Antes do virar a página deste 13 de Julho de 2011, dei comigo a reflectir sobre estas duas palavras que invariavelmente nos acossam todos os dias, seja no imaginário seja na vida real: ricos e pobres.
Têm muito de conceito, apesar do indicador do rendimento per capita o clarificar em cada comunidade. Ser pobre na Suécia não é o mesmo que ser pobre em Moçambique, ser rico em Portugal não é o mesmo que ser rico na Arábia Saudita. Por outras palavras, o pobre é mais ou menos pobre conforme o local em que vive a sua desdita, da mesma forma que o rico é mais ou menos rico conforme a comunidade em que se insere. O mais rico lusitano ocupa um modesto lugar dentre os ricos europeus e se se considerar os ricos americanos ou chineses é um simples pobre dentre eles.
Vivemos tempo de incertezas, os pobres assustados com a descida do seu rating, pois podem passar a b1 a b2 e inclusive a lixo, num abrir e fechar de olhos, os ricos também temem que a descida do rating dos pobres, lhes traga do mesmo modo notícias desagradáveis e qualquer rico que se preze só gosta de contas de somar, subtrair nunca.
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Os cínicos que falam de sacrifícios para pôr em ordem a casa mãe, não sofrem coisa alguma com as austeridades que propagam e beneficiam do marketing do pânico que entretanto passou a desígnio patriótico. Para já é assim, mas se não chegar vai ser pior e os pobres, remediados e ricos irmanados do mesmo espírito de manter a correlação de forças, resignam-se como se a luta de classes fosse coisa dos séculos passados.
Perante a incerteza, curiosamente todos se julgam ricos e o bom será manter tudo como está, pois para pior já basta assim...
Tudo isto resulta do primado da Economia sobre a Política, pois quando esta é exercida sem respeitar princípios básicos de equilíbrio, aquela subjuga-a e vinga-se duramente dos períodos em que é subalternizada.
Vamos dormir...
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