WIKILEAKS PORTUGAL



As notícias publicadas hoje pelo EXPRESSO, originárias na análise criteriosa dos elementos provenientes do WIKILEAKS e cuja investigação e conclusões, prestigiam aquele órgão de comunicação, pois foram facultadas ao governo português antes de serem tornadas públicas, merecem algumas considerações.
1º O país em matéria tão sensível como a defesa da soberania, tal como em muitas outras, não tem prestígio nem dirigentes prestigiados.

O galarim dos 5 últimos  prestigiados ministros da defesa 
2º- Os gastos públicos naquela área, tal como em muitas outras, não obedecem a critérios de optimização de recursos escassos. A política é a da vaidade, reflectiva de um complexo de inferioridade, que começa nos líderes políticos e trespassa toda a sociedade. O dinheiro dispendido na defesa nacional é feito de forma imprudente, na opinião do embaixador norte-americano e que o país corrobora em absoluto, basta lembrar o tema submarinos (brinquedos caros e inúteis).
3º- A classe militar é arrasada, na sua dignidade, utilidade e eficácia. Temos mais almirantes e generais por soldado, do que todas as outras forças armadas.
4º- O partido do poder, tal como o da oposição, têm tanta credibilidade nacional como internacionalmente, ou seja nula.
5º- O carreirismo de que são acusados os comandantes militares, é o mesmo da classe política. Todos pretendem viver à custa da delapidação da riqueza nacional, com discursos nacionalistas. Kadafis à portuguesa.
6ª- Causa repugnância só em pensar, na figura de qualquer dos políticos que nos desgovernaram e desgovernam, quanto mais vê-los passar de cátedra nas televisões e jornais, como se deles viesse qualquer solução, para o caos económico e social que se vive. Dizem, desdizem, promovem políticas, executam as opostas, aumentam num mês, baixam no seguinte. Em campanha descem impostos, no poder sobem-nos. Em plena crise, anunciam optimismo, desmentem-no passados meses. De exemplo de governação passam a pedintes de profissão.
7º- Em Portugal não há governo nem oposição, há sim responsabilidade de dois partidos no estado do país. Alternância na absoluta inépcia com que Portugal tem sido tratado. Temos naturalmente o que merecemos, ou então não sabemos exprimir a indignação. Pouco nos preocupamos quando são atingidos os interesses de muita gente, muitas das vezes até sadicamente desinteressados, mas tem chegado para a esmagadora maioria e quando nos chega, aí sim, indignamo-nos. Isso não é o grito da dignidade, é o grito da conveniência, tal como o grito de quem nos governa, ou governou.
Oitenta e cinco por cento da população portuguesa, não deposita qualquer credibilidade nos políticos, talvez nem Kadafi ou Mubarak, consigam ter tão mau score, mas o fado é a nossa bandeira, canção da desgraça e da resignação.
Por mim, quando vir qualquer indivíduo que tenha sido membro de governo, escrever, dar entrevistas ou prosar sobre o que quer que seja, terá o meu desprezo, escárnio e mal dizer. Representa o que de pior existe na sociedade: compadrio, hipocrisia, conveniência, mentira e by last, but not least: desonestidade moral e material.
Qualquer dia destes a malta vai-se chatear e aí sim, quem for para lá, terá mais cuidado e respeito.


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