gasto de cada um : luz, transportes, iva, etc.
O Sr. Ministro chegou e disse. O Sr. Primeiro Ministro nem chegou nem diz, ou por outra, diz que  sim a tudo que a mais influente da economia portuguesa propõe. A subserviência é total e absoluta, para tentar deslocar da Grécia. É tipo aluno cábula, que tenta engraxar o professor para ver se o passa de ano.
Se Merkel diz que as eurobonds  não são  solução, os miúdos de cá dizem logo amen e que é uma perda de soberania, como se já não a tivéssemos perdido há muito. Se o tecto da dívida deve ser alocado na Constituição, sim senhora, pois claro.
Sobre o desvio da Madeira, o ministro disse que está resolvido, aumenta-se o irs.
Sobre desenvolvimento da economia e medidas para inverter o ciclo: zero. A única notícia encorajadora que anunciaram, foi para... os Líbios, a de que Portugal tudo fará para desbloquear os fundos do coronel Kadafi.
A solução na óptica do Governo, está nas exportações que em Portugal representam menos de 30 % do PIB, mas como foi referido por um comentador, o crescimento das exportações implica o acréscimo correlativo nas importações de matérias primas. O que importa é o saldo da balança comercial e por aí parece que a coisa será complicada.
A Grécia deu hoje uma dura notícia que arrasou as bolsas mundiais, a recessão em 2011 será cerca de 5 %,  meio ponto acima da projecção. Se a Grécia baquear e tal parece garantido, o castelo de cartas vai ruir. Somos gémeos siameses dos gregos, que apesar das diferenças ninguém vai ligar a isso, porém pode ser a única safa, se a coisa der um estoiro, o contágio será de tal natureza que o mundo entrará num colapso financeiro. Restará um programa de auxílio de emergência,  que atenue a austeridade e permita um relançamento das economias menos desenvolvidas.
Até lá segue um governo desesperado...


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