RATO MICKEY...

                               MAIS DO MESMO

Todos ganharam, até o 1º ministro, que disse que vai ganhar o sossego da vida privada. Deixou-nos a nós o desassossego.

Houve quem perdesse 50 % e mesmo assim ganhou. Outro disse que também ganhou porque teve o melhor resultado dos últimos 28 anos. Nada disse sobre a expectativa que tinha de ser o mais votado. Nada disse sobre a meta fundamental, que era a de ter maior número de votos que os partidos mais à esquerda e que não foi alcançada.  Vai andar às cavalitas do que realmente ganhou.

O partido dos submarinos não vai ajudar a credibilização do novo governo, vai-lhe dar uma conotação de direita que não lhe facilitará o trabalho.

Os comunistas aguentam-se, porque a longevidade dos militantes é imensa, todos na casa dos 85/90 anos, com honrosas excepções, mas que tem o eleitorado mais fiel de todos. Não prometem nada, portanto nunca perdem, são modestos e sérios. Pena é que naquela área não apareçam figuras que não se limitem à retórica, com um discurso mais moderno e com pretensões de assumir responsabilidades para além das do protesto. Carvalho da Silva seria uma boa aposta, negociador, com experiência suficiente para dar outra visibilidade ao partido e à política. Portugal precisa de gente séria, com capacidade de acrescentar qualidade.

O Dr. Passos ganhou, mas o pior vem a seguir. Encurralado no slogan de direita liberal, sem experiência anterior que autorize qualquer  avaliação, vai ser permanentemente criticado por uns  e outros. A razão fundamental da vitória, tem pouco a ver com o possível mérito de Coelho, foi a vontade de desempregar o engº que motivou a maioria, como alguém dizia: “...para  mandar embora Sócrates votava até no Rato Mickey...”.

Aconteceu tudo como o esperado. A sondagem do JULIUS RIMANTE elaborada pela PAÇOTESTE, foi a que mais se aproximou  da votação final. Foi uma vitória que não foi devidamente reconhecida pelos restantes orgãos de comunicação social, o que lamentamos.