Neste Junho de 2011, o futebol e a política parecem apostados em percursos curiosamente paralelos. Ontem foi o dia de Nobre e Villas Boas, hoje o de Passos e Pereira.
Novo primeiro ministro empossado, novo treinador para o Porto. Ambos têm um pressuposto comum, a dúvida que vai pairar sobre a competência para o exercício dos respectivos cargos.
O treinador, a maioria só o conhecia pela televisão ao lado de Villas Boas, a tomar notas e rejubilar com os golos e as vitórias. Um adjunto que nunca ofuscou a proeminência do mister. Uma segunda figura que emerge e que a competente administração do FC Porto lhe reconhece qualidades para a missão. Oportunidade que agarrou com decisão. Não possuindo o dom de palavra do novo técnico do Chelsea, Vítor Pereira na sua primeira entrevista como treinador do Porto deu indicações de autoconfiança e de que lutará pelos pergaminhos dos campeões. A ver vamos.
O seu companheiro de posse, também ele a justificar muitas dúvidas, fez um discurso parecido, apesar do diferente conteúdo. Passos prometeu ganhar tal como Pereira e por coincidência, ou talvez não, um e outro só vão contar com 11 jogadores em campo, poderão fazer alterações, mas o número é o mesmo.
Ambos carregam o fardo de substituírem personalidades, que independentemente dos juízos de valor que se possam formular, tinham um carisma fortíssimo. Sócrates e Villas Boas serão as suas sombras, que estarão sempre presentes nos momentos mais difíceis. Os factores de carácter externo que lhes proporcionaram os lugares e que os favorecem no início, a muito curto prazo não servirão de panaceia para coisa alguma.
Ambos têm a protecção dos Presidentes, com a compreensão e apoio que se dá aos mais novos e inexperientes.
Por fim, ambos terão de suplantar a desconfiança que aparecerá em cada virar de esquina e que será implacável perante deslizes no cumprimento da missão (princípio de Peter).
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