O DEBT CEILING


O teatro dos americanos sobre o “debt ceiling” o denominado limite de endividamento, faz inveja aos grandes realizadores de cinema dos EUA, particularmente aos de ficção científica. O limite de emissão de dívida pública americana actual é de cerca de 14.300 biliões de dólares. Esse limite é definido pelo Congresso e desde 1962 já foi aumentado 74 vezes.
Como parte desse aumento é para financiar políticas sociais implementadas por Obama, assiste-se a uma luta de faz de conta, entre Republicanos e Democratas, no que respeita ao valor do aumento a ser aprovado. Todos sabem que o tecto vai subir mais uns andares: cerca de 3 biliões de dólares, caso contrário os americanos tinham que se juntar a nós e aos gregos no pedido de um “pequeno auxílio ao FMI”, que não seria uma TROIKA, mas sim uma PERESTROIKA.
Os americanos podem dar-se ao luxo destas coisas, brincar com coisas sérias, encenar tensões e suspenses para se assustarem uns aos outros, mas como nos filmes do Spielberg vai ter um final feliz…mas atenção que num futuro próximo a brincadeira vai ser séria. Quando os chineses amortecerem a compra de dívida americana, que ultrapassará 100 % do PIB em 2012, o caso muda de figura e a economia americana será alvo de medidas de austeridade para reequilibrar as contas públicas. Austeridade é uma palavra maldita para os fabricantes de dólares, mas de pouco lhes vai valer, tal foi a cedência à China a troco de lucros de curto prazo.
A Europa assiste a isto tudo, como uma espécie de um espectador menos preparado ao ver as películas do Ingmar Bergman, sem perceber bem a coisa e à espera do fim do filme para ir lanchar…


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