O MACABRO CLUBE DOS JOTA 27

Jimi Hendrix, Jim Morrison, Brian Jones, Janis Joplin e agora Amy Jade Winehouse são o quinteto de talentos que desapareceram aos 27 anos. O macabro clube dos 27, ganhou mais um membro que precocemente ou talvez não, desaparece tal como os outros, depois de curtas carreiras que entusiasmaram as gerações em que viveram e as que se lhes seguiram.
Todos eles têm traços comuns, têm um Jota- Jimi, Jim, Jones, Joplin e Jade, arrebatadores, genialidade, anti-establishment e um traço vincado de contradição entre o prazer para os vários públicos que os idolatravam e o sofrimento pessoal que os perseguiu ao longo das curtas carreiras.
Como palhaços de circo que deliciam as crianças, mas que mascaram muitas vezes dores e estados de espírito tristes e infelizes.
A sociedade não se importa com o sofrimento dos geniais, se disso resultar o sublime, que ajuda a que ela própria seja menos infeliz. Se a criatividade libertadora, estiver associada a vidas devastadoras, tanto mais se enraizará o mito.
Quem ouvia e via Joplin pouco se importava com a vida infernal que a cantora levava, indignava-se com cancelamentos de concertos e exigia até à exaustão que ela cantasse, porque Joplin tinha uma voz única e irrepetível. Winehouse igual, a antítese entre o prazer que proporcionava a quem a ouvia e o sofrimento que era o seu quotidiano, faziam parte da mesma peça e mais reforçavam a mitomania.
Todos eles que abalroaram as regras do seu tempo, muito poucas vezes devem ter tido oportunidade de usufruírem do prazer que proporcionaram. A sociedade mostrou todo o seu sadismo, nunca lhes propôs um pacto de vida, pressionou os génios até à morte e contribuiu para que o macabro clube dos 27 fosse reforçado, porque para além de génios precisa de mártires e mitos.
Um viver para além dos limites geralmente aceites, com excessos de vária ordem, leva-nos a reflectir sobre a causa-efeito. Foram génios como resultados dos excessos, ou pelo contrário, excederam-se porque eram génios?
A vida continua, alguém se seguirá porque os mitos urbanos são insaciáveis...


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