A notícia dos elevados encargos suportados com psicofármacos, impôs que entrevistássemos o conhecido psiquiatra Júlio Rachado Paz, para uma apreciação profissional e desapaixonada do momento psíquico nacional e as repercussões na vida pública portuguesa.
P- Prof. Rachado, Portugal é hoje um país doente na óptica da sanidade mental?R- Não tenho qualquer dúvida em afirmar que sim.
P- Como se pode diagnosticar essa enfermidade ?
R- Não é uma enfermidade, são várias : depressão, esquizofrenia, bipolaridade, transtornos de ansiedade, entre outras. São as denominadas psicopatologias.
Os sintomas são os mais variados, mas basta ver os meios de comunicação social, para de imediato se diagnosticar em todas as áreas da sociedade, perigosos indícios de psicopatologias colectivas.
P- Pode o Prof. exemplificar…
Rachado Paz |
P-O que se veio a verificar…
R- Claro, basta ver o discurso do novo governo passados 2 meses, que passou o país da euforia e grandiosidade à depressão. Trata-se do chamado TRANSTORNO BIPOLAR, caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase de maníaca ou hipomania, hiperactividade e grande imaginação, e uma fase de depressão de inibição, lentidão para conceber ideias e realizar, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comummente conhecidos como depressão maníaca.
P- Encontra mais sintomas, em outras áreas ?
consumidor de psicofármacos |
P- Isso também indicia um transtorno psíquico?
R- Como é evidente, estamos perante, uma sociopatia, é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de carácter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para actos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições.
P- O quadro que refere é preocupante….
Conhecida figura pública vítima de distúrbios |
P- Mas o problema não é apenas do país…
R- Claro que por toda a parte encontramos sintomas destas psicopatologias, mas não há dúvida que Portugal, é riquíssimo em todas as variantes investigadas. A psicose, que se caracteriza pela perda do contacto com a realidade, acompanhada pela falta de insight, que impossibilita o reconhecimento do carácter bizarro do comportamento, é todos os dias evidenciado nos programas de televisão, quer nos debates políticos, nos talk shows, programas desportivos, em entrevistas a figuras públicas, etc.… e não se pense que é apenas o caso do emplastro, aquele que procura as câmaras desenfreadamente…
P- Que terapias propõe?
R- Muitas psicopatologias não têm cura, a esquizofrenia dos políticos é um conjunto de sintomas crónico, repleto de alucinações, como atrás refiro, ideias delirantes que se podem manifestar de forma instantânea e explosiva, com diminuição das capacidades mentais e pobreza de pensamento.
A teoria dos neurotransmissores considera-a um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na via mesocortical.
No entanto a eletroconvulsoterapia também conhecida por eletrochoques é um tratamento psiquiátrico em que a acção é rápida e eficaz.
P-Os investidores internacionais estão preocupados, com o estado dos gregos, portugueses e outros...
R- E é natural que estejam, pois os receios de que os países se tornem inimputáveis, por um estado de demência colectiva, pode levar a que as dívidas públicas sejam incobráveis.
P- Mas isso seria um quadro devastador…
R- Pelo contacto que tenho com alguns colegas gregos, a situação é idêntica. O estado psíquico dos helenos é também crítico, seria bom que a União Europeia criasse uma comissão de apoio psicológico a gregos e portugueses, com distribuição gratuita de prozac e outros medicamentos, para minimizar os riscos de uma depressão irreversível. Fala-se que estão a analisar a possibilidade de vender algumas ilhas como Santorini, Mikonos e Corfu. Portugal só poderá vender as Berlengas, pois a Madeira e os Açores ninguém as quer comprar, pelos custos da insularidade.
Foi esta a opinião do Prof. Rachado Paz, acerca do estado da saúde mental dos cidadãos dos países acossados pela crise financeira e particularmente dos portugueses.
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