O Governo provisório e a oposição interina, é assim que os devemos
designar, pois o executivo autêntico é a Troika, estão em polvorosa.
A inabilidade do ministro mais antipático, a fazer lembrar aquele homem
de mão de Sócrates, o Augusto Santos Silva, - aqueles que modernamente são qualificados
de trincos, os que têm de suster os ataques na linha intermediária, antes que
cheguem perigosamente perto da própria baliza-, só pode dar em substituição
antes do intervalo. O nome do visado até dá para a alegoria com o futebol:
Relvas.
O homem na relva em vez de
aliviar, só chuta para trás. Arrogante, com umas ligações esquisitas e ainda por
cima sem poder de finta, armou tamanha confusão com as secretas, (que em
Portugal deve ser uma secreta tipo guerra do Solnado, a espiar a vida dos concorrentes
dos Ídolos ou as rezas do Hulk sempre que marca um golo), que conseguiu encher
as televisões e os jornais.
O homem não mete os pés pelas mãos, o ministro mete até as partes de que
é feio falar. Percebe-se pelas reacções em surdina, que não é muito estimado
até pelos correligionários. Estão todos contentes com o espalhanço e o
treinador não tem outra solução do que o mandar para o balneário.
O espião, é assim que lhe chamam, - engraçado, nunca um espião foi tão conhecido,
tirando o Get Smart e o James Bond-, também é figura épica. Entra de peito feito
nas comissões com aquele ar de “se alguém se estica leva na tabuleta” e passou
a vida a mandar tantos SMS para tanta gente, que muitos devem ter pensado que
era publicidade de valor acrescentado e zás apagaram.
E nesta telenovela secreta se entreteve toda a gente, menos as empresas e
os desempregados, que cada vez são mais – 400.000 já não recebem qualquer
apoio-. Esta semana também ficamos a saber que 10 % dos portugueses, têm o
dobro da riqueza do resto da população.
Como diz a canção “distrair é preciso”, mas é demasiado sério o momento,
para nos ocuparmos com lateralidades que nos anestesiam.
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