A sondagem publicada hoje, em que a opinião pública de 23 países é escrutinada, os portugueses são os que menos confiam no Governo, serviços financeiros, seguros e banca.
Apenas 9 % dos inquiridos afirmou confiar no Governo. Surpreendente como ainda existe 9 % de portugueses que acreditam na governação, contra 91 % que acha que não é credível. A sondagem não incidiu sobre as oposições, foi pena, pois o resultado não deverá diferir muito do que se aplica aos governantes.
Os irlandeses 80 % e os alemães 66 % também duvidam de quem os lidera. Os chineses são os mais crentes (88 %), o que também não admira. A credibilidade dos dirigentes chineses varia na razão inversa da dos europeus e americanos. Quanto mais cresce a China mais minga a Europa e a qualidade de vida dos europeus, que assistem impávidos e serenos à destruição de centenas de milhares de postos de trabalho, pela deslocalização das produções das grandes empresas para a China. O problema será quem no futuro comprará os produtos. Os EUA são uma economia assente na prestação de serviços, pelo que num curto espaço de tempo, cederá o 1º lugar do ranking aos asiáticos. A mão de obra chinesa é um custo insignificante no mix do custo do produto, o que distorce a concorrência de uma forma irrecuperável. Comprar chinês, substancialmente mais barato, é o ópio da economia europeia e americana. A China não se ficará pelos bens transaccionáveis de menor valor acrescentado, mais alguns anos, a alta tecnologia e os bens de elevado potencial, inundarão os mercados ditos desenvolvidos a preços imbatíveis, provocando novo choque, mas então sobre o emprego qualificado. Desloca-se a produção de riqueza, desloca-se o comando da economia. Quando a concorrência diminuir pelo lado da oferta, então sim, a China deixará de praticar a política dos baixos preços.
Escultura em frente à bolsa de Milan |
A crise internacional na China e na Índia, foi amortecida pelo aumento do consumo privado e pelo investimento público. As reservas nacionais daqueles países permitiram balancear as perdas das exportações. O superavit das contas públicas serve para isso mesmo, compensar a insuficiência do crescimento da economia. Passado esse período, são as primeiras a arrancar na recuperação da actividade.
A crise financeira serve de mote à segregação da U.E, com os alemães e franceses a pretenderem a Europa a duas velocidades, que a adopção do euro atrasou. Portugal é um peão no meio disto tudo, fazendo o papel de pedinte. Tal como os gregos e irlandeses (por outras razões), os políticos portugueses não estiveram à altura das missões, nos últimos 30 anos.
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