O RATING LETAL

                          MARCHA-ATRÁS
Amanhã ou muito nos enganamos, ou vamos a assistir a mais um mini-crash nas bolsas mundiais, apesar de por vezes, o comportamento dos mercados derivar surpreendentemente em sentido contrário às projecções.
A abertura da bolsa de Tokyo por volta da 1 da manhã, bem como a negociação dos futuros das acções norte-americanas com início à mesma hora, darão indicações mais fiáveis do comportamento da Europa na 2ª feira.
A novidade histórica do corte do rating dos EUA, será o rastilho para um incêndio cujas proporções ainda se não podem prever, mas que certamente será medonho.
Associada à baixa de notação por parte da S&P, Paul Krugman (prémio Nobel de Economia em 2008), veio lançar mais achas para a fogueira, sustentando que a economia americana, não está a recuperar nem nunca esteve.
Para Krugman uma autoridade na matéria, a propaganda do crescimento dos EUA, que estava a alavancar a recuperação da economia mundial, é um sofisma e para isso serve-se dos números do emprego: em Junho de 2007 nos EUA 63 % da população adulta estava empregada, em Junho de 2009, depois do anúncio oficial do fim da recessão esse rácio passou para 59.4 % e decorridos 2 anos de crescimento, está em 58.2 %. Em jeito de síntese, para Krugman sem aumento de emprego, não há crescimento.
O comportamento do mercado também reflecte a preocupação com esse verdadeiro factor de desenvolvimento da economia- a criação de emprego -.
Para Portugal a nova crise vem na pior altura, alvo de um plano de ajuda externa com um plano de austeridade muito duro, que implicará uma recessão incontornável, tal como na Grécia e eventualmente outros países, as exportações poderiam suavizar os impactos. A contracção que se segue a um crash bolsista, é o ajuste de contas  da economia, cria retracção no investimento e na aquisição de bens duradouros. Mais dificuldades para as empresas portuguesas que beneficiavam da recuperação nos mercados mais influentes.
A previsão mais pessimista de alguns economistas, de que a recuperação da economia mundial não seria em V mas em W, parece agora mais próxima. Chegada ao topo do V, volta a inflectir, até ao vértice.
A confusão e a crise instalada, com reuniões e mais reuniões de G7, G12; G20, tantos são os Gês, que o único verdadeiro é o Geocaos.
Os cidadãos comuns são completamente cilindrados, sem perceber bem as razões porque perdem emprego, pagam mais caros os transportes, perdem a casa, a saúde social passa para ricos, os impostos aumentam, a educação dos filhos torna-se insustentável, tudo isto num ápice. O Sistema produz toda esta irracionalidade e incerteza. Os que trabalham e dão o seu melhor, são enganados por uns e por outros. O Sistema quando pretende brutalizar, substitui uns governos por outros, como se a vida fosse feita em compartimentos estanques e os que chegam começam tudo de novo, como se se tratassem de novos iluminados.
Dívida soberana, endividamento externo, défice orçamental, crise financeira, default, PIB, veículos, yelds, etc., são palavras que a maioria desconhece, mas que infelizmente lhes inferniza o dia a dia.


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