MEIRELES 80 ANOS

                                                                                      80 ANOS
                                                                

O nosso gold sponsor comemorou no dia 18 de Março, 80 anos de existência. A expectativa de vida dos seres humanos depende fundamentalmente de 3  variáveis: situação económica, onde vivem e como vivem em função das condicionantes do meio e dos rendimentos. Haverá mais, mas estas são decisivas. Em África a expectativa  de longevidade é bem menor  que na Escandinávia.
tempos heróicos
Cuidados de saúde primários insuficientes, fazem disparar a mortalidade infantil, que afecta as médias.
As organizações, particularmente as empresas, têm praticamente os mesmos factores de risco que têm as pessoas, com uma agravante, possuem um corpo colectivo, que para sobreviver, nem sempre se ajusta harmoniosamente às mutações externas.
Portanto para chegar aos 80 anos de existência, uma empresa tem de ser um mutante, mas não pode perder a personalidade que lhe conferiu a identidade no espaço interno ou externo. A idade nas empresas tem essa particularidade, dá-lhes credibilidade, confiança, pois se resiste ao tempo, é porque faz bem o que faz.
2ª e 3ª geração
A Meireles é uma dessas. De estrutura familiar no início, assim continua há 80 anos. Líder nacional no sector de construção de fogões, em que tem uma concorrência com meios desproporcionados, pois são grandes multinacionais, assistiu ao desaparecimento dos seus companheiros de percurso, que eram unidades industriais portuguesas de capacidade superior, mas que não resistiram à volatilidade dos negócios. A Meireles é o último dos moicanos na indústria dos fogões domésticos. Exporta para praticamente todos os continentes e leva a marca Portugal à Arábia, Austrália, à Índia, a Marrocos, Angola,  Irão, Espanha, Itália e muitos outros.
Fabricou o 1º fogão eléctrico em Portugal e tem uma cultura particular, que lhe adveio da origem humilde dos fundadores.
Na sua estrutura honra-se a antiguidade, empregados antigos tratam por tu administradores e são retribuídos com o “você”, pois são os by-pass das gerações que comandam a empresa a cada momento.
Dos factores de produção tradicionais: terra, capital e trabalho, sempre foi privilegiado o último, a remuneração de capital sempre foi entendida como o reforço da capacidade de reivestimento. 
Um dos detalhes do sucesso, foi uma procura de decisões consensualizadas entre responsáveis, em oposição  a práticas personalizadas, mais susceptíveis de erro por falta do contraditório.
Quando se internacionalizou, para se moldar com eficácia aos desafios no mercado externo, procurou um parceiro do mesmo quilate, estrutura familiar e cultura humanista. Encontrou em Itália a Nardi, que apesar de outra dimensão, prossegue a mesma linguagem económica.
Todos estes requisitos são condições necessárias para se chegar a 80 anos de vida de uma empresa, mas não suficientes para se sentir imortal. A modernidade impõe acrescer valor, principalmente valor  humano, com conhecimento técnico, disponibilidade mental e dedicação. O mercado é neutro e impiedoso, ao contrário do comportamento no ser humano normal, que protege os idosos e compreende as falhas,  sobre as empresas mais antigas o mercado exige mais e melhor, a marca tem de ser referencial de qualidade total.
Quem não entender isto, condena à morte uma instituição de décadas. A Meireles percebe isso de uma forma clara e a 4ª geração prepara-se, para prosseguir a manutenção do nome da família no quadro empresarial português. A 3ª com Bernardino Meireles na liderança, bem acompanhado por outros, vai formando os que assumirão essa responsabilidade.
Qualquer desagregação no núcleo das empresas familiares, enfraquece-as e destrói-as por implosão.  Há demasiados exemplos desse cancro em empresas portuguesas, que resistiram anos aos desafios da economia, mas sucumbiram à luta interna. Hoje ninguém resiste às ameaças internas e externas em simultâneo, é só uma questão de tempo. A força tem de partir do seu interior, para fazer face à concorrência globalizada.
A destruição de valor no quadro que se vive em Portugal, é um crime de lesa Pátria e também aqui a Meireles dará um exemplo efectivo de responsabilidade, com uma nova geração a colaborar no reforço de uma marca que prestigia a família e o país.
Como corolário desse reconhecimento social, a Câmara de Paredes, concelho da empresa, atribuiu à Meireles o seu mais alto galardão, a medalha de ouro da cidade.

Palácio da Bolsa 18/03/2011

A comemoração dos 80 anos da Meireles, foi um momento de grande dignidade, quer na festa organizada para os colaboradores das empresas do grupo, quer na gala no Palácio da Bolsa,
 Congratulações do Julius Rimante e felicidades para o futuro.


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