-JORNALISMO DE ANTECIPAÇÃO ONLINE juliusrimante@sapo.pt-Fundado em 03/07/2008-Director: Toni Roma-Porto-Portugal(-A notícia antes da ocorrência-)
A CULPA É DO POVO
A CULPA É MINHA E SUA
O economista Vítor Bento, num artigo no Jornal de Negócios, considera que a situação actual resulta de erros políticos nos últimos 15 anos.
Refere que as escolhas feitas pelos gestores partidários, não poderiam ser outras, no quadro democrático. “Qualquer narrativa diferente seria rejeitada pelo eleitorado”.
Esta é a verdadeira géneses da crise.
A responsabilidade nunca assumida, é a do eleitor.
Algum projecto eleitoral sério e responsável, que defendesse o interesse nacional e assentasse em medidas de contenção, tais como por exemplo: a redução do investimento público, redução de transferências para autarquias, do número de deputados, de prémios nas empresas públicas, de congelamentos salariais nas empresas, de aumento de impostos, taxas sobre o crédito ao consumo agravadas, etc., teria qualquer hipótese de ser sufragado com sucesso?
Toda a gente fica contente quando vê a inauguração de um fontanário na sua aldeia, mais uma rotunda que para nada serve, estádios de futebol vazios e sabe-se lá que mais.
O partido que em consciência, propusesse o programa que se impunha, perante o descalabro permanente, era acusado de não perceber “...que há vida para além do défice...”, célebre frase de um presidente da República, também ele um inconsciente do que se seguiria.
O povo é o culpado, só escolhe quem promete mais gastos e mordomias. Rejeita quem previne e faz o discurso da contenção. Falar em aumentos de impostos para os políticos em campanha, é tabu. Veja-se hoje mesmo, que a comissão política do PSD mandou calar o candidato a 1ª ministro, porque insinuou o aumento do IVA.
É evidente que se chegar ao poder, vai demorar pouco tempo a passar para 25 %, mas em campanha, é tabu. O povo não gosta de ouvir que vai ter sacrifícios, prefere passar por eles depois. O povo é masoquista, escolhe sempre as políticas que o vão depauperar, que vão criar desemprego, que o vão deixar em míngua, mas a democracia é assim. Quando Guterres chegou ao poder tínhamos uma dívida pública de 10 % do PIB, hoje passados 15 anos,110 %. Porquê? Porque os eleitores só aprovam políticas expansionistas, com o dinheiro emprestado pelos outros. Os eleitores querem lá saber se a despesa está de acordo com o rendimento
Quando a cultura social tiver outros níveis, é natural que se comece a privilegiar as propostas sérias e contidas, ajustadas a um país que não é rico, que não pode importar Ferraris nem fazer TGVs.
Quando a cultura social tiver outros níveis, é natural que se comece a privilegiar as propostas sérias e contidas, ajustadas a um país que não é rico, que não pode importar Ferraris nem fazer TGVs.
Nessa altura, talvez os eleitores percebam que não devem deixar as gerações futuras mais endividadas, apesar de antes, tudo terem feito para isso, escolhendo quem promoveu o aumento do endividamento externo desenfreadamente,
Talvez optem por dar maiorias a quem proponha uma linha de governação dura, mas justa, séria e sem mistificações. Actualmente não há no espectro político, personalidades que encarnem este papel, essa é a nossa maior falência.
CAPITULAÇÃO
GUERRA DE NERVOS
As notícias que circularam hoje são muito preocupantes, principalmente para as classes menos abastadas.
Uma contracção em 2011 de 1.4 % do PIB, segundo o Banco de Portugal e de 2 % de acordo com a Standard & Poors, projecta o país para um clima social imprevisível. Se acrescermos a estas estimativas, que não estão consideradas novas medidas de austeridade, facilmente se conclui que a situação poderá ainda ser mais grave.
As taxas de juro impostas pelos megabancos estrangeiros (o mercado), para financiar a dívida ultrapassou já os 8 %. A Grécia que já está intervencionada pelo FMI, viu hoje tal como Portugal, descer o rating da dívida soberana para BB-, muito perto de JUNK (lixo) e tem taxas de mercado para o financiamento da sua dívida de cerca de 15 %.
Significa isto, que mesmo alvo de um plano de resgate, a Grécia não tranquilizou os credores que emprestam dinheiro para evitar a falência do país.
Portugal está a dias de capitular, mas se se pensa que a entrada do FMI poderá ser a solução, basta ver os gregos, para se compreender que também nos vamos ver gregos para sobreviver a um default (incumprimento).
A classificação da dívida soberana em JUNK, impede automaticamente que grande parte das instituições financiadoras, emprestem recursos a um país com essa notação.
A degradação do rating, faz diminuir a procura, daí o devedor pagar juros cada vez mais altos para se financiar.
Os bancos nos empréstimos aos privados agem da mesma forma, quanto maior o risco, maior o spread.
O reputado economista americano Krugman, é um opositor radical à forma como a Europa está a lidar com a crise económica, que adveio do colapso financeiro de 2008 e de que alguns não foram responsáveis.
As economias mais débeis, casos da: grega, portuguesa, irlandesa, espanhola e outras, não têm crescimentos sustentados, que lhes permitam resistir a medidas de austeridade brutais, que fazem disparar o desemprego e per si, a diminuição do consumo privado e o investimento associado.
Se associarmos a este efeito, o stop ao investimento público, conjugam-se ingredientes letais para a vida da maioria dos cidadãos. Resta o efeito das exportações, mas também aqui, a imprevisibilidade da estimativa torna tudo muito nebuloso.
Não fosse Portugal um país da UE e estavam criadas condições para um golpe de Estado.
Recorde-se que quando o Eng.º Guterres chegou ao governo em 1995, a dívida soberana portuguesa era de cerca 10 % do PIB, hoje é cerca de 110 %. Depois dele, outros passaram e de ambos os partidos de governo.
A total inépcia e incompetência, que deve ser repartida, continua a vigorar no discurso dos líderes actuais. Preocupam-se em culpabilizar um ao outro, como forma de alijar responsabilidades. Soluções não têm, porque essas, não estão nas mãos de portugueses.
Ambos queriam antecipar eleições, um para fugir a uma sentença traçada, o outro para fugir ao assédio dos seus barões, há demasiado tempo fora do poder.
A esquerda que se conhece (BE e PCP) não tem projecto, chega ao ridículo de dar o poder à direita. A direita mais radical (PP), é isso mesmo, um nicho de betinhos da linha de Cascais que tudo faz por um lugarzinho no governo.
Estão-se nas tintas para o interesse nacional, querem continuar a delapidar o património que restou e que já não é muito. A democracia tem esta perversão, legitima o poder a incapazes.
O CHINÊS-SPORTING O LEÃO ASIÁTICO
JEJUS e o 19+1 ( O CHINÊS )
(não aconselhável a pessoas impressionáveis)
A entrevista não foi alvo de artifícios tecnológicos. Trata-se de uma recolha
ao vivo com som e imagem no local. Impressionante. A rever.
LIGA NACIONAL MATCH
27ª SESSÃO DA LIGA NACIONAL PORTUGUESA
CONSAGRADOS RECORREM AO FMI
O título da crónica é sugestivo. PIROLEIROS esmagaram os CONSAGRADOS por 4-1. Não fosse PENSIONISTA vencer o 5º e último jogo da sessão e teria sido um humilhante pleno da PIROLARIA. GUEST e MARATONA por duas vezes cada, levaram a que os CONSAGRADOS se rendessem mais depressa que o governo e pedissem o resgate.
CONSAGRADOS pedem ajuda |
GUEST somou 11 pontos, pois acumulou 5 de melhor do mês de Março e aproximou-se perigosamente de KIDO, estando agora a uns curtíssimos 2.9 pontos.
Caçador presta vassalagem a GUEST |
PENSIONISTA beneficiou e distanciou-se mais 4.5 de CAÇADOR que agora tem 3 jornadas para recuperar 13 pontos. Também MARATONA fugiu a ESTALINE e deve segurar o 5º posto.
De uma maneira geral assistiu-se a uma supremacia evidente dos PIROLEIROS, particularmente de GUEST e MARATONA, que dominaram a jornada. ESTALINE e VADER estiveram à margem das decisões, tal como KIDO. Só no último jogo se assistiu a uma final entre CONSAGRADOS, em que PENSIONISTA foi mais feliz que CAÇADOR e ganhou, apesar de também ter tido uma sessão apagada.
A evolução da Liga pode ter um final devastador para a auto estima dos supostamente mais credenciados. Os CONSAGRADOS correm o risco de perderem o campeonato para um PIROLEIRO, que tem vindo a afirmar-se como um jogador possuidor de capacidade técnica e estratégia.
As derradeiras 3 jornadas serão de grande emoção e tudo está em aberto.
O quadro da jornada e a classificação, ficou assim ordenado:
SEMELHANÇAS
SEMELHANÇAS OU NEM POR ISSO
O stress colectivo provocado pela anarquia que se vive na gestão de topo, teve na madrugada de domingo um extravasar: as eleições do Sporting. O clube dentre os grandes, com mais fair-play e desportivismo, teve uma noite para esquecer. 5 candidatos, com 2 a reclamar vitória, as imagens que nos chegam, mais parecem as revoltas no magrebe, do que uma assembleia eleitoral. O eleito poucas condições terá para exercer o cargo. Tantas listas, só poderia resultar numa divisão, que tornará o clube ingovernável.Como é que perante um quadro muito difícil, segundo José Roquete, é possível aparecerem tantos voluntários a invocar milhões, aquisições de treinadores, jogadores e sabe-se lá o que mais? Estranho...
Um primeiro ministro simpaticamente apreciado na União Europeia, pela sua humildade, submissão, por vezes até publicamente humilhante, tem uma atitude oposta em Portugal, arrogante, convencido, paladino da independência nacional e mestre da propaganda.
Ataca agora o opositor, colocando-o ao nível de um traidor como Miguel de Vasconcelos. O FMI é a como a coroa espanhola, ao tempo dos Filipes.
A oposição, pobre oposição, tem um rosto bonito, aliás diga-se, que nunca tivemos líderes tão bonitos...quer o PM, quer o Dr. Passos, são dignos das capas das revistas cor de rosa...as mulheres de Portugal podem pelo menos regalar as vistinhas, por que do resto, só mesmo quando vierem uns camafeus.
A oposição, pobre oposição, tem um rosto bonito, aliás diga-se, que nunca tivemos líderes tão bonitos...quer o PM, quer o Dr. Passos, são dignos das capas das revistas cor de rosa...as mulheres de Portugal podem pelo menos regalar as vistinhas, por que do resto, só mesmo quando vierem uns camafeus.
Dizíamos nós, que a oposição essa nem se percebe, se se opõe ao governo, ao país, ou a si própria.
Não tem plano, então o que anda a fazer há um ano e meio?
Diz que vai apresentar um plano em breve, pasme-se...
Não tem plano, mas o Dr. Passos fala demasiado para quem não tem plano: privatização da Caixa, aumento do Iva, o PEC era insuficiente, promessas à chanceler alemã..etc., etc...
Na realidade o PSD não tem plano, ou por outra tem um, chegar ao poder de qualquer maneira, bastando contraditar o governo de forma avulsa. Mas um partido de alternância tem de estar preparado, deve ter um projecto permanente de poder e conhecido da opinião pública. O PSD não tem porquê?
Na realidade o PSD não tem plano, ou por outra tem um, chegar ao poder de qualquer maneira, bastando contraditar o governo de forma avulsa. Mas um partido de alternância tem de estar preparado, deve ter um projecto permanente de poder e conhecido da opinião pública. O PSD não tem porquê?
Porque os que poderiam contribuir para isso, não acreditam no belo Passos, sabem que é um Passos perdido, sem experiência nem competência. Vão abater dois de uma vez só, o nosso engº, que é duro de roer e o novato. Vão-se os belos e voltam os feios, depois dos Narcisos terem feito o trabalho, que como se vai constatando, não vai ser coisa bonita de se ver.
QUE FAZER?
QUE FAZER?
Já todos percebemos que os perigos que pairavam sobre a vida dos portugueses, desabaram estrondosamente: recessão, desemprego, contracção do crédito, agravamentos fiscais, reduções salariais, eliminação de apoios sociais, precariedade laboral, incerteza de sobrevivência de milhares de pequenas e médias empresas e por fim , mas importante, o descrédito na nossa capacidade de inverter a herança.
300.000 na rua, denunciaram esse descrédito.Também bastaram 24 horas após a demissão do governo, para se perceber que o partido alternativo, é incapaz de se apresentar como um referencial de esperança. Num profuso e confuso rol de opiniões de alguns dirigentes, de que não conhecemos obra anterior, lá foram ameaçando que o IVA passa para 25 %, para reduzir o défice. 24 horas antes, o líder dizia que o aumento de impostos não era a solução, que teria de ser pelo lado da despesa que se deveria intensificar a redução do défice do Estado.
A desastrada entrada do PSD, foi punida de imediato por toda a Europa, fazendo do PM uma vítima de um complot irresponsável por parte das oposições. À hora que se escreve este post, a Standard &; Poor’s, reduziu a notação da dívida portuguesa em 2 níveis, para “BBB”., devido à demissão do governo. A inabilidade da oposição e particularmente do PSD, reforçou a posição do governo demissionário. A ajuda externa que era inevitável, vai agora passar para a esfera da responsabilidade do PSD. Erro letal. A paciência em política é imprescindível para se chegar ao poder com autoridade. O Dr. Passos já liquidou esse trunfo.
O Dr. Passos não tem estatura nem experiência para a missão que o espera. É um cantor de karaoke, tudo o que diz, parece decorado, insosso e sem convicção.
O Dr. Passos não tem estatura nem experiência para a missão que o espera. É um cantor de karaoke, tudo o que diz, parece decorado, insosso e sem convicção.
Mas então o que fazer? O que pode fazer o cidadão comum, neste quadro de poder esgotado e no prenúncio de um salto no escuro ?
1º- Quem pode, deve poupar recursos.
1º- Quem pode, deve poupar recursos.
2º- Compre português. Seja criterioso e preocupado, sempre que puder, compre nacional. Contribui para o emprego e a diminuição do endividamento externo.
3º- Pratique uma política quotidiana contra o desperdício.
4º- Quem tem trabalho, conserve-o, participando activamente no fortalecimento da organização que lhe paga salário. Ultrapasse as incompatibilidades pessoais, que diminuem a produtividade nas empresas.
5º- Seja perfeccionista, tente fazer bem e sem fastio o que lhe está destinado, como unidade de produção de bens ou serviços.
6º- Seja solidário, acorra sempre que puder a dramas sociais que pode ajudar a minimizar
Se tiver a sorte e a vontade de poder cumprir estes 6 mandamentos, está a contribuir por si, para que a esperança continue. Mais do que governos, políticos e outros produtos democráticos, quando a sociedade se movimenta como um todo em desígnios colectivos, o resultado vale a pena.
Se tiver a sorte e a vontade de poder cumprir estes 6 mandamentos, está a contribuir por si, para que a esperança continue. Mais do que governos, políticos e outros produtos democráticos, quando a sociedade se movimenta como um todo em desígnios colectivos, o resultado vale a pena.
E AGORA ?
E AGORA?
Agora é o tempo dos comentadores, dos politólogos, dos especuladores de opinião, dos responsáveis antigos a falar de cátedra, isentando-se de responsabilidade e sem decência..
Agora é o tempo de dramatizar tudo, de assustar todos, é o tempo de economistas, motoristas de táxi, cientistas, filósofos, empregadas domésticas, dissertarem sobre o estado da nação. O importante é acertar nos responsáveis pelo estado do nosso Estado. É a catarse colectiva.
Agora é o tempo dos actores passarem de culpados a vítimas e vice versa. Se tudo se agravar, velhas culpas para novos culpados.
Agora é o tempo de passar a responsabilidade do caos, do exterior para o interior. As ameaças externas tiveram traidores cá dentro.
Agora é o tempo de se perceber quão fraco é o espectro da alternativa.
Agora é o tempo de se perceber os ajustes de contas e as vinganças pessoais.
Agora é o tempo de aumentar o fosso entre pobres e ricos e justificar tudo com erros de outros.
Agora é o tempo da tenaz do crédito, condenando irremediavelmente o país à recessão e à miséria.
Agora é o tempo de coisa nunca vista, empresas públicas sem dinheiro para salários.
Agora é o tempo dos formalismos contra a substância.
Agora é o tempo de ameaçar com novas austeridades justas, por que as outras, eram de outros. Ficam as antigas e as novas.
Agora é o tempo de desmascarar o que é miserável na política, ninguém tem soluções para solucionar a génese do problema, porque não pode ter, foram anos e anos de descontrolo a gastar o que nos emprestaram, sem apostar na produção de riqueza.
Agora é o tempo de se perceber que o caos não é passageiro, vai durar e magoar.
@julius rimante
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