-JORNALISMO DE ANTECIPAÇÃO ONLINE juliusrimante@sapo.pt-Fundado em 03/07/2008-Director: Toni Roma-Porto-Portugal(-A notícia antes da ocorrência-)
OS TONINHOS
O debate na tertúlia dos amigos da República, designada por AR, foi o mais British possível, com um fair-play de fazer inveja à antiga Assembleia Nacional. Apenas os do costume destoaram; BE, PCP e os tais verdes, mas esses depois da tareia que levaram no sufrágio, servem apenas para compor o ramalhete e para legitimar os outros. Não se livrarão nunca da responsabilidade de ter levado a direita ao poder. Toda a gente sabe que o país não pagou a traidores, só eles parece que ainda não se aperceberam e lá vão fazendo o folclore do costume, mas com menos Zés Pereiras.
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O PS está meio entontecido, tem um novo líder que desceu uns degraus para a 1ª fila, mas continua com aquela pose a fazer lembrar Chance Gardiner superiormente interpretado por Peter Sellers, em Goodbye Mr. Chance.
O ar meio apatetado do inseguro Seguro, olhando para os lados, quando interpelado pelo líder da bancada do PSD, como se não estivesse a perceber coisa alguma do que se passava e a pedir socorro aos colegas de bancada, enquanto murmurava palavras infantis, fica como o melhor momento do colóquio.
O PS despachou o lobo mau e contratou o Toninho para levar os meninos para a cama a horas.
O rapaz até é simpático, mas está deslumbrado com o posto e por nada deste mundo quer mudar para a bancada da frente, pois sabe que aí teria de mostrar o que vale e ele próprio não deve saber bem.
Esperemos pelas próximas novenas para se perceber a valia real desta malta toda.
O DEBT CEILING
O teatro dos americanos sobre o “debt ceiling” o denominado limite de endividamento, faz inveja aos grandes realizadores de cinema dos EUA, particularmente aos de ficção científica. O limite de emissão de dívida pública americana actual é de cerca de 14.300 biliões de dólares. Esse limite é definido pelo Congresso e desde 1962 já foi aumentado 74 vezes.
Como parte desse aumento é para financiar políticas sociais implementadas por Obama, assiste-se a uma luta de faz de conta, entre Republicanos e Democratas, no que respeita ao valor do aumento a ser aprovado. Todos sabem que o tecto vai subir mais uns andares: cerca de 3 biliões de dólares, caso contrário os americanos tinham que se juntar a nós e aos gregos no pedido de um “pequeno auxílio ao FMI”, que não seria uma TROIKA, mas sim uma PERESTROIKA.
Os americanos podem dar-se ao luxo destas coisas, brincar com coisas sérias, encenar tensões e suspenses para se assustarem uns aos outros, mas como nos filmes do Spielberg vai ter um final feliz…mas atenção que num futuro próximo a brincadeira vai ser séria. Quando os chineses amortecerem a compra de dívida americana, que ultrapassará 100 % do PIB em 2012, o caso muda de figura e a economia americana será alvo de medidas de austeridade para reequilibrar as contas públicas. Austeridade é uma palavra maldita para os fabricantes de dólares, mas de pouco lhes vai valer, tal foi a cedência à China a troco de lucros de curto prazo.
A Europa assiste a isto tudo, como uma espécie de um espectador menos preparado ao ver as películas do Ingmar Bergman, sem perceber bem a coisa e à espera do fim do filme para ir lanchar…
O MACABRO CLUBE DOS JOTA 27
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Todos eles têm traços comuns, têm um Jota- Jimi, Jim, Jones, Joplin e Jade, arrebatadores, genialidade, anti-establishment e um traço vincado de contradição entre o prazer para os vários públicos que os idolatravam e o sofrimento pessoal que os perseguiu ao longo das curtas carreiras.
Como palhaços de circo que deliciam as crianças, mas que mascaram muitas vezes dores e estados de espírito tristes e infelizes.
A sociedade não se importa com o sofrimento dos geniais, se disso resultar o sublime, que ajuda a que ela própria seja menos infeliz. Se a criatividade libertadora, estiver associada a vidas devastadoras, tanto mais se enraizará o mito.
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Todos eles que abalroaram as regras do seu tempo, muito poucas vezes devem ter tido oportunidade de usufruírem do prazer que proporcionaram. A sociedade mostrou todo o seu sadismo, nunca lhes propôs um pacto de vida, pressionou os génios até à morte e contribuiu para que o macabro clube dos 27 fosse reforçado, porque para além de génios precisa de mártires e mitos.
Um viver para além dos limites geralmente aceites, com excessos de vária ordem, leva-nos a reflectir sobre a causa-efeito. Foram génios como resultados dos excessos, ou pelo contrário, excederam-se porque eram génios?
A vida continua, alguém se seguirá porque os mitos urbanos são insaciáveis...
JULIUS RIMANTE EM LUANDA
O JULIUS RIMANTE volta a África e à sua redacção em TALATONA-LUANDA-ANGOLA. Esperamos continuar a acompanhar a actualidade global e salientar o que de mais relevante ocorrer na política, economia e na sociedade em geral.
Podem acompanhar o JULIUS no Blogger, Facebook, Twitter ou no Googlebuzz.
Até lá.
PSICOFÁRMACOS
A notícia dos elevados encargos suportados com psicofármacos, impôs que entrevistássemos o conhecido psiquiatra Júlio Rachado Paz, para uma apreciação profissional e desapaixonada do momento psíquico nacional e as repercussões na vida pública portuguesa.
P- Prof. Rachado, Portugal é hoje um país doente na óptica da sanidade mental?R- Não tenho qualquer dúvida em afirmar que sim.
P- Como se pode diagnosticar essa enfermidade ?
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Os sintomas são os mais variados, mas basta ver os meios de comunicação social, para de imediato se diagnosticar em todas as áreas da sociedade, perigosos indícios de psicopatologias colectivas.
P- Pode o Prof. exemplificar…
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Rachado Paz |
P-O que se veio a verificar…
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P- Encontra mais sintomas, em outras áreas ?
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consumidor de psicofármacos |
P- Isso também indicia um transtorno psíquico?
R- Como é evidente, estamos perante, uma sociopatia, é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de carácter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para actos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições.
P- O quadro que refere é preocupante….
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Conhecida figura pública vítima de distúrbios |
P- Mas o problema não é apenas do país…
R- Claro que por toda a parte encontramos sintomas destas psicopatologias, mas não há dúvida que Portugal, é riquíssimo em todas as variantes investigadas. A psicose, que se caracteriza pela perda do contacto com a realidade, acompanhada pela falta de insight, que impossibilita o reconhecimento do carácter bizarro do comportamento, é todos os dias evidenciado nos programas de televisão, quer nos debates políticos, nos talk shows, programas desportivos, em entrevistas a figuras públicas, etc.… e não se pense que é apenas o caso do emplastro, aquele que procura as câmaras desenfreadamente…
P- Que terapias propõe?
R- Muitas psicopatologias não têm cura, a esquizofrenia dos políticos é um conjunto de sintomas crónico, repleto de alucinações, como atrás refiro, ideias delirantes que se podem manifestar de forma instantânea e explosiva, com diminuição das capacidades mentais e pobreza de pensamento.
A teoria dos neurotransmissores considera-a um excesso de dopamina na via mesolímbica e falta dopamina na via mesocortical.
No entanto a eletroconvulsoterapia também conhecida por eletrochoques é um tratamento psiquiátrico em que a acção é rápida e eficaz.
P-Os investidores internacionais estão preocupados, com o estado dos gregos, portugueses e outros...
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P- Mas isso seria um quadro devastador…
R- Pelo contacto que tenho com alguns colegas gregos, a situação é idêntica. O estado psíquico dos helenos é também crítico, seria bom que a União Europeia criasse uma comissão de apoio psicológico a gregos e portugueses, com distribuição gratuita de prozac e outros medicamentos, para minimizar os riscos de uma depressão irreversível. Fala-se que estão a analisar a possibilidade de vender algumas ilhas como Santorini, Mikonos e Corfu. Portugal só poderá vender as Berlengas, pois a Madeira e os Açores ninguém as quer comprar, pelos custos da insularidade.
Foi esta a opinião do Prof. Rachado Paz, acerca do estado da saúde mental dos cidadãos dos países acossados pela crise financeira e particularmente dos portugueses.
RICOS, POBRES E REMEDIADOS...
Antes do virar a página deste 13 de Julho de 2011, dei comigo a reflectir sobre estas duas palavras que invariavelmente nos acossam todos os dias, seja no imaginário seja na vida real: ricos e pobres.
Têm muito de conceito, apesar do indicador do rendimento per capita o clarificar em cada comunidade. Ser pobre na Suécia não é o mesmo que ser pobre em Moçambique, ser rico em Portugal não é o mesmo que ser rico na Arábia Saudita. Por outras palavras, o pobre é mais ou menos pobre conforme o local em que vive a sua desdita, da mesma forma que o rico é mais ou menos rico conforme a comunidade em que se insere. O mais rico lusitano ocupa um modesto lugar dentre os ricos europeus e se se considerar os ricos americanos ou chineses é um simples pobre dentre eles.
Vivemos tempo de incertezas, os pobres assustados com a descida do seu rating, pois podem passar a b1 a b2 e inclusive a lixo, num abrir e fechar de olhos, os ricos também temem que a descida do rating dos pobres, lhes traga do mesmo modo notícias desagradáveis e qualquer rico que se preze só gosta de contas de somar, subtrair nunca.
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Os cínicos que falam de sacrifícios para pôr em ordem a casa mãe, não sofrem coisa alguma com as austeridades que propagam e beneficiam do marketing do pânico que entretanto passou a desígnio patriótico. Para já é assim, mas se não chegar vai ser pior e os pobres, remediados e ricos irmanados do mesmo espírito de manter a correlação de forças, resignam-se como se a luta de classes fosse coisa dos séculos passados.
Perante a incerteza, curiosamente todos se julgam ricos e o bom será manter tudo como está, pois para pior já basta assim...
Tudo isto resulta do primado da Economia sobre a Política, pois quando esta é exercida sem respeitar princípios básicos de equilíbrio, aquela subjuga-a e vinga-se duramente dos períodos em que é subalternizada.
Vamos dormir...
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