CAPITULAÇÃO





                                              GUERRA DE NERVOS


As notícias que circularam hoje são muito preocupantes, principalmente para as classes menos abastadas.
Uma contracção em 2011 de 1.4 % do PIB, segundo o Banco de Portugal e de 2 % de acordo com a Standard & Poors, projecta o país para um clima social imprevisível. Se acrescermos a estas estimativas, que não estão consideradas novas medidas de austeridade, facilmente se conclui que a situação poderá ainda ser mais grave.

As taxas de juro impostas pelos megabancos estrangeiros (o mercado), para financiar a dívida ultrapassou já os 8 %. A Grécia que já está intervencionada pelo FMI, viu hoje tal como Portugal, descer o rating da dívida soberana para BB-, muito perto de JUNK (lixo) e tem taxas de mercado para o financiamento da sua dívida de cerca de 15 %.
Significa isto, que mesmo alvo de um plano de resgate, a Grécia não tranquilizou os credores que emprestam dinheiro para evitar a falência do país.
Portugal está a dias de capitular, mas se se pensa que a entrada do FMI poderá ser a solução, basta ver os gregos, para se compreender que também nos vamos ver gregos para sobreviver a um default (incumprimento).
A classificação da dívida soberana em JUNK,  impede automaticamente que grande parte das instituições financiadoras, emprestem recursos a um país com essa notação.
A degradação do rating, faz diminuir a procura, daí o devedor pagar juros cada vez mais altos para se financiar.
Os bancos nos empréstimos aos privados agem da mesma forma, quanto maior o risco, maior o spread.
O reputado economista americano Krugman, é um opositor radical à forma como a Europa está a lidar com a crise económica, que adveio do colapso financeiro de 2008 e de que alguns não foram responsáveis.
As economias mais débeis, casos da: grega, portuguesa, irlandesa, espanhola e outras, não têm crescimentos sustentados, que lhes permitam resistir a medidas de austeridade brutais, que fazem disparar o desemprego e per si, a diminuição do consumo privado e o investimento associado.
Se associarmos a este efeito, o stop ao investimento público, conjugam-se ingredientes letais para a vida da maioria dos cidadãos. Resta o efeito das exportações, mas também aqui, a imprevisibilidade da estimativa  torna tudo muito nebuloso.
Não fosse Portugal um país da UE e estavam criadas condições para um golpe de Estado.
Recorde-se que quando o Eng.º Guterres chegou ao governo em 1995, a dívida soberana portuguesa era de cerca 10 % do PIB, hoje é  cerca de 110 %. Depois dele, outros passaram e de ambos os  partidos de governo.
A total  inépcia e incompetência, que deve ser repartida, continua a vigorar no discurso dos líderes actuais. Preocupam-se em culpabilizar um ao outro, como forma de alijar responsabilidades. Soluções não têm, porque essas, não estão nas mãos de portugueses.
Ambos queriam antecipar eleições, um para fugir a uma sentença traçada, o outro para fugir ao assédio dos seus barões, há demasiado tempo fora do poder.
A esquerda que se conhece (BE e PCP) não tem projecto, chega ao ridículo de dar o poder à direita. A direita mais radical (PP), é isso mesmo, um nicho de betinhos da linha de Cascais que tudo faz por um lugarzinho no governo.
Estão-se nas tintas para o interesse nacional, querem continuar a delapidar o património que restou e que já não é muito. A democracia tem esta perversão, legitima o poder a incapazes.

1 comentário:

  1. Vamos ter de recorrer á história, para resolver este embrólio . eheheh
    Década de 80 a 90 juros a 15%, acesso ao crédito nulo. Estamos muito diferentes neste momento?

    Quanto aos políticos, melhor mesmo esquecer esses palermas .

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