Os partidos e os governos gerem o tema comunicação social conforme a
conveniência do momento. Se são oposição aplaudem tudo o que instabiliza o
executivo, se passam para o centro da decisão, os amigos de antes passam a
força de bloqueio.
Esquecem que à comunicação social compete noticiar factos e não avaliar as
consequências da notícia. A verdade deve ser a única política da imprensa num
país livre. É certo que muitas vezes a comunicação social deixa muito a desejar
no frémito da notícia, não impondo procedimentos que validem claramente
suspeições que mais tarde se não confirmam. Porém são excepções, a norma tem
sido acordar a sociedade para comportamentos sibilinos e oportunistas das
classes dominantes, porque dos pobres não reza a história.
Veja-se ainda recentemente a grande investigação do DN ao caso BPN, que forçou
o poder político a colocar na agenda o deslindamento desse kafkiano processo,
que provoca prejuízos incalculáveis ao Estado e aos cidadãos.
A justiça tarda demasiado e sucumbe aos procedimentos, perante situações
em que a comunicação social noticiou, investigou e julgou: Casa Pia; Duarte
Lima e Isaltino Morais, são alguns dos casos em que a condenação da imprensa se
processou muito antes dos tribunais, que as confirmaram, mas que o processo
judicial permite que se arrastem anos e prescrevam para o cumprimento de
condenações.
A investigação jornalística é incómoda e queima em lume brando os
políticos que se distraem, mas estes sabem que a proximidade quando conveniente
não pode ser cumplicidade, pois a comunicação social vive dos desvios, a norma
não se vende.
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