MAL MENOR

No jornal das 9 da Sic Notícias, Mário Crespo entrevistou o secretário geral do PSD, Miguel Relvas. Foi confrangedor. Por um lado, ver um dos melhores locutores da televisão portuguesa, que não conseguindo ultrapassar o seu ódio de estimação ao Engº Sócrates, confundiu opinião pessoal com a de um pivot que se deve mostrar isento e procurar respostas dos entrevistados, para as questões que se mostrem de interesse público. Não deveria ser capcioso ao ponto, de o secretário geral do partido da oposição ter de vir em defesa  do governo. Foi incrível, mas assim se passou.

Por outro, a inépcia total dos meninos do PSD. Confrontados com a parvoíce do MRPP de Louçã, de ameaçar com uma moção de censura ao governo, a que os comunistas disseram que sim e os do partido dos submarinos, mais que também, os estagiários do maior partido da oposição, respondem com nim.

Ou seja, nós já todos sabemos, que se vão abster, mas a exemplo do Orçamento, vão dizer que vão apreciar e depois decidirão.

Criticam que o governo está exaurido, que não tem condições de exercer o mandato, que não tem estratégia, que os ministros estão desmoralizados, que o PM está em autogestão,  mas o melhor é manter-se tudo...

Manter-se porquê? Porque o PSD não sabe fazer melhor. Porque não tem gente com capacidade para fazer melhor. Então qual a estratégia do maior partido da oposição? Dizer que a moção é oportunista e é uma irresponsabilidade da esquerda.

A esquerda também sabe que a moção já perdeu, mas não deixa de ser ridículo, que junte alguma da direita ao seu lado e o governo de esquerda vai ser salvo pela outra direita.

Preterir o PS, em favor do PSD, não seria uma grande medalha para os BE e PCPs. Mas eles também sabem que o PSD se vai abster e então o bloco central é criado pelos que censuram o governo.

O que passa para a opinião pública?

Goste-se ou não se goste, o Primeiro Ministro surge como a única figura com alguma sensatez, procurando defender os interesses do país contra a ofensiva dos mercados e contra a irresponsabilidade dos políticos internos. Todos sabemos que é cúmplice  de muitas das fragilidades que temos hoje, mas não é o único. O PSD tem a mesma quota, pois por lá andou e ajudou à festa.

O PM está aparentemente cercado; pelos partidos da oposição, mas incapazes de ser alternativa e agora até pelo Presidente, que resolveu mostrar que também manda, pois no 1º mandato não se deu por nada.

Melhor quadro não poderia ter, bastará evitar a vinda do FMI e estar-lhe-á garantida nova maioria absoluta. O país esquecerá as trapalhadas em que andou envolvido, o discurso optimista quando tudo andava para trás, o aumento do desemprego e dos impostos. O país verá no eng.º o único com capacidade para governar, porque a oposição não tem credibilidade nem competência. E tem razão. É o mal menor.

É o único com discurso de esperança, muitas vezes descabido, mas que não é um discurso derrotista, é proactivo na atitude . Todos os outros, no frenesim de o abaterem, só transmitem decadência, melancolia e desgraça.

Preparem-se para  SÓCRATES II

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