COMUNICAÇÕES AO PAÍS
O JULIUS faz em 1ª mão, a projecção dos discursos dos líderes dos 2 maiores partidos. Se por qualquer razão que não descortinamos, os resultados forem opostos, é só trocar os nomes e algumas frases e a coisa serve na mesma.
O DISCURSO DE SÓCRATES
“Em democracia a decisão do povo é soberana. Aceitamos com humildade a escolha da maioria. Já felicitei telefonicamente o Dr. Passos Coelho e desejei-lhe o maior sucesso.
Estas eleições decorreram num momento particularmente difícil, com a maior crise mundial dos últimos 80 anos a fustigar particularmente as economias europeias. Portugal foi vítima dessa crise, para a qual não contribuiu, mas que se reflectiu na forma irracional como os mercados reagiram à dívida pública portuguesa. Tentamos tudo para evitar o recurso ao pedido de auxílio externo que nos colocaria numa posição de fragilidade, o que se veio a confirmar, pois as taxas de juro sobre a dívida continuaram a subir, mesmo após a aprovação da ajuda externa . A AR na sua maioria, rejeitou as medidas que depois viriam a ser aprovadas pelo PS, PSD e CDS no acordo estabelecido com o FMI.
Durante o nosso mandato tivemos de tomar muitas medidas impopulares, mas o interesse nacional foi sempre o móbil da acção do governo, não pactuando com facilitismos que poderiam conduzir a bons resultados eleitorais, mas que não defenderiam o interesse público.
O PS sempre disse ao longo da campanha eleitoral, que se deveria procurar a maior consensualidade possível, para que o próximo governo tenha condições de concretizar as medidas acordadas com o FMI. Apesar do resultado eleitoral, mantemos a nossa disposição para, se o governo assim o entender , estabelecer um quadro de colaboração que reforce a posição portuguesa perante as instâncias internacionais.
Em democracia a regra da alternância é a essência do regime. Não conseguimos convencer a maioria dos portugueses, mas saímos com a tranquilidade da missão cumprida. Agradeço aos milhões de portugueses e aos eleitores que votaram no PS, a confiança que em nós depositaram, perdemos, mas não dizemos adeus, dizemos até sempre. Viva o Partido Socialista.”
O DISCURSO DE PASSOS
“Em democracia a decisão do povo é soberana. Aceitamos com humildade a escolha da maioria. O PSD ganhou as eleições e um novo ciclo se inicia no destino de Portugal.
A campanha eleitoral acabou e a partir de agora o governo que vier a ser empossado trabalhará para o interesse nacional, sem diferenciar os portugueses pelas suas opções partidárias ou interesses particulares.
Agradeço o telefonema do Engº Sócrates que me felicitou pessoalmente pelo resultado alcançado.
Os tempos que se seguirão serão difíceis, mas todos juntos conseguiremos ultrapassar este período conturbado e devolveremos a confiança aos portugueses, que já antes foram capazes de ultrapassar muitos Cabos das Tormentas.
Caberá naturalmente ao Sr. Presidente da República, ajuizar os resultados eleitorais e em função disso convidar as forças políticas para a formação do novo governo. Pela nossa parte estamos inteiramente à sua disposição, para estabelecer acordos parlamentares e de governo com outras forças, para que o executivo disponha do maior apoio político, que será fundamental para a credibilização de Portugal perante as instâncias internacionais e é isso que esperam de nós.
Não quero deixar de agradecer a confiança que milhões de portugueses depositaram no PSD, bem como o apoio que recebi por todo o país, das estruturas locais do partido e particularmente da JSD. A todos os militantes que se empenharam com um espírito de missão inexcedível, agradeço muito reconhecidamente, sem eles não seria possível este resultado.
Viva o PSD."
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